RO, Sexta-feira, 09 de maio de 2025, às 1:31






Rondônia é o maior produtor de cassiterita do Brasil e o quarto em nióbio, mas deixa ir embora parte da produção de ouro

Em seu Observatório Econômico, governo estadual não divulga, nem analisa o setor mineral

Montezuma Cruz

Dados que anualmente a Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog) recebe de Brasília demonstram que Rondônia ainda está na rabeira da produção de ouro, mas o governo estadual ainda esconde esse componente na arrecadação financeira mineral. Na economia oculta, o estado segue em 1º lugar na produção de estanho; é o 4º em nióbio; e deixa ir embora o ouro, tal qual nos anos 1980, quando o contrabando era feito pelo ex-aeroporto Belmont.

Segundo o anuário mineral brasileiro, onde se publicam as principais substâncias metálicas do País, Rondônia fechou o ano de 2022 com 12.02 mil toneladas de minério concentrado de estanho (cassiterita), ocupando o 1º lugar na produção nacional, enquanto o Estado do Amazonas é o 2º, com 7,44 mil t. O Estado do Pará é o 3º, com 2,74 mil.

A produção nacional brasileira de cassiterita é de 24.147.707 t. Dados de 2023 ainda não estão disponíveis.

O valor bruto da produção de cassiterita comercializada em Rondônia totalizou naquele ano R$ 881,33 milhões.

Ouro: produto da conturbada relação de trabalho e de regras ambientais

O ouro declarado totalizou 1,6 tonelada, no valor de R$ 439,05 milhões. No País foram R$ 8,721 bilhões. Rondônia é o terceiro estado produtor, aponta a Compensação Financeira de Exploração Mineral (Cefam), que é paga pela utilização econômica dos recursos minerais.

Em 2021, a Secretaria de Finanças do Estado informava que a arrecadação financeira sobre ouro no estado passava de R$ 1,7 milhão em 2019 para R$ 5,2 milhões em 2021. Estava próxima a quadruplicar e, se duplicou de fato, a informação não foi divulgada.

Daquele montante, 15% seriam destinados ao estado e 60% distribuídos aos municípios onde há produção desse metal. Da Cefam se beneficiam, principalmente, Nova Mamoré e Porto Velho, apurou este repórter em 2021. Suas prefeituras utilizam a chamada fonte 100  para investir em informática e educação o dinheiro recebido.

Na classificação despontam: Pará (R17,1 t e R$ 4,74 bilhões); Mato Grosso em 2º lugar (12,5 t e R$ 3,38 bilhões). Depois de Rondônia vêm: Tocantins, Amazonas, Amapá, Goiás e Maranhão.

Nióbio: Rondônia tem muito mais do que se imagina

Minério estratégico contido na columbita e tantalita, o nióbio aparece na estatística apresentada pelo Anuário: Rondônia ocupa o 4º lugar na produção nacional, depois de Goiás, Minas Gerais e Amazonas, tendo obtido 1,41 mil t, do total de 23.032.412 t.

Em 2022 o valor total do nióbio entre os quatro maiores produtores nacionais somou R$ 1 bilhão 98 milhões 461 mil e 500. Desse montante, Rondônia (876 t) ficou com R$ 41,35 milhões. Goiás, o 1º produtor (26,4 mil t) movimentou R$ 528,077 milhões.

Conforme avaliações do Serviço Geológico do Brasil (antiga Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais), é possível encontrar mais depósitos de nióbio no estado.

MONTEZUMA CRUZ

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