PORTO VELHO – O perdão tem o condão de deixar o coração leve. E isso deve ser um alívio e tanto para uma mãe que teve o filho assassinado de forma estúpida e sem causa, como foi o caso da morte do jovem Allan Ragner, no domingo passado, só porque bateu palma em uma casa que não era a que ele estava com os amigos, de onde saiu para ajudar outro colega que havia bebido e não podia pilotar a motocicleta. Morador de outro bairro, quando voltou para a companhia dos amigos, Allan não percebeu que batia palmas em um portão diferente.

Um homem em estado visivelmente alterado, com alguns graus etílicos acima do normal, saiu da casa com uma peixeira a mão.

O jovem Allan Ragner partiu cedo, mas deixa um legado de amor ao próximo e benevolência

Não houve discussão. O homem começou a desferir golpes de faca em Allan, que, gravemente ferido no pescoço correu. Mas não conseguiu se salvar.

A jornalista Jheniffer Núbia, do G1 Rondônia entrevistou a irmã de Allan Ragner, que fala sobre como a família está lidando com a tragédia, mas ressalta que a mãe de Allan perdoa o assassino.

Mas não vai desistir de ver a justiça ser feita.

Acompanhe, a seguir, a reportagem de Jheniffer Núbia:

“Minha mãe perdoou o assassinado, mas quer justiça”, disse Águida Cristina sobre a morte de Allan Ragner, esfaqueado no pescoço após confundir um endereço e bater palmas na casa errada, em Porto Velho.

Em uma entrevista ao g1, Águida relata que a família está “desolada” com o tamanho da tragédia e a forma como seu irmão foi morto. Segundo ela, Allan, de 27 anos, tinha um ótimo convívio com a família e amigos.

“O meu irmão era um rapaz muito bom, era um ótimo filho, irmão, tio e amigo. Sempre muito carinhoso. Eu ajudei minha mãe criar ele. Pra mim é como se eu perdesse meu filho também. Quando sofri um acidente e fiquei totalmente dependente, o Allan colocou comida na minha boca e cuidou de mim. Como uma pessoa dessa pode ser alguém ruim? Ele sempre foi muito prestativo, parece que sabia que iria embora cedo”, afirma.

A peixeira utilizado pelo matador de Allan foi recolhida pela Polícia Militar e virou peça do inquérito

Allan foi atacado no último domingo, 17, quando retornava para a casa de amigos, na Zona Leste, onde acontecia um encontro. Na ocasião, o jovem de 27 anos errou o endereço e bateu palma, por diversas vezes, na frente de outra casa.

O morador desta casa imóvel abriu o portão e sem falar nada desferiu um golpe de peixeira no pescoço.

Águida acredita que seu irmão confundiu a casa dos amigos com a do suspeito, pois ele não era morador da zona leste. Toda a família de Allan mora na zona sul de Porto Velho.

“Ele foi convidado para ir lá na social. Aí tinha um amigo que estava bêbado e ele foi acompanhar e deixar a moto deste amigo na casa dele. Quando voltava para a social, bateu no portão errado. No entanto, a única reação dele ao levar a facada, que ele não estava esperando, foi correr”, relembra.

O assassino de Allan, Carlos R. da S, de 49 anos foi preso em flagrante

A mãe de Allan decidiu perdoar o suspeito do homicídio, mas a família quer justiça.

“Somos de uma família tradicional cristã. Minha mãe é missionária e dirige uma igreja na qual ele foi velado. Ele tinha princípios cristãos, foi criado na igreja e era temente a Deus. Minha mãe já perdoou o assassino. Ela disse que prefere seguir o que Jesus falou, mas credita na justiça”, revela.

Segundo Águida, Allan não era casado e não tinha filho. Ele trabalhava na entrega de refeições em um restaurante da família.

Jogador de futebol

Allan Ragner era apaixonado por futebol. Em suas redes sociais ele não escondia a sua felicidade quando estava no campo, jogando.

Segundo a família, o jovem já tinha atuado nas categorias de base do Moto Clube e chegou a ser profissionalizado pelo S. C. Genus. O irmão jogava na posição de meia atacante e foi destaque no time do Moto Clube na disputa do Campeonato Rondoniense Sub-17. Com o time, chegou as semifinais.

No profissional jogou pelo Genus e disputou três partidas na Série D do Brasileiro. Allan deixou o futebol profissional, mas jogava em times amadores nos bairros da capital.

O morador suspeito de matar o jovem foi preso no dia do crime e segue à disposição da Justiça em um presídio da capital.

Por Jheniffer Núbia, g1 RO

Você leu aqui

Homem embriagado não gosta de ser incomodado, mata jovem a facada e ainda lambe o sangue, para comemorar

Deixe uma resposta