RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 15:03



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Sequelas da Covid-19 são desafios para pacientes que viveram o drama do estágio mais grave da doença

RONDÔNIA – O aumento do número de jovens em busca de tratamentos para o fortalecimento muscular, e movimentos ligados à coordenação motora, tem chamado a atenção dos profissionais de fisioterapia em clínicas de referência em Rondônia. A justificativa são casos considerados sequelas no pós acometimento da Covid-19.

Michelle conta que a doença evoluiu rapidamente para um estágio grave

Embora o vírus da Covid-19, o Sars-CoV-2 não afete única e exclusivamente o sistema respiratório, um dos sinais de maior gravidade continua sendo o comprometimento do pulmão. A reclamação do cansaço em pequenas atividades diárias e complicações da retina é comum entre as principais sequelas ligadas à doença, segundo explica a fisioterapeuta, Isabela Moura.

Além disso, ressalta a profissional, que um grande número de pacientes no pós-Covid-19 tem apresentado problemas de pressão (hipotensos), dores lombares e torácicas. “Essas sequelas geralmente não são de passagens rápidas, elas são persistentes e podem durar meses e a fisioterapia tem sido essencial no processo de reabilitação, não só pulmonar como metabólica, porque melhoramos tanto a resistência, quanto a fadiga com a imposição de exercícios que sobrecarregam o sistema respiratório, sempre com cuidado monitorando a pressão e frequência cardíaca, do paciente”, argumenta.

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DEPOIMENTO

A funcionária pública, Michelle Batista, de 36 anos, conta que foi diagnosticada com o vírus por duas vezes. Na primeira contaminação, diz que sentiu apenas sintomas leves, como um resfriado. Após três meses, foi novamente acometida pela Covid-19, mas desta vez um relato forte e impactante de uma jovem que sobreviveu à luta contra à doença e que encontrou em Deus a força de vontade para vencer a batalha.

Michele sofreu diversas complicações e chegou a ser desengana devido ao quadro gravíssimo

Michelle descuidou das recomendações preconizadas, por meio da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Governo do Estado e o apelo conhecido mundialmente de manter distanciamento social, uso de máscara, utilização do álcool em gel, que para ela parecia ser apenas discursos repetitivos. Acreditava ter adquirido resistência no organismo, por já ter sido contaminada uma vez.

“Eu não tenho nenhuma doença prévia, não faço parte do grupo de risco, sou uma pessoa saudável, me alimento bem, pratico atividades físicas, jamais imaginei que poderia acontecer comigo o que aconteceu”, adianta Michelle.

Ao que parecia uma inofensiva crise de tosse durante à noite, tornou-se um dos maiores pesadelos da vida de Michele. Ao investigar, descobriu tratar-se de uma nova contaminação, mas que desta vez a atingiria em um quadro muito mais severo. “Chegando ao hospital, com a saturação muito baixa, os médicos me encaminharam imediatamente para internação, para UTI, fui entubada, onde permaneci durante 42 dias em coma induzido, cerca de 60 dias de UTI, e 70 de internação, eu quase morri”.

A jovem que hoje está recuperada e fazendo tratamentos, garante ainda que sofreu diversas complicações como parada respiratória, falência dos rins e recebeu a terrível notícia de que a probabilidade de ter que conviver com sequelas eram altíssimas. “Disseram que eu teria sequelas neurológicas devido ao tempo de sedação. A medicina diz que a partir do 20º dia começam as consequências cerebrais, graças a Deus eu não tive e fiz na UTI mesmo a fisioterapia respiratória e muscular. Acredito que isso foi fundamental no tratamento como um todo”, enfatiza.

Outra sequela que poderia virar rotina na vida de Michelle seriam as sessões de hemodiálises, o que também não se concretizou. Além disso, os médicos acreditavam que Michele não conseguiria apresentar uma boa coordenação motora, a ponto de comprometer o movimento das mãos, e pernas devido a neuropatia e miopatia generalizada, o que levou ao enfraquecimento dos nervos e musculatura. “Eu não conseguia mover e nem sentir as minhas pernas, a minha mão tremia e não conseguia fazer o movimento de pinça. Foi muito difícil, eu fiquei em uma cadeira de rodas durante um tempo”.

Durante a internação no leito de UTI, ela conseguiu mudar a própria realidade. “Foram horas e horas de esforço. Claro que a equipe foi maravilhosa na questão de me direcionar, mas o esforço pessoal foi muito intenso também, praticamente por um milagre da medicina voltei a andar normalmente em duas semanas de tratamento pós-Covid-19”, contou a jovem.

 

 

 

 

Fonte
Texto: Marina Espíndola
Fotos: Jhonathan Von Rondon Andrade e Frank Néry
Secom – Governo de Rondônia






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