RO, Sábado, 18 de maio de 2024, às 3:06



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Pedro Castillo é atração do ano em Rondônia

MONTEZUMA CRUZ
Novos rostos, mais do mesmo, é a manchete do Perú21. Pedro Castillo improvisa seu terceiro gabinete em apenas seis meses de mandato, diz a manchete do centenário jornal El Comercio. Os dois publicados em Lima, Capital peruana.

Salvo a diferença de tempo de mandato, uma situação não muito diferente do presidente Jair Bolsonaro, que trocou algumas vezes [o Ministério da Saúde na pandemia, por exemplo; o da Justiça, por causa do “ingrato” maringaense Sérgio Moro]; e agora sofre com a economia em palpos de aranha sob o comando de Paulo posto Ypiranga Guedes.

Nesta 5ª feira (3), os dois presidentes se encontram no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, para conversar a respeito de segurança fronteiriça [lá em Santa Rosa do Purus, no Acre] e fortalecer relações bilaterais.

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Coube ao governador Marcos Rocha ser o entusiasmado anfitrião desse encontro bilateral que alcançará poder decisório se para cá vierem os ministros das relações exteriores de ambos os países.

Rodovias e ferrovias apropriadas ao escoamento de carne e grãos ainda repousam em projetos engavetados e guardam aspectos futuristas com o aval chinês. Até lá, desmatamento, exploração de minérios e metais, petróleo, e conservação ambiental voltarão à baila em reuniões iguais a essa, que voltarão a acontecer.

O diário Perú21 diz que o trunfo do presidente Pedro Castillo para chefiar seu novo gabinete – o terceiro em apenas seis meses – é de Héctor Valer Pinto, parlamentar aliado que até agora se destacava apenas pela amplitude de tendas políticas e ideologias que abraçou ao longo de sua carreira.

“É que, apenas no atual Congresso, Valer passou a integrar as fileiras da Renovação Popular [grupo com o qual foi eleito e que o expulsou] para fazer parte do Partido Somos Peru-Roxo e, por três semanas, integrar o Peru Democrático, um grupo formado por dissidentes do Peru Libre para promover a nova Constituição.

“Mas sua filiação partidária começou formalmente em 2008 com o Partido Aprista; e em 2014 fundou a Frente Ampla de Desenvolvimento, que não chegou ao seu registro.

“Nesse mesmo ano, concorreu à presidência regional em Lima com a Unión por el Perú e, dois anos depois, fez o mesmo com o Peru Nación. Passou por sete grupos políticos no total, entre partidos e bancadas.  Já no Congresso, ele também se declarou líder da “corrente ideológica” do “liberalismo social”. Manteve reuniões, entre outras, com o proprietário da Peru Libre, Vladimir Cerrón, com quem, segundo ele, encontrou “coincidências”. Ele ganhou as manchetes por sua frase machista no Legislativo: O cavalheiro que acaba de defender uma mulher deve vestir uma saia.

“Valer, advogado de 62 anos, assumiu ontem o cargo de chefe do gabinete para substituir Mirtha Vásquez, que renunciou denunciando “um problema estrutural de corrupção em várias instâncias do Estado” em relação à crise no Ministério do Interior (Mininter).

“O novo primeiro-ministro tem em sua agenda promover a mudança da Constituição e tem vários de seus promotores como ministros. É, em boa conta, um gabinete de choque. “O Executivo vem cumprindo o que o presidente ofereceu na campanha, que é preparar um momento constituinte para uma nova Constituição. Mas esse momento não é um salto no vazio que pode ser dado em dois ou três anos; tem que ser em quatro, no mínimo, para poder convocar todas as forças atuantes do país”, disse Valer ao deixar o juramento.

“Entre os novos membros do gabinete está o coronel (r) Alfonso Chávarry, natural de Cajamarca e cuja nomeação acabou provocando a renúncia de Vásquez devido à insistência de Castillo em ungi-lo ao cargo. Chávarry foi até recentemente diretor-geral de Segurança Cidadã do Ministério do Interior. Foi chefe da Região Policial de Cajamarca e também chefe do Serenazgo no Município Provincial de Cajamarca”.

Assim Castillo, professor líder sindical e político que atua como o 130º presidente do Peru desde 28 de julho de 2021, após as eleições gerais de 2021, e cujo pai fora escravo numa fazenda, nasceu numa família camponesa e começou a trabalhar na economia informal do Peru ainda adolescente, ganhando algum dinheiro para pagar seus estudos. Em seguida, se destacou politicamente numa greve de professores em 2017 e concorreu nas eleições presidenciais de 2021 como candidato do partido marxista Peru Livre.

A gente lê comentários na mídia rondoniense tratando Castillo de “Lula peruano”. Um freio na língua e um pouco de biblioteca poderia contar aos escrivinhadores que Lula nunca foi comunista, nem marxista. Ponto.
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