RO, Quarta-feira, 24 de abril de 2024, às 8:18



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Entrevista da semana: “Farei política como missão e não como negócio”, diz Paulo Henrique, vereador eleito ao comentar postura que pretende adotar na Câmara de Cacoal

CACOAL – Uma das mazelas da política brasileira é falta de freios da legislação que impeçam a mesma pessoa de se eternizar em cargos eletivos. A consequência disso é a descaracterização da polícia como ela deve ser e sua utilização para fins que não sejam aqueles definidos pelo filósofo Platão, ainda lá na Grécia antiga. Nas últimas eleições, ainda que de forma tímida, verifica-se as tentativas da sociedade em renovar nomes e costumes, fazendo grandes faxinas nas casas legislativas.

Nem sempre dá certo.

Às vezes, o nome já vem comprometido com os vícios deletérios da política de roupa velha.

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Em Rondônia, também pode-se aferir esse desejo de mudança nas casas de leis e o jovem jornalista, advogado e professor Paulo Henrique Silva, eleito vereador em Cacoal pelo PTB, encarna cabalmente essa esperança de uma política menos velhaca com o povo, mais transparente e desapegada dos muitos benefícios e auxílios.

Paulo Henrique é uma jovem liderança que nasce da crença de que a pobreza não é obstáculo definitivo para a ascensão social e que, chegando lá, não se deve jamais renegar seu passado ou ignorar os que ainda vivem aquela condição.

Como está eleito em primeiro mandato e ainda não tomou posse, o vereador Paulo Henrique ainda é apenas uma esperança. Mas seu histórico recomenda que ele é alguém em quem se pode apostar sem medo.

Ele garante que vai cumprir o mandato como missão. Não como negócio, como é fácil verificar nas denúncias de ‘rachadinhas’ país a fora.

Cristão católico, 36 anos, advogado, jornalista, vice-presidente do PTB/Cacoal e empreendedor nato (ex-vendedor de queijo). É pai da Maria Clara, filho da Dona Marli (Bairro Paineiras), irmão do Éder e do Deibton José.

Eleito vereador com 547 votos no pleito eleitoral de 15 de novembro, Paulo Henrique Silva concedeu entrevista ao Extra de Rondônia, momento em que fez uma análise da campanha municipal e enumerou seus propósitos no Legislativo em Cacoal.

Atuou em projetos sociais para preparatório de concurso público. Atualmente exerce a advocacia na cidade de Cacoal. Iniciou sua atividade de conscientização política incentivando a participação popular e colocando os interesses coletivos acima dos individuais.

É advogado especialista em direito previdenciário. Formado em comunicação social em 2005, foi convidado pela ex-prefeita Sueli Aragão para trabalhar como assessor de imprensa na Prefeitura de Cacoal em 2006. Em 2011, seu pai falece vítima de câncer em Barretos/SP. “A maior perda até o momento”, explica.

CONFIRA A ENTREVISTA ABAIXO:

EXTRA: Faça uma análise de sua campanha eleitoral. Qual é a maior dificuldade (se teve) que encontrou na campanha?

PAULO HENRIQUE: As mudanças na regra eleitoral já previam que as eleições de 2020 teriam novos elementos. Porém, o cenário imposto pela pandemia da Covid-19 ampliou o panorama inédito deste pleito. Ao contrário do modelo tradicional, a maneira de se fazer campanha este ano desafiou partidos, candidatos, autoridades e, principalmente, os eleitores. Saiu o corpo a corpo e entrou a presença efetiva no mundo virtual. Para mim, a maior dificuldade foi o distanciamento social, motivo do alto índice de abstenção de votos em Cacoal e no Brasil.

EXTRA: Porque o senhor acredita que a população lhe concedeu a vitória nas urnas?

PAULO HENRIQUE: A população, através do voto de confiança, me conduziu ao parlamento municipal para cumprir o papel constitucional de vereador (em consonância com os artigos 29 a 31 da Constituição Federal), que é fiscalizar, julgar as contas, legislar sobre assuntos de interesses local e acompanhar às ações do executivo municipal com imparcialidade. Acredito que nossa simplicidade, determinação e responsabilidade foram reconhecidos pela população de Cacoal.

EXTRA: Qual será sua postura no parlamento a partir de 1º de janeiro de 2021 na aprovação ou rejeição de projetos?

PAULO HENRIQUE: Serei extremamente rigoroso na análise dos projetos apresentados à Casa de Leis. Qualquer iniciativa do prefeito em prol da população e do município de Cacoal terá meu voto favorável. Porém se houver projetos que elevem a carga tributária, desrespeito ao servidor público e afronta aos princípios do direito administrativo e constitucional terá meu repúdio e voto contrário.

EXTRA: Como será seu relacionamento com o Executivo?

PAULO HENRIQUE: Não serei oposição ao prefeito Adailton Fúria e ao vice Cassio Gois. A democracia nos impõe respeito e harmonia entre os poderes. Farei o meu trabalho visando a boa aplicação dos recursos públicos, afinal o orçamento do município de Cacoal para 2021 será de R$ 233.154 milhões.

EXTRA: Seu nome é forte como candidato à presidência da Câmara. O senhor vai disputar mesmo? Caso seja não, gostaria de fazer parte da Mesa Diretora?

PAULO HENRIQUE: Nosso nome está em evidência para presidir a Casa de Leis por sermos abertos ao diálogo, por respeitar, conhecer e cumprir fielmente o regimento interno da Câmara Municipal, o pilar do Poder Legislativo. Vamos respeitar a pluralidade de pensamentos e correntes ideológicas. Devolver ao plenário sua soberania quanto à discussão das pautas e a socialização das matérias aos edis. Sou defensor da liberdade e independência da casa legislativa.

A política só vai funcionar para as pessoas comuns, quando as pessoas comuns e talentosas começarem a participar da política. Quem não cumpre acordo não gera credibilidade, não gera simpatia, muito menos prosperidade legislativa. Conto com apoio e o voto de confiança dos pares para presidirmos a Câmara no Biênio 2021/2022.

EXTRA: Qual é sua mensagem à população de Cacoal?

PAULO HENRIQUE: Acredito que a política é o único instrumento social capaz de mudar a realidade de uma cidade, de um bairro e do seu povo. Decidi sair dos bastidores e me colocar à disposição da população para melhorar a vida das pessoas que mais necessitam. É necessário que o agente público enxergue a política como missão, propósito e não como negócio. Deixo aqui um forte abraço para a população de Cacoal.






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