Sérgio Pires

OPINIÃO DE PRIMEIRA – Em cinco dias, na sexta-feira, dia 23, haverá o grande debate do primeiro turno da eleição da SICTV/Record, que, nas últimas disputas, tanto estaduais quanto da corrida em Porto Velho, tem sido decisivo.  Provavelmente será a última oportunidade para que os candidatos de oposição tentem afetar a liderança folgada de Marcos Rocha, pelo comando do Palácio Rio Madeira/CPA, já que no debate do sábado, no SBT, nem todos os candidatos participaram. Na pesquisa Real Time/Big Data da semana passada, os números são altamente positivos para o atual Governador e preocupantes para seus adversários. Além dos 16 pontos de vantagem sobre Marcos Rogério, seu principal opositor, Rocha tem 28 pontos à frente de Léo Moraes e 35 a mais que os demais concorrentes. Afora disso, tem outros dados importantes a seu favor. A pesquisa do instituto contratado pela Rede Record apontou, entre outros detalhes, que o atual Governador tem, caso a pesquisa esteja correta, nada menos do que 50 por cento dos votos válidos, ou seja, excluindo-se os nulos, os brancos e os que ainda não se decidiram. Mais ainda: na Capital, onde vários governadores tiveram grande dificuldade em conseguir boas votações, Rocha tem, segundo o Real Time/Big Data, também 50 por cento das intenções de votos. Marcos Rogério, nome que se destacou nacionalmente no Senado, por sua brilhante atuação em defesa do governo Bolsonaro, na CPI do Circo (apelidada de CPI da Pandemia), é do partido do Presidente, mas não conseguiu convencer o eleitorado, ao menos pelas pesquisas já apresentadas, que poderá ser tão bom governador quanto o é senador. Léo Moraes não conseguiu passar dos 10 por cento das intenções de votos, embora em Porto Velho, consiga chegar a 16 por cento do eleitorado. A grande dificuldade dele é a que se desenhava antes da campanha: conquistar o eleitorado do interior. A surpresa negativa é o inexpressivo percentual atingido pelo ex-governador, o competente Daniel Pereira. Empatado tecnicamente com Pimenta de Rondônia e o Comendador Queiroz, este, aliás, com um pé e meio fora da eleição, Daniel enfrenta, certamente, a ojeriza da grande maioria do conservador eleitorado rondoniense, pelos projetos dos partidos de esquerda.

O que pode acontecer ainda? O cenário, neste momento, é totalmente benéfico à reeleição de Rocha e pode levá-lo à reeleição, ainda no primeiro turno, mas tudo pode mudar. Há 35 por cento dos eleitores indecisos; 14 por cento entre votos nulos e brancos. Ou seja, há possibilidade matemática de mudança. O que se pode dizer com certeza é que, caso haja segundo turno, Marcos Rocha já está nele, pelas pesquisas até agora apresentadas. Mesmo que todos os seus adversários se unissem, eles, juntos, somam 38 por cento das intenções de voto, percentual que Rocha conseguiu sozinho. Ou seja, o atual Governador tem grande vantagem, mas só quando se abrirem as urnas e se contarem os votos, haverá certeza. Se a eleição fosse hoje, Rocha estaria eleito? Provavelmente sim. Mas a eleição é daqui a duas semanas. Até lá, muita coisa ainda pode acontecer.

Pesquisa estimulada, única feita para o Senado, reafirma empate duríssimo de três concorrentes

Por um erro de interpretação, este Blog fez foi confundir seus leitores, ao abordar os números relacionados com a disputa pelo Senado. Vamos corrigir. Qual a verdade? A pesquisa Real Time/Big Data fez apenas a pesquisa estimulada (ou seja, quando o nome dos candidatos é apresentado ao pesquisado) e, nela, Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol e Expedito Júnior estão num empate apertadíssimo. As duas mulheres aparecem com 21 pontos e Expedito com 20. Nisso, se mantém a afirmação de que é a mais acirrada corrida por uma cadeira senatorial em Rondônia, desde que as eleições voltaram a ser diretas. Ignorem-se os outros dados informados por este Blog, porque eles foram divulgados numa confusão de números. A única verdade é que o trio de importantes lideranças políticas do nosso Estado estão disputando voto a voto pelo direito de sentar na cadeira que hoje é de Acir Gurgacz, que, aliás, concorre sub judice e, certamente por isso, sua candidatura não decolou.

Uma disputa que lembra o imortal tango de gardel: “por una cabeza!”

Como Jaime Bagattoli, que poderia importunar os três que estão na frente não o está conseguindo, tudo indica que a cadeira em disputa será de um dos nomes do trio que lidera as pesquisas. Bagattoli teria ainda alguma chance? Talvez se o presidente Jair Bolsonaro entrasse de corpo e alma na campanha dele, chamando-o de “meu candidato ao Senado em Rondônia!”, houvesse sim uma chance. Mas Bolsonaro não o fez nem em relação a Bagattoli e nem o fará na disputa pelo governo, no primeiro turno. Portanto, o megaempresário do Cone Sul, ao que tudo indica não chegará nem perto dos 212 mil votos que fez na eleição passada. E quais as cartas que os líderes da pesquisa têm? Mariana Carvalho vem muito forte, com o apoio do governador Marcos Rocha, do grupo palaciano, do prefeito Hildon Chaves, de Porto Velho e do seu clã, a família Carvalho, muito respeitada em todo o Estado. Jaqueline vem com a fortaleza do seu sobrenome. Irmã do governador Ivo Cassol e do megaempresário César Cassol, ela ficou sem palanque ao governo, mas mesmo assim está muito bem posicionada na disputa. Expedito Júnior tem uma longa história na política, desde que assumiu como deputado constituinte, o mais jovem da história do país. Tem um eleitorado fiel em todas as regiões do Estado. A disputa, como diria o imortal tango de Carlos Gardel, está “Por Una Cabeza”!

TSE muda decisão do TRE e libera Acir para usar dinheiro de campanha e horário eleitoral

Por falar em Acir Gurgcaz, ele conseguiu importante vitória, na sua batalha para manter sua campanha, mesmo sub judice. O ministro Raul Araújo, do TSE, derrubou decisão do TRE rondoniense que proibia que Acir usasse dinheiro do Fundo Eleitoral e seja impedida de participar da campanha eleitoral. Acir depende ainda de uma decisão do STF, para poder ter seu registro definitivo como candidato. Na sua decisão, monocrática, o ministro do tribunal superior considerou que, em situações como as de Acir, o candidato tem todo o direito de participar de todos os atos de campanha, até que não haja mais nenhum recurso. Para o ministro do TSE, somente uma decisão em última instância, emanada exatamente pelo Tribunal Superior, pode afastar completamente um candidato da disputa. A decisão também garantiu ao candidato a utilização de todos os espaços da campanha eleitoral gratuita. Foi uma importante vitória dos advogados de Gurgacz, já que muita gente dizia que as decisões do TRE rondoniense o tinham, praticamente, tirado da eleição. Pelo jeito, ele está mais firme do que nunca!

O néo socialista Geraldo Alckmin chega nesta semana, para ajudar na campanha da frente democrática

A agenda de Lula, ao menos por enquanto, não inclui uma vinda a Rondônia, ao menos na campanha pelo primeiro turno. Mas seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, estará por aqui nesta quinta-feira, dia 22. Alkmin passará o dia na Capital, para participar da campanha de Daniel Pereira ao Governo e dos candidatos ao Congresso Nacional e Assembleia Legislativa, do pacote de partidos de esquerda, denominado por eles mesmos como Frente Democrática. O ex-líder tucano e ex-governador de São Paulo, agora socialista de carteirinha (está no PSB) também se encontrará com grupos de empresários de Rondônia e da Bolívia. Personagem importante na corrida pelo Planalto, Aclkmin tem sido usado nas campanhas adversárias, principalmente na de Bolsonaro, com a divulgação de vídeos do ex-governador, atacando duramente Lula, hoje seu companheiro de chapa. O mais famoso e que vive sendo repetido nas redes sociais bolsonaristas, Alckmin afirma que Lula quer voltar ao poder, porque “quer voltar à cena do crime!”. De qualquer forma, sua parceria com o petista pode ajudar sim, entre o eleitorado que teme um governo radical de esquerda, se Lula for eleito. Teoricamente, Alckmin poderia ajudar a amenizar esse medo, principalmente vindo da classe média e do empresariado.

Lula tem 27 por cento no estado e Daniel pereira apenas 3 por cento. Qual a explicação?

Por falar em Daniel Pereira, uma questão levantada pelo respeitado advogado Diego Vasconcelos, que teve participação especial neste sábado, no programa Papo de Redação da SICTV/Record, como convidado dos Dinossauros, merece reflexão. Diego abordou o assunto em debate, sobre a baixa intenção de votos em Daniel, apresentado pelas pesquisas (principalmente a Real Time/Big Data, da semana passada). Ele ponderou que fica muito difícil entender o que está acontecendo com o ex-governador, já que seu nome, representando a esquerda e a chamada Frente Democrática, está longe de cooptar o volume de votação que, tradicionalmente, a esquerda tem no Estado. Para se ter uma ideia mais clara do questionamento feito por Diego, basta informar que na última pesquisa presidencial, o ex-presidente Lula aparece com 27 por cento das intenções de voto, mais ou menos dentro da margem de 30 por cento dos que seguem os candidatos dos partidos mais à esquerda. Por que, então, essa distância tão grande entre a votação dos socialistas e a que tem aparecido como intenções de apoio ao candidato Daniel Pereira? Essa é uma pergunta que merecerá muitos estudos sobre a política rondoniense, nesta eleição que se encaminha para a reta final.

Fiero promove diálogo com os candidatos ao senado e ao governo do estado na segunda e na quarta-feira

A Federação faz Indústrias do Estado, a Fiero, repete uma iniciativa que realiza há várias eleições: um diálogo dos candidatos com a classe produtiva do setor industrial rondoniense. A iniciativa, que é apartidária, reúne os candidatos ao Senado na segunda-feira e os postulantes Governo na terça. Os dois encontros serão realizados no salão de convenções da Casa da Indústria, sede da instituição, em Porto Velho. Sobre a proposta do encontro dos candidatos com o empresariado e convidados, o presidente da Fiero, Marcelo Thomé, sintetiza a importância da iniciativa e de suas finalidades: “muito se fala sobre a democracia e a necessidade de defendê-la, mas o primeiro passo para lutar por uma bandeira, é conhecer a essência daquilo que ela representa. Este é um dos papéis da Fiero, ou seja, fortalecer a democracia através do diálogo aberto e no qual todos poderão ser ouvidos e expor suas ideias e planos, não apenas para Porto Velho, mas para Rondônia e todo o país”. Por coincidência, a segunda-feira, dia 19, é data comemorativa na Fiero: a importante entidade que representa o setor industrial rondoniense, completa seus 36 anos de fundação. Os candidatos ao Senado e ao Governo confirmaram participação.

Temos 242 milhões de celulares e internet já chegou para 90 por cento das famílias brasileiras

São cerca de 155 milhões de brasileiros ligados pela internet em todo o país. Pesquisa divulgada pelo IBGE, nesta semana, aponta que 90 por cento das famílias do nosso Brasil, têm acesso a este grande avanço da tecnologia e das comunicações. Já chega a 90 por cento o percentual de famílias que têm essa importante ferramenta para uso no seu dia a dia, totalizando, ainda, números superlativos dos que têm acesso a internet, via celulares. O crescimento do acesso à internet no país foi, em média, de 6 por cento. Mas se formos computar apenas as áreas rurais, esse percentual de usuários dá um salto bastante significativo, na faixa dos 16 por cento. Em 2020, o total de usuários fora das regiões urbanas era de cerca de 58 por cento. Um ano depois, este indicativo aumentou para quase 75 por cento, ou seja, um crescimento muito acima das melhores previsões para este segmento. Outra informação importante: o total de aparelhos celulares e smartphones no país, hoje, é bem maior que a população. Para os cerca de 214 milhões de brasileiros, existem 242 milhões de celulares.

No acre, pesquisa aponta Cameli a um passo da reeleição para o governo

No vizinho Acre, tudo parece caminhar também para uma reeleição. O atual governador, Gladson Camell, do PP, tem 24 pontos percentuais a mais que o segundo colocado na pesquisa Real Time/Big Data, feita no mesmo período em que foi realizada a de Rondônia. Cameli tem 41 por cento das intenções de voto e Mara Rocha, do MDB, chegou a apenas 17 por cento. Dentro da margem de erro, Sérgio Petecão, do PSD, tem 14 por cento. O atual Governador, portanto, deve ser eleito já no primeiro turno, segundo toda a expectativa dos seus seguidores e, é claro, do grupo palaciano. Aliado a Bolsonaro, como o governador rondoniense Marcos Rocha, os dois mandatários não têm uma relação pessoal que se possa dizer que é próxima. Houve pelo menos um problema de relacionamento entre ambos, no ano passado, envolvendo um familiar do governador rondoniense. Desde lá, não se ouviu falar, ao menos publicamente, de algum contato entre os dois.

Perguntinha

Quais os critérios que você, eleitor, usaria para desempatar a acirrada disputa pelo Senado por Rondônia entre Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol e Expedito Júnior, caso o seu voto fosse decisivo?

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