RO, Segunda-feira, 06 de maio de 2024, às 6:44



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Conta de luz no Brasil é a que mais pesa no bolso do trabalhador, na comparação com outros 34 países

Segundo a Abrace, pouco mais da metade do valor da conta está ligada a geração, transmissão e distribuição da energia elétrica

PORTO VELHO – O Brasil tem a conta de luz que mais pesa no bolso do consumidor entre 34 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), grupo formado pelas nações mais desenvolvidas do mundo. Segundo a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), o impacto do gasto com energia pesa mais para brasileiros do que para consumidores que vivem em economias com renda mais alta, como Estados Unidos e Espanha, e até mesmo entre aqueles que moram em países emergentes, como Chile e Turquia.

Levantamento realizado com base em dados de 2022 mostra o custo residencial da energia elétrica em relação à renda per capita. Os números são da Agência Internacional de Energia e do PIB (Produto Interno Bruto), dividido pelo número de habitantes, calculado para o mesmo ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

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Em média, os brasileiros comprometem 4,54% da sua geração de riqueza anual para o pagamento da conta de luz residencial. Para se ter uma ideia, os espanhóis têm uma média de 2,85%, e os alemães, de 1,72%. Na América Latina, o país fica na frente de economias emergentes, como o Chile (2,65%) e a Costa Rica (2,76%).

O ranking da conta de luz

Custo de comprar 200 kWh de energia elétrica em cada país, em comparação com o PIB per capita (em %)

Brasil – 4,54%

República Tcheca – 3,24%

Grécia – 3,03%

Espanha – 2,85%

Costa Rica – 2,76%

Itália – 2,69%

Chile – 2,65%

Letônia – 2,64%

Eslováquia – 2,32%

Portugal – 2,27%

Polônia – 2,26%

Países Baixos – 2,1%

Turquia – 2,02%

Lituânia – 2,02%

Bélgica – 2,01%

Reino Unido – 2,01%

Estônia – 1,96

Dinamarca – 1,87%

Alemanha – 1,72%

Hungria – 1,44%

Eslovênia – 1,38%

França – 1,23%

Áustria – 1,14%

Finlândia – 1,12%

Nova Zelândia – 1%

Suécia – 0,92%

Coreia do Sul – 0,79%

Irlanda – 0,72%

Noruega – 0,70%

Suíça – 0,60%

Canadá – 0,54%

Estados Unidos – 0,48%

Islândia – 0,39%

Luxemburgo – 0,38%

Fontes: Abrace e Agência Internacional de Energia

Tributos e subsídios

Segundo a Abrace, pouco mais da metade (60%) do valor da conta de luz está ligada a geração, transmissão e distribuição da energia elétrica. O restante é composto de taxas que bancam políticas públicas, subsídios, impostos e ineficiências do setor.

 

A associação afirma que os brasileiros vão pagar cerca de R$ 10 bilhões ao mês a mais na conta de luz em 2023 só para custear tributos e subsídios. Ao contabilizar todo o ano, o valor chega a R$ 119 bilhões.

Na conta de luz, o dinheiro do consumidor garante recursos a diversos setores e fundos, que muitas vezes não têm relação com a área de energia elétrica. Há verbas destinadas, por exemplo, aos segmentos rural e de irrigação, água, esgoto e saneamento. A maior despesa é com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que deve receber das tarifas dos consumidores cerca de R$ 30 bilhões neste ano.

O presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, afirma que os brasileiros pagam caro e várias vezes pelo custo da energia elétrica. “Além da conta de luz residencial, toda vez que um cidadão compra um pão na padaria, uma camiseta para o filho ou um saco de cimento para a construção da casa, por exemplo, está também pagando a energia embutida naqueles produtos. Hoje em dia, numa família, um quarto do que ela gasta por mês é com energia”, diz.

“Se houvesse diminuição no subsídio e nos impostos, a vantagem competitiva que o Brasil tem de ter uma matriz renovável se evidenciaria”, acrescenta o executivo.

Como manter a conta em dia

Os brasileiros pagaram em média US$ 34 (R$ 176,50) por 200 kW/hora no ano passado, um valor parecido com o desembolsado pelos poloneses, que foi de US$ 34,39 (R$ 178,50). Ocorre que a nossa renda per capita estava na faixa de US$ 9.000, enquanto no país do Leste Europeu era de US$ 18.000.

“O valor de 5% da riqueza anual é muito alto para uma conta de necessidade básica. É necessário que o brasileiro faça um planejamento financeiro para organizar suas contas, reduzindo assim a grande fatia do faturamento anual para uma conta básica”, afirma Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios.

Lamounier afirma que a conta deve constar nas despesas fixas, e o consumidor deve se basear nos gastos do último mês, observar se houve aumento da alíquota e provisionar o mais próximo possível do imaginado.

“Mapeie sua renda total separando despesas fixas no seu orçamento. Além disso, esquematize as despesas variáveis, como alimentação, transporte e gastos com saúde, e organize as dívidas e os pagamentos, como parcelas de empréstimos e cartão de crédito. Essas ações vão beneficiar o seu salário mensal e anual.”

Entre os itens que deixam a conta de luz mais cara para os brasileiros em 2023 estão os tributos e os principais subsídios. No caso de atraso das contas, observe sempre o prazo-limite que a distribuidora concede, para evitar cortes desnecessários e pelos quais depois, no caso de religação ou religação urgente, você terá que pagar uma taxa extra pelo serviço, que pode variar até 60% do valor da fatura.

Fonte: r7.com






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