Que o serviço público é lento, todo o contribuinte sabe bem disso. Mas quando se trata de vidas humanas, especialmente de servidores, a situação deveria ser diferente.
Não é o caso de oficiais e soldados da Polícia Militar de Rondônia que estão lotados no quartel da 3ª Companhia Destacada do distrito de Extrema, pertencente ao 9º Batalhão de Porto Velho.
Segundo fontes que atuam na corporação e que procuraram o Expressão Rondônia, o prédio já teve dois incêndios em pouco mais de 11 meses. Ou como está em um documento enviado para o portal de notícias são “347 dias, ou seja, 11 meses e 12 dias”.
“Por volta das 21h30min do dia 19.06.2024 (quarta-feira), quando a equipe de serviço estava realizando o jantar (J4) na dependência da sede da 3ª Cia, houve um princípio de incêndio provocado por curto-circuito no quadro de distribuição interno localizado na sala de reunião, os policiais que estavam no momento do fato agiram rápido e evitaram um mal maior, utilizando Extintor e desligando a chave principal da corrente elétrica”, indica a Parte Especial nº 1299/2024/PM-9BPM3CIACMT.
Os relatos ao comandante do 9º Batalhão seguem: “Informo que após uma verificação sobre os danos causados pelo sinistro, os policiais, iniciaram os trabalhos para a substituição dos fios onde houve o dano (paliativo). Informo que foram utilizados cabos elétricos de cobre flexível novos, o que é o recomendado”.
E os PMs ainda alertam: “Considerando que fato desta natureza já ocorreu anteriormente, conforme parte Id Sei 0040843639, que foi informado e solicitado a troca de toda a rede elétrica. Que até o momento não foi tomada nenhuma providência referente à demanda, que a única resposta que consta neste processo é o despacho Id Sei 0040913075 nos itens: 2. A par disso, em virtude da atual indisponibilidade financeira para diárias, solicito incluir a demanda na ordem cronológica de solicitações de projetos; e 3. Posterior a liberação do orçamento, providenciar visita técnica para elaboração dos exigidos projetos com as planilhas orçamentárias”.
Riscos
Os policiais militares que atuam no distrito de Extrema, na Ponta do Abunã e pertencente a Porto Velho, reforçam a necessidade de reparos urgentes na parte elétrica do prédio antigo:
“Além da rede elétrica ser muito precária (antiga) e a estrutura do forro ser de madeira (antiga) já ressecada pelo tempo. Devido o nosso verão amazônico ser muito intenso, com temperatura alta e seca, fato desta natureza ocorrida na data em tela e datas anteriores, poderá ocorrer novamente, causando danos bem maiores do que os já causados”.
O documento ressalta que: “Considerando que os sinistros já ocorridos houve tempo hábil de uma ação eficaz por parte dos militares que estavam no momento do fato, com o ato, evitou um mal maior à estrutura física do quartel. Considerando que fato desta natureza, pode se repetir, se não forem tomadas as providências sugeridas, causar uns danos bem maiores, inclusive, com perdas de vidas (policiais militares), pois pode ocorrer no momento de descanso destes profissionais, que não terão tempo de reagir, fugindo do sinistro e ter suas vidas ceifadas”.
E segundo os policiais militares que conversaram com o Expressão Rondônia, a única providência tomada pelo alto comando da PM foi um pedido de orçamento para uma reforma.
“Só não sabemos quando nem quem vai realizar esses reparos. Se será apenas na parte elétrica ou alguma mudança geral no prédio”, observou uma fonte.
