PORTO VELHO – Depois de sucessivamente negativas em acatar a ordem judicial que cassou os direitos políticos e decidiu pelo encerramento do mandato do deputado Edson Martins, o presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano, deixou de lado o inexplicável protecionismo a seu protegido e convocou para a próxima segunda-feira, 13, a posse do suplente Saulo Moreira.
Edson Martins está condenado por improbidade administrativa, em um processo da época em que ere prefeito do município de Urupá, perdendo todas as ações que impetrou na Justiça, vinha sendo mantido no cargo pela mesa diretora, sem maiores explicações, usando todas manobras possíveis para isso.
Chegou a um ponto em que passou-se a perguntar: é coleguismo ou rabo preso dos deputados da mesa diretora com o Edson Martins?
Mas é só dar uma olhada no diário Oficial da Assembleia Legislativa, edição desta sexta-feira, 10, que Redano ainda tenta, como aquele adágio popular, “salvar os dedos depois de perder os anéis”, e convocou uma reunião extraordinária da Mesa Diretora da Assembleia para 16h30 de segunda-feira.
Logo ao lado dessa convocação, “para deliberar acerca da decisão judicial” que afastou Edson Martins, um tipo de convocação nati-morta, porque, ao contrário da proposta de “deliberar” não há o que decidir, porque a decisão já foi tomada há tempo.
E, meia hora depois, todos os 23 deputados estão convocados à uma reunião extraordinária para “posse de suplente”, no caso o ex-deputado estadual Saulo Moreira.
SÍNTESE
Quando prefeito de Urupá, na primeira metade da década 2000/2010, Edson Martins cometeu o que a Justiça da Comarca de seu município enquadrou como “improbidade administrativa”, condenando-o à perda do mandato.
O caso veio para a segunda instância, o Tribunal de Justiça, onde foi confirmada a sentença da juíza da comarca de alvorada do Oeste, com jurisdição sobre Urupá. Edson Martins recorrer às instâncias superiores e seus argumentos foram rejeitadas em todas elas.
Durante anos, Edson Martins foi se mantendo no mandato, pendurado em liminares e recurso meramente procrastinatórios, resultando na emissão de ofício da Justiça à presidência da Assembleia determinando o encerramento do parlamentar e convocação do suplente. Foram meses sem cumprir a determinação judicial.
De seu lado, talvez por coleguismo ou outro motivo qualquer, o presidente Alex Redano preferiu prevaricar, e só entendeu que a decisão judicial tinha de ser aplicada pelo legislativo quando se viu ameaçado de enquadramento pela lei, além de uma investigação do Ministério Público.
Pela maneira como a questão foi conduzida pelo presidente da Assembleia, será que essa novela ainda terá novos capítulos?
I don’t believe!
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