PORTO VELHO (27-02) – A movimentação desta semana no tabuleiro político rondoniense mostra que o senador Marcos Rogério vai ficando cada vez mais distante de uma candidatura a governador. Também não há indicativo de que o presidente da República irá retribuir sua fidelidade quase canina ao Governo durante a ‘CPI do Circo’ com um cargo de ministro ou uma liderança do Governo.
Foram várias mexidas no tabuleiro, com cada frente tentando avançar território e conquistar lideranças.
Teve o pedido de demissão de anúncio de candidatura ao Governo do advogado e professor universitário Vinícius Miguel (Cidadania) – o único adversário declarado até agora do candidato a reeleição Marcos Rocha -, o encontro do MDB em Ouro Preto, com direito a presença do deputado federal Léo Moraes (Podemos) e, por último, no sábado, a grande movimentação da máquina pública para ao grande encontro em que foi selada a aliança entre o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), com o governador Marcos Rocha, para engrossar o cordão da reeleição.
E o senador Marcos Rogério?
Nem um pio!!
Não é novidade para ninguém que acompanha os bastidores da política que há entre Expedito Júnior e Hildon Chaves uma relação de amizade – quase uma simbiose – muito mais forte que o relacionamento com o senador Marcos Rogério. Aliás, volta e meio, o deputado federal Expedito Netto, filho de Expedito Júnior, solta uns torpedos na direção de Marcos Rogério, nem sempre municiado de palavras elogiosas. Muito pelo contrário.
Com isso, o que poderá acontecer nos próximos dias será o anúncio da adesão do PSD – partido comandado em Rondônia por Expedito Netto e que tem prefeitos como o de Cacoal, Adailton Fúria – e no qual Expedito Júnior deve se filiar – se já não o estiver – ao comboio da reeleição do governador Marcos Rocha.
Com as duas máquinas administrativas de mais poderosas de Rondônia – o Governo de Rondônia e a Prefeitura da Capital – trabalhando a favor o coronel que surpreendeu em 2018 na onda doa vento bolsonarista vai demonstrando pragmatismo e que aquela dicotomia entre nova e velha política é apenas discurso para encantar a patuléia.
Alguns jornalistas chegaram a anunciar na sexta-feira que o PSDB de Hildon Chaves indicaria a primeira-dama da capital, Ieda Chaves, como candidata a vice-governadora e a deputada federal Mariana Carvalho como candidata ao Senado na chapa oficial à reeleição.
Mas não foi o que aconteceu na Fimca na manhã deste sábado.
Nem dona Ieda será candidata a vice-governadora para não atrapalhar os planos do marido lá na frente, nem Mariana Carvalho vai tentar trocar a Câmara Baixa pela Câmara Alta do Congresso Nacional.
E o Marcos Rogério?
Muito provavelmente, o anúncio de Expedito Júnior – que quando foi senador entre 2007 e 2010 e teve o mandato cassado por acusações de compra de votos, mas ficou conhecido como o ‘pai do moto-taxi no Brasil’ – apoiando a reeleição de Marcos Rocha e garantindo a vaga de candidato ao Senado na locomotiva do União Brasil só não saiu ainda porque devem estar costurando os acordos para garantir a reeleição de Expedito Netto, sem prejudicar os demais candidatos, o que foi motivo de brigas entre Expedito, os Carvalhos e ainda o falecido ex-deputado Aguinaldo Muniz nas eleições de 2014.
Se isso vier a se concretizar, o governador Marcos Rocha (União Brasil) que se diz a nova política terá um palanque para a reeleição ilustrado por caras conhecidíssimas da política rondoniense e que até pouco tempo era denominado pelos ocupantes do palácio azul como ‘os da velha política’.
Carlos Araújo, para o www.expressaorondonia.com.br