VILHENA – Pela segunda vez consecutiva em menos de duas semanas dois vereadores de Vilhena vão às vias de fato. E não é para saber que vai trabalhar mais pelo povo, não. Os dois querem mesmo é ser candidato a prefeito na eleição municipal complementar marcada para o dia 30 de outubro. Semana passada, durante uma visita ao gabinete do prefeito interino, Ronildo Macedo, o também vereador Samir Ali, se desentenderam e, por pouco não saíram no tapa.

Na manhã desta terça-feira, desta vez na Câmara Municipal, os dois vereadores mandaram às favas o respeito mútuo, a cortesia, a urbanidade e a lhaneza com que devem se relacionar os homens públicos (pelo menos em público) e protagonizaram cenas lamentáveis.

Mais tarde, em visita à redação do site FOLHA DO SUL ON LINE, o prefeito interino Ronildo Macedo (Podemos) explicou o incidente entre ele e o vereador Samir Ali, do mesmo partido, atual presidente da Câmara, registrado instantes atrás.

Macedo chegou a tentar acertar um tapa no rosto de Samir, que logo após a agressão foi até a Polícia Civil, acompanhado de outros vereadores, registrar queixa pela agressão. O confronto físico aconteceu durante a sessão da Câmara, e Ronildo admite que também teve como alvo um assessor da Casa.

A “treta” entre os dois parlamentares começou na semana passada, quando Samir realizou um “pit stop” na principal avenida de Vilhena, e convidou para o ato a esposa de Macedo, Cris Del Pino (PMN) e Dhonatan Pagani (Podemos). Ambos são candidatos a deputados estaduais.

O prefeito interino acusou Samir de usar a estrutura dele para transformar Cris em uma “cobaia de campanha”. Macedo disparou, na entrevista ao site: “o Samir tá cheio de armações, mas enquanto ele atacava só a mim, eu ia tolerando. Agora, ele tentar usar minha esposa, a quem eu sempre vou proteger, aí não aceito e reajo até com firmeza sem necessário”.

O COMBINADO

Ronildo diz que, quando a esposa foi lançada candidata, ficou acertado entre ele e Samir que o colega iria apoiá-la. Em troca, Macedo se engajaria na campanha dele para prefeito interino, marcada para o dia 30 de outubro.

O prefeito diz que, além de não cumprir o trato, Samir lhe pediu várias portarias na prefeitura “para fortalecer a campanha dele mesmo” como seu substituto no pleito suplementar, mas estava se dedicando a outros candidatos, inclusive alguns que são “para-quedistas”, sem qualquer ligação com Vilhena.

A GOTA D’ÁGUA

Hoje, ao saber que uma CPI estava sendo protocolada na Câmara, e desconfiando que o próprio Samir e o ex-vereador Carmozino Alves, que hoje exerce influência através do mandato da esposa, Clérida Alves (Avante), estariam por trás de iniciativa, foi até o Parlamento.

Ao pedir a Samir usar a palavra a fim de se defender, Macedo diz ter ouvido o ex-aliado ameaçar chamar a polícia para lhe dar voz de prisão. Aí, os ânimos se acirraram: “eu passei a mão no nariz dele, e ele me empurrou”, admite o entrevistado.

DEMISSÃO EM MASSA

Após a briga, que só não resultou em pancadaria, Macedo determinou que rodos os portariados indicados por Samir e Carmozino fossem imediatamente exonerados de sua gestão. “Os dois juntos colocaram quase 200 comissionados na prefeitura”.

Sobre a CPI que pode resultar em seu afastamento, Macedo dispara: “não ligo de ficar sem mandato. O que não vou fazer é ficar sem caráter”.

Fonte: Folha do Sul

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