RO, Quinta-feira, 18 de abril de 2024, às 2:27



RO, Quinta-feira, 18 de abril de 2024, às 2:27


Zona central de Guayaquil é perigosa

O trânsito às 18h, com engarrafamentos que duram até 15 minutos, na rua Colón, no centro de Guayaquil (Equador), mostra que a cidade está reativada. Perto da estrada, junto ao calçadão 2000, fica a baía com 13 mil barracas que empregam cerca de 15 mil pessoas. A essa hora, a voz dos vendedores informais que vendem todo o tipo de produtos junta-se ao barulho dos carros que passam.

Eles vendem com medo. Sim. Medo porque Guayaquil é considerada uma das 50 mais violentas do mundo, segundo um estudo do Conselho Cidadão de Segurança Pública e Justiça Criminal do México. A reportagem do El Comercio é de Evelyn Jácome y Blanca Moncada. Mas apesar do nível de insegurança que existe, suas noites têm nuances de reativação: a baía abre até por volta das 20h. Lá Pedro Beltrán, vendedor ambulante de garrafas de água, passou de ganhar US$ 10 por dia em 2020 para quase US$ 20 este ano.

Mas ele deve lidar com o crime: “Aqui, onde estamos (Rua Colón), eles levaram meu celular há duas semanas. Agora até os pobres são roubados.”

- Advertisement -



Franklin Coloma é o advogado da Frente de Mercadores da Baía.

Ele diz que para sustentar a reativação tentaram falar com as autoridades para que intensifiquem as operações no setor, mas o problema continua. Vanessa Flores tem uma barraca de sapatos.

Com um sorriso esboçado, ele explica que em 2020 voltou para casa sem vender e agora tem uma média de seis pares vendidos por dia, o que representa uma renda de US$ 50
Para Ángela Andrade, corretora de imóveis, a cidade está totalmente reativada.

Ele cita a Rua Panamá, que passou de completamente escura a uma zona de pedestres com 16 estabelecimentos gastronômicos.

Comenta ainda que desde 2021 houve uma recuperação na procura de instalações no dia 9 de outubro, onde obtiveram autorização para colocar cadeiras no exterior.

Essa decisão municipal não convence Marcos Suárez, 52 anos. “Imagine sentar e ser assaltado. Agora eles até matam em qualquer lugar. Eu prefiro dentro de casa.” A partir de junho, as noites ficam frias, envoltas em ventos que dão lugar à estação seca.

Assim, a vida noturna é mais notória. Isso fica evidente nesta avenida principal do centro, com 21 quarteirões e 1.300 imóveis, a maioria comerciais. O comércio informal prolifera neste setor, mesmo depois das 20h, quando as lojas de eletrodomésticos começam a fechar.

Apesar da presença da Polícia Metropolitana, um agente que não quis se identificar reconhece que há desabafos e, às vezes, uso de drogas. Roxana Poveda, 27 anos, deixou de sacar o celular, sair, comer fora ou ir a bares por medo, após sofrer um assalto na rua Boyacá.






Outros destaques


+ NOTÍCIAS