PORTO VELHO – Neste contexto de aprovação da minirreforma eleitoral, definição de partidos por alguns nomes fortes, quem se mantém em silencio ensurdecedor é o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol. Mas, enquanto não se pronuncia publicamente, o ‘italiano’, como o chamava o departamento de relações estruturadas da Odebrecht, trabalha em silencio, percorrendo o estado e ouvindo a população.
Um dos principais pontos da reforma eleitoral que beneficia Cassol é a mudança na contagem de tempo de inelegibilidade aos condenados pela Justiça enquadrados pela Lei da Ficha Limpa.
Pela proposta aprovada na Câmara dos Deputados, a contagem do prazo de inelegibilidade passa a contar a partir do cumprimento da pena e não do final da pena, como acontece atualmente.
Essa mudança parece feita sob encomenda para a situação eleitoral de Ivo Cassol.
Se a versão final do texto da minirreforma for promulgada com esta alteração, coloca Ivo Cassol com os dois pés na sucessão estadual.
Nos bastidores dizem até que o ‘Italiano’ já faz contatos com possíveis apoiadores e com gente que estaria pronta a entrar de cabeça na campanha.
Em qualquer região do Estado, quando se discute sobre a participação do ex-governador no processo eleitoral, o que se ouve é que seria ele nome de grande vitalidade e com enormes chances de vitória nas urnas.
Certamente, seria um dos três com potencial para chegar lá, ao lado dos dois Marcos, o Rocha e o Rogério.
Mas Cassol ainda enfrenta problemas na Justiça, embora seus advogados falem com otimismo que, quando chegar a hora do lançamento das candidaturas, ele estará pronto, legalmente, para entrar na briga.
O gringo de Rolim de Moura, que já foi duas vezes governador e depois eleito senador, por enquanto, conversa com muita gente. Já teve uma vitória no STF, com voto de um ministro, que o beneficiou.
Mas, a esta contagem pode-se contar mais um voto a favor de Ivo. O ministro Roberto Barroso, que além de integrar o STF está presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também já se pronunciou a favor da mudança da contagem do tempo de inelegibilidade. Barroso fala da inconstitucionalidade da Lei da Ficha Limpa neste aspecto, já que transforma a dupla pena em algo interminável.
Enquanto aguarda, ele conversa com vários setores da sociedade e com lideranças. Só falará oficialmente numa eventual candidatura, quando as decisões judiciais que o autorizam a entrar no processo eleitoral, estiveram valendo.
Isso, se não emergir da Justiça a qualquer momento alguma outra condenação contra o ex-governador.
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