MANAUS – Quando pensamos em avanços tecnológicos, uma das coisas que sempre nos causa entusiasmo e até um pouco de receio é o uso da Inteligência Artificial. De maneira simples, podemos dizer que a I.A é a capacidade que os softwares dos computadores possuem de realizar tarefas usando métodos que se assemelham ao raciocínio humano básico e, ao contrário do que os filmes de ficção científica nos mostram, ainda estamos longe de ter uma tecnologia tão inteligente a ponto de exercer domínio sobre nós como sociedade.

Contudo, muitas aplicações da I.A já são comuns e de fato agregam valor aos negócios e vida cotidiana.

Na otimização do trabalho dentro das instituições, podemos colocar a I.A como uma grande ferramenta para mais agilidade, economia e segurança. Ela é responsável pela redução interna de custos, evitando a contratação de mais colaboradores para processos burocráticos e repetitivos, pela melhora da produtividade com a diminuição de falhas humanas em cálculos nas Instituições Financeiras e ajuda na prevenção de crimes nas Instituições Bancárias, bloqueando comportamentos suspeitos em possíveis fraudes, fornecendo novas tecnologias de identificação.

Também devemos citar o atendimento ao cliente, que recentemente se popularizou como mais uma função da Inteligência Artificial por meio dos Chatbots. Empresas como Nextel, Vivo, Itaú e Coca-Cola já aderiram à nova tendência a fim da redução de gastos e mais agilidade para atender aos chamados. De acordo com a Finance Digest, um veículo internacional que fornece cobertura e análise aprofundada da comunidade financeira global, até 2025, mais de 95% das interações com os clientes serão por meio da I.A.

Muitos benefícios são mencionados quando abordamos as funções da I.A para nosso cotidiano, mas será que esse recurso veio apenas nos trazer vantagens? Existem também os riscos de uma superexploração da I.A. Podemos, por exemplo, citar o alto custo para o acesso às versões de ponta dos softwares, que muitas vezes não conseguem ser suportados pela empresa, além da necessidade da valorização de funcionários aptos a lidarem com eventuais incoerências de sistema, possível dependência operacional da empresa e, claro, a questão ética, pois a I.A permite um controle de dados privados acima da média, sendo necessário o contato com bases regulatórias e até auxílio jurídico para a autenticidade e transparência do serviço.

 

Uma das principais preocupações que rodeia uma parte dos trabalhadores é o futuro das Instituições que aderiram ao uso da I.A. Existe um medo crescente pela total substituição dos postos de trabalho humano pela tecnologia, o que resultaria em uma onda de desemprego. Isso não foge totalmente da realidade, pois a possibilidade da substituição do trabalho mecânico humano é real. De acordo com um estudo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), até 2030 apenas a automação por meio da I.A poderá deslocar 15% dos empregos no mundo todo.

É claro que problemas futuros podem surgir referentes ao uso exacerbado de novas Inteligências Artificiais e devemos estar sempre atentos às novidades que nunca param de chegar. Mas é inegável que muitos processos e atividades são facilitados por meio desta tecnologia revolucionária, e suas tendências são de maior evolução com o passar do tempo, sendo possível aplicações significativas na Medicina (Doutores Robôs), Educação 4.0 (baseia-se no conceito de “Learning by Doing”, da Cultura Maker, onde o aluno aprende participando das aulas com atividades práticas), otimização dos profissionais de T.I e até nossa mobilidade urbana. As possibilidades, até o momento, são incontáveis e mais atrativas do que ameaçadoras. Mas vale ficarmos atentos.

*É especialista em Ciência da Computação e possui mestrado em Matemática e Computação para a Gestão. Atualmente, Sérgio trabalha como pesquisador do Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia

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