RO, Terça-feira, 22 de abril de 2025, às 4:00






Vilhena vira ‘quintal’ do crime organizado para esconder caminhões roubados. Civil de MT cumpre 120 mandados e prende dono de oficina

Investigações da Derf de Cuiabá identificaram um grupo criminoso estruturado com atuação em outros quatro Estados do País

VILHENA – É assombroso o nível de ousadia do crime organizado com suas facções de Norte a Sul do Brasil a ponto de se dá ao luxo de agir compartilhadamente – cada grupo cuidando de tarefas específicas e coordenadas. Essa semana, por exemplo, a Polícia descobriu que um grupo criminoso resolveu fazer desta cidade no extremo Sul de Rondônia seu quintal ou um ‘mocó’ para esconder módulos de caminhões roubados nas rodovias brasileiras.

A delegacia especializada em roubos e furtos (Derf) da Polícia Civil de Mato Grosso, em Cuiabá, cumpre, na manhã desta quinta-feira, 26, 120 ordens judiciais no âmbito da operação ‘safe truck’. A ação objetiva desarticular um grupo criminoso envolvido em roubos, furtos e receptação de módulos e outras peças de veículos pesados, como carretas e caminhões.

Um dos braços da operação aconteceu em Vilhena, onde recentemente aconteceu um furto do chamado ‘cavalo mecânico’ de carreta, crime noticiado pelo Folha do Sul on Line. Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil de Rondônia, o dono de uma empresa especializada em mecânica da computação foi preso, mas não foi informada qual é a participação dele nos furtos.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Capital, sendo cumpridos 20 mandados de prisão preventiva, 46 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares como bloqueios de contas bancárias e sequestro de veículos.

O grupo criminoso, com mais de 30 membros identificados, teria movimentado mais de R$ 60 milhões com os crimes praticados. Entre os alvos identificados nas investigações, estão empresas localizadas em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, em Mato Grosso.

O grupo criminoso também conta com ramificações nos Estados de Rondônia, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo.

As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Rondonópolis, além das cidades de João Pessoa (PB), Vilhena, Araçatuba (SP) e Araranguá (SC).

A investigação integra o planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso de enfrentamento às organizações criminosas, por meio da Operação Inter Partes, que integra o programa Tolerância Zero, do Governo do Estado.

Estrutura organizada

As investigações da Derf apontaram que o grupo criminoso possuía uma estrutura organizada. Cada integrante possui uma função bem definida, havendo o núcleo responsável pelos roubos e furtos das peças, e outro responsável pela venda dos produtos para empresas e oficinas de Mato Grosso e de outros Estados do País.

Segundo a investigação, os executores dos furtos viajam para outras regiões a fim de cometerem o crime. De lá mesmo, eles despacham as peças via transportadora, endereçada a um dos líderes.

As apurações apontam que se trata de uma atividade criminosa altamente rentável, conforme se depreende da vultosa movimentação dos membros do grupo. Por outro lado, as vítimas sofrem prejuízos e ficam impossibilitados de desenvolver a atividade profissional.

Lavagem de dinheiro

Em análise dos dados financeiros dos investigados, foi constatado grande movimentação de valores considerados atípicos, incompatíveis com os rendimentos dos alvos, assim como diversos elementos de materialidade do crime de lavagem de capitais, praticados pelos integrantes da organização criminosa.

A cooperação entre diferentes unidades da Polícia Civil e o compartilhamento de informações com outras forças policiais foram cruciais para o avanço das investigações. A análise cruzada de dados bancários, registros telefônicos e informações colhidas em campo permitiu a construção de um panorama detalhado da atuação da organização criminosa.

Com o avanço das investigações, ficou evidente a necessidade de medidas mais abrangentes para desarticular o grupo criminoso, sendo representado pelas prisões preventivas, buscas, apreensões e bloqueio de ativos junto à Justiça. As medidas têm como objetivo não apenas a responsabilização dos envolvidos, mas também a interrupção das atividades criminosas e a recuperação dos ativos obtidos ilegalmente.

Apoio operacional

A operação contou com a participação de 162 policiais do Estado de Mato Grosso, lotados na Diretoria Metropolitana, na Regional de Rondonópolis e Sinop, subordinadas a Diretoria do Interior, e na Diretoria de Atividades Especiais com o apoio de equipes das Polícias Civis de Araçatuba (SP), Vilhena (RO), Araranguá (SC) e Delegacia de Repressão ao Crime Organizado de João Pessoa , que disponibilizaram 20 policiais para o cumprimento das ordens judiciais em seus respectivos Estados.

Nome da operação

Safe truck faz referência ao objetivo da operação que é proporcionar segurança pública aos profissionais que trabalham com carretas e caminhões no Estado de Mato Grosso.

Autor: Da redação do Folha do Sul on Line, com informações da Polícia Civil/MT

www.expressaorondonia.com.br


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