RO, Terça-feira, 07 de maio de 2024, às 8:48



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Ucrânia, cem dias de guerra

Em 24 de fevereiro, tanques russos invadiram a fronteira com a Ucrânia e as forças de assalto se aproximaram até Kyiv. O presidente Vladimir Putin esperava que o ataque sobrecarregasse o país vizinho e derrubasse o governo. No entanto, foi desencadeada uma guerra total que já dura três meses e não há fim à vista, por enquanto.

Para o jornal La Tercera, de Santiago do Chile, a invasão russa da Ucrânia transformou o cenário político e militar da Europa. Por um lado, a guerra levou a União Europeia a tomar medidas sem precedentes – como proibir todas as importações de petróleo russo que chegam por mar até o final deste ano – e uniu o bloco de maneira nunca antes vistas.
Além do pacote de sanções, houve perseguições de pessoas próximas ao Kremlin.

Também fortaleceu a OTAN,
uma vez descrita como “morte cerebral”, a ponto de, em meados de maio, tanto a Finlândia quanto a Suécia pedirem formalmente para ingressar na Aliança. Isso também significou que os países investem mais em defesa.

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A Alemanha, por exemplo, deu uma guinada ao aprovar nesta semana o maior gasto nessa área em 83 anos.

Enquanto estiver na Rússia, as perspectivas para o presidente Vladimir Putin parecem complexas. Segundo fontes do portal Meduza próximas ao Kremlin, grupos de elite, tanto a favor quanto contra a guerra, estão descontentes com o presidente, porque as sanções ocidentais começaram a atingi-los. Moscou, diz o portal, espera que “no futuro próximo” o presidente saia e escolha um sucessor. Somam-se ao exposto os rumores sobre o estado de saúde de Putin, que muitos especialistas acreditam serem alimentados pelo próprio Kremlin.

A revista Newsweek, com base em fontes de inteligência, destacou que em abril o presidente foi tratado de câncer avançado e que houve até uma tentativa de assassinato.

É neste contexto que os analistas sustentam que uma solução diplomática para o conflito é um cenário difícil. “Putin não vence abrindo mão de nenhum dos territórios invadidos, pois os considera historicamente russos. Embora países terceiros possam estar defendendo a satisfação parcial dos apetites territoriais de Putin para restaurar a paz. A Ucrânia definitivamente se oporá a essas soluções”, disse Margarita Zavadskaya, do Instituto Aleksanteri da Universidade de Helsinque.

Para Andrey Kortunov, diretor do Conselho Russo para Assuntos Internacionais, o “conflito em si ainda está longe de terminar”, então “as consequências internacionais vão se acumulando com o tempo”. “Por muitos anos, tribunais internacionais realizarão audiências sobre muitas acusações feitas contra a Rússia por crimes de guerra na Ucrânia.

A liderança da Rússia permanecerá tóxica para qualquer interlocutor internacional por muito tempo. Esse cenário vê o Ocidente emergindo do conflito mais consolidado do que nunca desde o fim da Guerra Fria. As diferenças táticas entre os EUA e seus aliados na Europa não se tornarão um obstáculo intransponível no caminho de uma política comum em relação à Rússia”, disse ele ao La Tercera.

[Pela transcrição: Montezuma Cruz]






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