RO, Segunda-feira, 20 de maio de 2024, às 9:20



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Governo tentar jogar para população responsabilidade que é sua no controle da pandemia

PORTO VELHO – O que você achou da exigência de um salvo-conduto cada vez que você tiver que sair de casa? Mesmo quem defendeu necessidade do isolamento total, e de medidas mais duras que as que vinham sendo praticadas antes, também reclama da exigência. E não há quem deixe de criticar a gestão pública por não ter agido mais rápido, conforme médicos entrevistados pelo expressaorondonia.com.br se posicionaram.

“E o pior é que o governo, de forma aberta, culpa a população. Dizer que não tem UTI é brincadeira. Aliás, é só dar uma olhada e falar sério: há muito tempo, ouço pessoal da saúde falar que não há leitos de UTI disponíveis no sistema estadual, e isso muito antes do covid chegar por aqui”, disse a dona de casa Ângela Souza.

Na frente da Feira do Um, o dia estava amanhecendo e já havia gente conversando sobre o assunto. “O governo não conseguiu proteger nem as UPAs que foram assaltadas diversas vezes, como é que vai agora querer parar todo mundo pedindo um pedaço de papel. Quero ver é eles pararem a bandidagem”, comentava um taxista que dizia já ter sido assaltado, “e ficou por isso mesmo”.

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“Eu não vou discutir com o policial. Se ele quiser multar, que multe. Tenho 75 anos e nem na época que vocês chamam de ditadura eu nunca precisei de papel para circular pela cidade. Eu era estudante noturno, trabalhava durante o dia, o mais que a polícia pedia era a identidade. Por que vou precisar de um papel para dizer ao guarda que vou comprar pão”, disse Sérgio, admitindo que muita gente “tá abusando”, mas reclamou porque a polícia não agiu como deveria e agora todos somos penalizados”.

“Temos um secretário de Saúde que gosta mesmo é de televisão. Votei nesse governador e ele fica sempre dizendo que é amigo do presidente. Ora, se é amigo do presidente por que não foi lá em Brasília pedir que viesse uma tropa de choque do Ministério da Saúde para cá, como foi feito em Manaus?”, quis saber outro reclamante, numa padaria da Calama.

Reclamações também contra ter de fazer um documento para cada assunto. “E quem não tem celular como eu, e nem sei mexer em computador”, questionou Marcos S, vendedor de uma banca de frutas. Para ele, e muitos outros, “faltou o governo agir quando fizeram aqueles festões que saiu em tudo que foi site? Ou por que não agiu com as farras nos bairros da periferia ?”.

A MULTA

Segundo o site do governo, a multa para quem for flagrado rodando na cidade sem máscara e sem documento autorizativo é pesada. “Como vou pagar ?”, perguntou Maria Antônia, que há dois meses perdeu emprego de vendedora em uma loja. “Só se eu rodar a bolsinha”, ironizou.

Para as pessoas físicas que cometerem penalidades com as infrações de natureza grave, o valor da multa será de R$ 150; já para as infrações de natureza gravíssima, será de R$ 300. Para pessoas jurídicas, os valores são dobrados, sendo R$ 300 para infrações graves e R$ 600 para gravíssimas. As multas podem ser aplicadas cumulativamente por cada ato e por dia de descumprimento.

Será autuado, também, quem estiver organizando festas e eventos em contrariedade às normas de proteção à saúde, e, neste caso, cometerá uma infração de natureza gravíssima e o valor da multa será quadruplicado, conforme o quantitativo de participantes. Em caso de reincidência (quem comete o mesmo delito) os valores poderão ser dobrados, com a devida interdição do local.

As multas serão recolhidas ao Fundo Estadual FUN-Heuro, criado pela Lei Complementar Estadual N° 1.033, de 22 de agosto 2019 que, segundo o governo do Estado, destinará os recursos para construção de um novo hospital na capital.






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