RO, Sábado, 27 de abril de 2024, às 9:07



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Valorize e proteja seu voto – É hora de começar a analisar os candidatos e suas propostas

Hiran Gallo*

PORTO VELHO (04-02) – O eleitor brasileiro é o cidadão devidamente alistado na forma da lei, no gozo dos seus direitos políticos e apto a exercer a soberania popular por meio do voto direto e secreto. Importante destacar que numa votação não há pesos ou medidas diferentes entre os que estão aptos a escolher um candidato. Ou seja, o seu voto, o meu voto e os votos dos outros são absolutamente iguais.

Se há algo que pode fazer a diferença entre um voto e outro é a reflexão que precede a decisão. Por isso, estar consciente no momento de escolher um nome que consta na urna eletrônica é de suma importância.

Nas eleições desse ano, 147,9 milhões de brasileiros, distribuídos em 5.568 municípios, estão aptos a votar. Desse total, 52,5% são mulheres e a metade tem entre 21 e 44 anos. Em Rondônia, ficam 1.190.505 eleitores, sendo 333.031 registrados em Porto Velho. A capital é o maior colégio eleitoral dentre as 52 localidades que estão no nosso território.

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Se olharmos a grandeza do Brasil, podemos considerar que o estado de Rondônia tem proporções modestas quando comparado às dimensões populacionais de São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais, por exemplo. Contudo, apesar de menos expressivo, cada voto rondoniense tem o mesmo peso das posições declaradas pelos eleitores do Sul ou Sudeste.

Essa equidade exige de cada eleitor a responsabilidade de avaliar os candidatos com profundidade para que o resultado beneficie a todos. Lembrem-se: decidir em função de interesses pessoais não resolve os problemas que precisam ser enfrentados pela comunidade, tampouco significa que os interesses envolvidos serão atendidos.

Para garantir a melhor tomada de decisão, sugiro que, desde agora, procuremos conhecer melhor as propostas e as trajetórias de vida daqueles que pleiteiam um cargo público. Note-se que essas duas análises são indissociáveis, ou seja, uma não exclui a outra.

Em primeiro lugar, é fundamental saber o que eles pensam sobre as dificuldades que afetam nossas cidades e nosso estado. Mais ainda: é necessário avaliar quais soluções apresentam para superar cada uma delas.

Feito isso, é hora de verificar se as promessas são exequíveis, ou não. Do que adianta garantir o céu se não temos asas. Por isso, cada ponto de plataforma deve ser analisado, procurando-se identificar sua pertinência, as possibilidades de execução e o real impacto para a vida em comum.

Vez por outra, os meios de comunicação estampam manchetes com promessas ou propostas que caem no gosto geral. Porém, com o tempo, elas se mostram impossíveis de virar realidade e, saem de cena discretamente. Não trazem o retorno esperado. Da mesma forma, devem ser evitados os discursos genéricos, sem profundidade e baseados no lugar comum que adoça nossos ouvidos.

Concluída a etapa de análise de propostas, sugiro que verifiquemos a trajetória dos candidatos que buscam nosso apoio. Neste ponto, o eleitor deve se informar sobre o histórico de vida daqueles que chamaram sua atenção. Algumas perguntas podem ser úteis neste processo, ajudando-o em sua análise.

Afinal, esse candidato, ao longo de sua vida, tem lutado por temas de interesse de todos ou busca prioritariamente atuar em defesa dos benefícios de determinados grupos (econômicos, políticos, etc.)? Qual a relação dessa pessoa com a justiça (responde a processos, já foi condenado, tem atitudes suspeitas)? Como ele/ela se comporta com relação à opinião alheia (sabe argumentar, age com violência em gestos e palavras)?

No caso dos cargos majoritários (governador, prefeito, senador) é necessário estender o mesmo crivo de análise àqueles que compõem as chapas como vices ou suplentes. A maioria das pessoas concentra sua energia na avaliação do nome que está no alto da cédula, mas esquece que ao dar seu voto também está abrindo espaço político para outros indivíduos.

Por isso, para vices e suplentes vale aplicar os mesmos questionamentos e outros. Por exemplo, qual a convergência de opiniões entre os membros de uma chapa? Eles comungam de valores e projetos semelhantes ou foram apenas colocados juntos por outros interesses? Além disso, é relevante avaliar até mesmo o grau de proximidade entre eles. Apesar de não ser ilegal, o fato de ter parentes ou agregados concorrendo juntos aumenta a suspeita de uma ação coordenada para aparelhar um cargo público.

Para alguns, essas reflexões podem parecer prematuras. Estes argumentam que a corrida das eleições nem começou para valer. Não vejo dessa forma. Nada melhor do que amadurecer nossas ideias com o tempo, com calma. No fim das contas, tudo o que importa é que você proteja seu voto e valorize suas escolhas que devem ser conscientes. Sem dúvidas, essas são atitudes necessárias para que tenhamos um País melhor.

*José Hiran da Silva Gallo; diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina; doutor e pós-doutor em Bioética






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