RO, Quinta-feira, 18 de abril de 2024, às 1:12



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Lenha na Fogueira – “A gente faz uma TV eminentemente comunitária, a gente faz uma TV falando com as pessoas”

Zé Katraca

PORTO VELHO – Nesta edição, publicamos a 2ª Parte da Entrevista com o Everton Leoni sobre a história do Grupo SIC TV que completou no último dia 5 de julho, 30 anos. No tópico de hoje, a história se baseia mais na família do próprio Everton e sobre a Rádio Parecis FM. Lembrando que tudo começou quando o Everton ganhou sem querer o aval do bispo Edir Macedo para assumir em Porto Velho, a TV Record, que a igreja Universal acabara de comprar.

“Um dia fui levar uma PI, na TV Allamanda e o seu Mota pai do Paulinho Mota que hoje trabalha com a gente, me perguntou: ‘Tu queres uma Televisão para ti’?  Nunca esqueço dessa pergunta que ele me fez! Respondi, quero sim! Ele disse, então liga para esse número, me entregou um cartão com o número do telefone que era justamente do representante da Record em Brasília”. Foi assim que tudo começou”.

Hoje a história é sobre os programas da Rádio Parecis FM em especial o Papo de Redação e o Quando Bate a Saudade.

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A ENTREVISTA

Zk – E a Rádio Parecis está em quantas cidades do estado de Rondônia?

Everton – Ela está em Nova Brasilândia, Chega em São Miguel, Novo Horizonte e Rolim de Moura; ela está em Santa Luzia aí não sei te dizer onde ela chega, lembro de Castanheira, Cacoal enfim, vem novidades por aí também em relação as rádios. Acontece que uma nova Legislação votada ano passado, dar para as emissoras de rádio da capital, a condição de geradoras, a exemplo do que acontece com as televisões, quem tem a geradora em Porto Velho, pode instalar retransmissoras no interior. O Ministério já escolheu algumas cidades e nós já nos habilitamos a elas, acho que foi umas dez cidades, sei que em poucos anos, as emissoras da capital que quiserem poderão estar em todo o Estado.

Zk –  vamos continuar falando sobre a Rádio Parecis. Tem um programa que sou fã que é o “Quando Bate a Saudade”. Fala sobre esse programa?

Everton – Eu tinha até pouco tempo atrás, todos os programas redigidos e produzidos, e tinha as datas, as músicas que tocavam e isso desapareceu com o tempo. Era o maior documento que eu podia ter para saber quando começou e essa papelada está perdida, tenho a esperança de um dia achar. Tenho a impressão que esse programa; o Elivaldo Viana que está comigo desde o começo praticamente. O programa deve ter começado em 84 o que quer dizer, que há 37 anos todos os domingos estou aqui. Começou aos domingos das 9 ao Meio Dia depois ele passou a ser apresentado também de segunda a sexta-feira, das 7 da noite às 9 da noite, depois por falta de tempo, pois entrei para a política e então resolvi parar com o programa noturno ficando só aos domingos. Já passaram várias gerações, pego depoimento de pessoas que dizem: Minha Avó ouvia, mais já morreu, meu pai ouvia, mais já morreu, agora está o filho ouvindo e eu graças a Deus continuo firme aqui, enfim, eu tinha ouvintes maravilhosos, isso me dar um dor muito grande, que falavam comigo todo domingo durante anos, posso citar o DEDÉ por exemplo, mas, o senhora me ligou dizendo que o marido dela havia falecido e que ele ouvia o programa todos os domingos há mais de 20 anos e que ela não suportava ver esses discos dentro da casa porque lembrava do marido, ela pediu pelo amor de Deus que eu recebesse  discos que ela sabia que teria uma utilidade e que ele onde estivesse ficaria muito feliz. Disse pra ela que havia agradecido no programa e ela me disse que não ouvia mais o programa justamente por que o programa “Era a cara do meu marido”.

 

Zk – Vamos explorar o lado pessoal. Como você se sente vendo seu filho Tales Roger se destacando como um grande apresentador de programa de rádio?

Everton – Olha, o Marlon começou antes. Ele tinha uma grande audiência, não tinha esse desprendimento que tem o Tales que é mais comunicativo. Marlon é um pouco mais tímido e o Marlon é formado em Administração de Empresas e é um grande administrador. Pra tu teres uma ideia, nesse ano da Pandemia nós não demitimos ninguém, mantivemos todos nossos quadros intocáveis, obviamente tivemos queda no faturamento, porque as lojas fecharam, pararam, mas ainda assim foi o nosso melhor faturamento, isso é gestão, estou falando do meu filho mais velho, ele é um grande gestor.

Zk – E o Tales?

Everton – Esse já é mais o Everton. Ele é um cara que tem ideias, além deu imaginar que ele será um grande gestor também, ele é um grande comunicador nato. Ele fazia “Estação Criança” e a gente tinha que segurá-lo pra ele não sair do script. Ele tem tirocínio e o que é melhor, gosta do que faz e mais, é um operário, ele vem de manhã, vem de tarde pra fazer flash e já aprender administração. Eu acho que é o cara que vai fazer o “Quando Bate a Saudade” no futuro. Tem um detalhe, ele canta muito bem!

Zk – O que

Everton – É isso mesmo e toca violão de ouvido, mais toca. Se tu mandar ele cantar qualquer música do Bruno e Marrone; ele dar um show.

Zk – E o sorveteiro

Everton – Pois é, surgiu! Tudo começou e continua com o Império Gelato e continua. Acontece que era umas multimarcas e vendia outras marcas também, quando eu comprei…. Aliás, nunca foi um Projeto; fui ajudar uma pessoa e aí a coisa para não se perder, assumi pra mim e aí a fábrica me pediu para assumir a Frutos de Goiás. A empresa é a Gelato e a Marca é a Frutos de Goiás.

Zk – A rádio Parecis é a mais ouvida?

Everton – Historicamente a rádio Parecis é a primeira FM de Rondônia. Nós acreditamos que sim, até pelo volume de anúncios. Até bem pouco tempo atrás, nem vendedor nós tínhamos, a propaganda vinha espontaneamente dos nossos anunciantes. Vamos tirar essa dúvida brevemente, porque o IBOPE vai fazer uma pesquisa pra saber a audiência das emissoras de rádio aqui na capital. Por exemplo: o programa do Augusto José de manhã, não tem pra ninguém; O Papo de Redação também não tem pra ninguém; Eu nunca participei de um programa de rádio com a audiência do Papo de Redação. Estamos numa transição, o Domingues Junior saiu, o Professor Peixoto adoeceu e eu entrei de férias o bom foi que conseguimos o Carlinhos Araújo que é muito bom, aliás ele é excelente. Me orgulho porque foi ideia minha. O Joacir Loura Júnior participa também, ele é muito inteligente e é o cara que conhece a Legislação. Nós jornalistas as vezes brigamos por uma coisa que não faz sentido. Aí vem o cara que fala, mas, a Lei diz isso e pronto acaba a discussão, esse é o caso do Loura Júnior. Tem o Quando Bate a Saudade; tem o programa do Tales; tem o Porquinho com o Denis. Para você ver como mudaram as coisas, as pessoas deixam de ouvir música, para ouvir o Porquinho! Lembrar que o Denis é um cara diferenciado.

Zk – Para encerrar. A empresa de você preserva muito a permanência de seus empregados basta lembrar o Elivaldo Viana, Albertino Fortunato, Eva, Elisa, Bolota e tantos outros que estão aí faz muito tempo. O que você tem a dizer a respeito disso?

Everton – O ser humano não foi feito para ser descartado, foi feito para ser valorizado, aqui a gente procura não descartar. Você ver a Bete quantos anos está conosco, a Elisa a Eva o Bolota o Beni Andrade. Aqui o cara sai por que quer.

Zk – Para encerrar! 30 anos de TV completados no dia 5 de julho passado, o que você tem a dizer?

Everton – A gente faz uma TV eminentemente comunitária, a gente faz uma TV falando com as pessoas. De alguma forma ajudamos Rondônia a crescer e crescemos juntos. Agora, nós só crescemos porque temos gente que nos escuta. Quem tem audiência e público fiel, tem a maior riqueza que pode existir num veículo de comunicação.

Por: Sílvio M. Santos






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