PORTO VELHO – O prazo para o fechamento da janela da infidelidade permitida vai se afunilando e está batendo o desespero nos deputados que buscam se agasalhar em partidos onde eles pensam que serão os mais votados e assim usar candidatos menos conhecidos como escadinha para se manter no poder.
A janela partidária foi introduzida na legislação para beneficiar políticos que queiram trocar de partido sem o risco de perder o mandato.
Na Assembleia Legislativa de Rondônia pelos menos 14 deputados ainda não conseguiram se agasalhar em um ninho seguro que lhes garantam a reeleição.
No ambiente político, o clima é de corre-corre nestes últimos dias, entre juras, promessas e muita traição, um dos principais componentes da política em todos os quadrantes do globo terrestre, mas, com certeza, muito mais intensa no Brasil.
Em nível nacional, podem acontecer grandes reviravoltas, como a desistência do ex-juiz Sérgio Moro e a volta do governador gaúcho Eduardo Leite, que tenta reverter as prévias de seu partido, o PSDB, da qual saiu vencedor o governador de São Paulo, João Dória.
A partir desta sexta-feira, portanto, o troca-troca de partidos acaba e quem achou seu novo nicho, achou. Quem não achou, não acha mais e terá que disputar a eleição exatamente no partido em que está.
Em Rondônia, por enquanto, o União Brasil, o partido do grupo que está no poder, é quem mais conseguiu definir acordos que juram ser definitivos. No último sábado, em um grande evento em uma casa noturna de Porto Velho, o comboio governamental apresentou a relação dos nomes que vai lançar para disputar vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Sobre candidatura ao senado e a vaga de vice-governador, o partido oficial não dá um pio em público, enquanto trabalha freneticamente nos bastidores para cooptar os melhores nomes e colocar armadilhas no caminho dos adversários, um jogo inerente à política.
Para ilustrar melhor a dificuldades que os partidos têm na hora de compor suas chapas sem contar com nomes de outras siglas, como acontecia no sistema de coligações, o maior e mais organizado partido de Rondônia, o MDB está tendo dificuldade para fechar suas nominatas e, provavelmente não apresentará candidato a governador e ao Senado.
Como estamos vivendo tempos de silêncios dos bons, parece mesmo que aquele que bate no peito se dizendo o maior partido de Rondônia se ajoelhou aos caprichos de seu presidente regional, o deputado federal Lúcio Mosquini, que trabalha única e exclusivamente pensando em sua própria reeleição.
Seis secretários deixam o governo para concorrer
A 48 horas do prazo final para que se desincompatibilizem os ocupantes de cargos públicos ordenadores de despesas e de primeiros escalões, que queiram disputar as eleições, a grande dúvida ainda é: quem ocupará as vagas deixadas no primeiro escalão do governo do Estado? Pelo menos cinco secretários e uma adjunta já avisaram ao governador Marcos Rocha, que cairão fora do poder, para passarem pelo teste das urnas. Na saúde, sai Fernando Máximo, para disputar uma vaga à Câmara Federal. Na Educação, saem o secretário Suamy Vivecananda, que concorrerá à Assembleia e sua adjunta, Cristiane Lopes, que tentará mais uma vez, uma cadeira para a Câmara Federal. Outros dois postulantes ao Congresso são o secretário Evandro Padovani, da Agricultura e o diretor-geral do DER, Elias Rezende. O sexto elemento é o secretário da Sejucel, a secretaria do esporte e da juventude. Jobson Bandeira sai para concorrer ao parlamento estadual. Entre os que saem, também está Luciano Brandão, presidente da Emater, que deve ir a estadual, formando dobradinha com Padovani. Até a noite da segunda-feira, não havia qualquer indício de que o Palácio Rio Madeira/CPA fosse anunciar os nomes dos substitutos tão cedo. O que se ouve nos bastidores é que o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, terá importante influência na formação da equipe provisória, que irá com Rocha até ao menos a eleição. Aguardemos, pois, para confirmar ou não essa previsão.