RO, Segunda-feira, 06 de maio de 2024, às 19:52



RO, Segunda-feira, 06 de maio de 2024, às 19:52


Rolim de Moura derruba ipês amarelos, sua grande riqueza paisagística

Rolim de Moura, na Zona da Mata de Rondônia, a 482 quilômetros de Porto Velho, tem algo em comum com a Capital: a falta de planos e de cuidados ambientais está pondo abaixo sua riqueza paisagística e ambiental. Hoje, quarta-feira, foi o dia do corte e derrubada de ipês amarelos na Rua Corumbiara, para atender a reforma do prédio do Fórum da cidade.

A Aruana Ação Ambiental da Amazônia, entidade que congrega ambientalistas e militantes de Rolim de Moura e de outras cidades, protestou: “É incompreensível que isso continue acontecendo: todo ano se repetem esses cortes e podas criminosas”, disse o presidente da organização, Fabiano Gomes.

Entristecida, Ana Patrícia Hirooka publicou no grupo de Waths App: “Quero compartilhar com vocês uma cena comum em nossa cidade, mas que ainda gera uma indignação da população e com toda razão: mais árvores foram suprimidas.”

- Advertisement -



Ela diz que desta vez a derrubada é decorrente da reforma do Fórum de Rolim de Moura e lembra que no dia 29 já haviam cortado algumas árvores do estacionamento. “Hoje cortaram os ipês amarelos. Quem passava pela Rua Corumbiara não tinha como não reparar durante sua florescência, eram belíssimos.”

ANTES

O ipê amarelo encantava; ultimamente é perseguido pelo mal planejamento de obras. (Foto do Google)

Segundo Fabiano Gomes, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano “parece complacente” com o quadro agora irreversível. “O centro da cidade está escalpelado, sem árvores, só temos três praças sem assistência de jardinagem, e reclamamos mais de uma vez ao secretário Olício Domingos Lopes para evitar esse absurdo.”

NESTA QUARTA-FEIRA ?

Troncos no chão. Prefeitura não tem departamento especializado para avaliar podas e derrubadas

O ambientalista lamenta “a visão míope” em relação ao bem-estar da população: “Enquanto derrubam árvores, fecham os olhos à gambiarra de fios que podem sujeitar as pessoas a ser vítimas de descargas elétricas em dias de temporal”.

Fiação para todo lado: “enfeite” às avessas no centro de Rolim de Moura; gambiarra fica, árvores tombam

A Aruana não recebe justificativas a respeito, queixa-se Fabiano Gomes: “Elas nunca são apresentadas, e quando isso acontece, se repetem: são em função de reformas, ampliação, obras, etc.”

O dirigente lamenta que a própria política urbana praticada pela atual gestão não dá prioridade à criação de espaços verdes.” “A Aruana tem lutado pela criação de um departamento de parques e jardins, órgão que traria a regulamentação de plantios, adequando obras e espaços naturais”, ele assinala.

Obras de reforma do Fórum de Rolim de Moura eliminam ipês amarelos ?

“Não entendo porque não consideraram as árvores no projeto; poderiam pensar num espaço de convivência para os funcionários e os usuários do serviço”, diz Ana Patrícia.

“Onde elas estavam, em nada comprometeria a obra do prédio, pois sobra espaço. Não entendo esse comportamento anti-meio ambiente e alheio ao nosso bioma; já sentimos os efeitos nocivos dessa ação, tanto visual quanto a sensação térmica.”, lamenta.

Os pés de ipês plantados na entrada do fórum continuam lá. As mudas foram plantadas em 2021. No entanto, Ana se queixa de que o projeto que o Tribunal de Justiça divulgou na reportagem de um site  onde só aparecem palmeiras. Assim, deduziu que os ipês plantados no ano passado darão espaço para as palmeiras.

Já na Câmara Municipal existem palmeiras plantadas já adultas, e elas atraem araras, pássaros que comem as folhas até matar o pé para transformá-lo em abrigo para elas. “Sem falar as folhas enormes que caem e podem danificar a estrutura do prédio. Enfim, sob esse pretexto, estavam querendo tirar essas palmeiras da Câmara de Vereadores”, ela assinala.

“A minha impressão é que damos um passo à frente, e as ações da Aruana contribuem nesse sentido, plantando, cuidando, chamando as pessoas para as nossa ações, porém, retrocedemos anos ao nos deparar com o corte de árvores saudáveis e apropriadas para nossa região, como é o caso dos ipês que deveriam ter mais de uma década.”

MONTEZUMA CRUZ
Com imagens de Ana Patrícia Hirooka e Imagem no Google






Outros destaques


+ NOTÍCIAS