RO, Domingo, 11 de maio de 2025, às 6:29






Análise de pesquisa remete a definição de eleição em Rondônia no primeiro turno

Cícero Moura

PORTO VELHO – A campanha bucólica e insossa ao governo, por parte de alguns candidatos, pode definir a eleição no primeiro turno. O histórico eleitoral de candidatos pontuais remete a isso.

VANTAGEM

Se isso for à realidade, Marcos Rocha pode surpreender e já liquidar a fatura sem necessidade de segundo turno. Aliás, a possibilidade de segundo turno é o que anima os adversários do governista.

CONFIANÇA

Paradoxalmente, todos “brigam” pelo segundo turno, tamanha a certeza de que o representante do União Brasil passa com folga pra segunda etapa.

QUASE LÁ

O problema é que se essa folga for além da conta, segundo turno vira algo improvável. O resultado da pesquisa IPEC (antigo IBOPE) divulgada pela Rede Amazônica e o portal G1 mostrou isso.

UTOPIA

Para entender o “absurdo” do raciocínio que está sendo feito, é preciso comparar números de 2018 com os de agora. Claro que são realidades distintas, mas as projeções vêm ao encontro do que está acontecendo.

DIAS ATUAIS

A atual campanha política traz base consistente contra hipóteses aventureiras. Possibilidades tímidas que por incrível que pareça, vieram à tona em razão de um candidato que saiu da disputa.

NÚMEROS

Mas antes de comparar os números, vejamos o perfil dos postulantes. Os nomes mais conhecidos e, teoricamente, sólidos seguem em descompasso com o que a realidade e uma campanha exigem.

DANIEL PEREIRA

O ex-governador é um viajante solitário na disputa. Não é consenso entre os militantes de esquerda e virou candidato ao governo por incompetência do PSB, um partido aliado que perdeu um grande nome quando já era 49 do segundo tempo.

NÃO QUERIA

Aliás, o próprio Daniel em entrevista disse que não tinha projeto para disputar Governo. Não tinha, nem tem. Entrou na disputa para “salvar” a baderna interna provocada pela incompetência organizacional e disputa de egos na tal Frente Democrática de Esquerda.

MINGUADO

Para piorar o ambiente, Daniel não tem Fundo Partidário. No site onde constam os valores recebidos pelos candidatos, não há nenhuma quantia destinada ao candidato Daniel Pereira. O único valor que consta é do candidato ao Senado, Acir Gurcacz, que já teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral.

LEO MORAES

É outro regente de uma orquestra sem músicos. Até o último instante tinha Jaqueline Cassol como candidata ao Senado e grande parceira de campanha. Ficou “agarrado no pincel” quando a deputada anunciou que seria candidata ao lado do Irmão Ivo Cassol.

NÁUFRAGO

Após o “tombo” proporcionado pela sua então candidata ao Senado, Léo Moraes ficou sem rumo. Acabou encontrando um náufrago como ele para resolver a questão. Expedito Junior virou seu parceiro de chapa e há quem diga que Moraes acabou ganhando com isso.

MARCOS ROGÉRIO

Idealizado como líder da Tropa de Choque de Bolsonaro na CPI da Covid, o candidato do PL parece ainda não ter engrenado na campanha. Mantém um discurso lógico de oposição que lhe deixa empacado nos índices de opinião.

CAPITAL

Rogério tem concentrado sua campanha na capital, onde tem a difícil missão de conseguir votos sozinho.  Seu candidato ao Senado e sua candidata a vice-governadora são ilustres desconhecidos em Porto Velho.

MARCOS ROCHA

É, teoricamente, o mais sossegado na disputa. Anunciou Mariana Carvalho como sua candidata ao Senado ainda no ano passado e conta com o apoio de mais de 30 prefeitos de Rondônia.

SERENO

Leva a candidatura com muita leveza e tranqüilidade sem perrengues internos que poderiam provocar uma desestabilização. Como é Governo, sabe que terá críticas e acusações vindas de todos os lados.

NÚMEROS

A pesquisa do IPEC (antigo Ibope) divulgada pela Rede Amazônica, no dia 24 do mês passado, mostrou Marcos Rocha com 30% das intenções de voto contra 29% do então candidato Ivo Cassol. Marcos Rogério ficou com 13%, Léo Moraes 6% e Daniel Pereira 2%, empatado com Pimenta de Rondônia. Val Queiroz que teve a candidatura indeferida apareceu com 1% das intenções.

DADOS

A pesquisa ouviu 800 pessoas em 26 cidades de Rondônia. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos com índice de confiança em torno de 95%.

CORRERIA

Após a desistência de Cassol e o avanço da propaganda eleitoral, começaram as buscas acirradas por voto. A “briga” pelos 29% de Cassol é uma incógnita.

AVALIAÇÃO

Considerando o cenário atual e os números de 2018, Marcos Rocha seria o mais beneficiado estatisticamente. Na eleição passada Marcos Rocha foi para o segundo turno com 183.691 votos, sendo 46.938 votos recebidos em Porto Velho

AVALIAÇÃO 2

No segundo turno Marcos Rocha foi eleito com 530.188 votos, sendo 155.048 conquistados em Porto Velho.

AVALIAÇÃO 3

Importante destacar que agora Marcos Rocha já é conhecido como gestor, conseguiu aliados importantes na capital e alinhou apoio com 36 prefeitos de Rondônia.

ESTRATÉGIA

Nesse contexto apresentado, seu nome aparece muito bem. Fechou parcerias importantes em Porto Velho que deixaram os adversários sem opção, e ajustou alianças no interior que lhe dão maioria na preferência.

RESUMO

Se essa lógica prevalecer, me parece que os adversários de Rocha ficarão limitados a grupos pontuais de aliados. E pelo que se vê, não será uma missão muito fácil reverter o quadro.

Autor: Cícero Moura

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