PORTO VELHO – Nem sempre os áudios e vídeos que circulam nas redes sociais são fake e muitos vezes são prenúncios do que está por vir, como aconteceu esta semana, que desde  terça-feira vinha tendo áudios anunciando terrorismo ambiental, com uma convocação apócrifa, convocando produtores rurais da região sul do Amazonas, parte do Acre, e na Ponta do Abunã, em Rondônia, uma região de tríplice divisa de Rondônia, Acre e Amazonas.

A reportagem do www.expressaorondonia.com.br tentou, nesta quarta-feira, contato com o Ibama, mas não obteve êxito.

Já a reportagem do site rondoniaovivo.com conseguiu estabelecer contato com a sede do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) que tinha, supostamente, convocado uma reunião com a população da Ponta do Abunã, região de distritos pertencentes a Porto Velho.

O encontro aconteceu na quadra de uma escola estadual no distrito de Extrema, na manhã desta quarta-feira, 29.

Vários fiscais do órgão ambiental se encontraram com produtores rurais e famílias da região, quando apenas um homem que se identificou como Bruno e que seria coordenador operacional do grupo que atuaria na área. Ele explicou o motivo da presença de todos ali.

“É uma operação nacional de Brasília, não só de Rondônia. Vim aqui para expor os objetivos dessa operação. Como vocês sabem há uma decisão judicial determinando que o desmatamento na Amazônia seja freado. O fim do desmatamento ilegal é um objetivo do Governo Federal. Essa operação nossa tem esse objetivo: reduzir o desmatamento na Amazônia”, disse ele.

E ele continuou: “todas essas regiões que a gente puder atuar, teremos este espírito. Qual o objetivo estratégico dessa operação? Sabemos que há várias áreas embargadas por desrespeito ao Ibama. A nossa intenção aqui é que esse desmatamento pare. Nós sabemos que a comunidade tem influência na região. Com os dados que vamos apresentar para vocês, vão entender que o desmatamento deve ser freado”.

O coordenador da operação ainda pontuou: “vários aqui são produtores rurais, vários podem ter suas propriedades regularizadas. E vários aqui têm interesse que esse desmatamento seja parado. Nós queremos trabalhar com os senhores.

Tem várias equipes em campo e tem várias áreas de desmatamento novas, que nós temos conseguido identificar por meio de satélite”.

O representante do Ibama na reunião ainda comentou quais as principais provas de que o desmatamento na região da Ponta do Abunã poderia ser combatido.

“Funciona assim: o satélite passa e identifica aquela área aberta. Quinze dias depois, aquela área já está ampliada. Quando

essa área de floresta aparece desmatada, gera uma ordem para que o Ibama possa agir. É definida uma vistoria na área.

Vamos até a área e já está desmatada. Não tem mais floresta. Aí que nós temos que agir. Aplica-se a multa e o embargo, a não ser que a área tenha sido convertida de forma legal. Se não tem autorização, o Ibama tem que agir”.

O fiscal do órgão ambiental ainda disse como seria a atuação dos membros da operação nas áreas que seriam suspeitas de crimes ambientais.

“Qual o nosso papel? Cumprir a lei. O que nós vamos fazer aqui na região? Fazer isso. Se existem áreas com grande desmatamento, serão nossa prioridade. Esse é um ponto chave na questão. É por isso que acreditamos que teremos a colaboração de toda a comunidade. Por que estamos na região de Extrema? Basicamente, se estamos aqui hoje é por uma grande quantidade de desmatamentos”.

 

Divergências

A presença dos agentes do Ibama na região da Ponta do Abunã dividiu opiniões, com pessoas apoiando a operação e outras contrárias ao combate do desmatamento ilegal.

“É por causa de alguns fazendeiros que derrubam 100, 200 e muito mais que os pequenos estão pagando”.

“Não tem nenhum apoio para ajudar a regularização, por tanto (sic) não podem punir”.

“Por causa desse desmatamento que esse povo que está acabando com o mundo. É por isso tá tudo ficando debaixo da água. Vi as enchentes carregando animais gente me deu dó das pessoas e dos bixinhos (sic)”.

“Gera emprego para aqueles que dependem do desmatamento para ganha o pão de cada dia e tá resolvido”, escreveram alguns moradores da Ponta do Abunã em uma página no Facebook.

Fonte: Com informações do rondoniaovivo.com

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