RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 20:00



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Reescrevendo a história (de forma errada) – parte 1 – Lúcio Albuquerque*

A construção da EFMM foi um item do Tratado de Petrópolis, como compensação da passagem de uma parte da região onde hoje é o Acre para o Brasil

Lúcio de Albuquerque*

PORTO VELHO – Recentemente, alegando o uso de “inteligência artificial”, divulgaram umas fotos de vários pontos de Porto Velho, e numa delas o Prédio do Relógio, há alguns anos sede da prefeitura. A imagem mostra o que eu nunca vira e outras pessoas com as quais conversei, versadas na história local, pelo que me disseram, também não. O desenho do prédio, feito, conforme o enunciado, em “IA”, mostra uma porta de acesso enorme bem na coluna onde os relógios estão instalados o que, volto aos que consultei, nunca aconteceu.

A ideia da mídia “História de Porto Velho” é que estão reescrevendo a história, da mesma forma como alguns ainda insistem em manter citações absurdas, como a de que a primeira dívida externa do Brasil foi para pagar a construção da Madeira-Mamoré, ou que, ainda com relação à EFMM, “cada dormente é um homem morto na construção da ferrovia”.

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É preciso ficar bem claro que não sou historiador, sou apenas um curioso que gosta de pesquisar, de ouvir, e de checar informações, e que, quando cometo erro, o que é comum no ser humano, peço desculpa – que o digam os leitores diários da minha coluna “O Dia na História”.

A construção da EFMM foi um item do Tratado de Petrópolis, como compensação da passagem de uma parte da região onde hoje é o Acre para o Brasil. O governo brasileiro realizou uma concorrência, vencida por um brasileiro que a seguir a vendeu ao megaempresário Percival Farqhuar que recebeu a concessão para construir e explorar durante vários anos.

(Aqui outro erro, e de quem revisou o texto, porque nos caracteres aparece “Farquar”, quando a citação é Farqhuar”. Detalhe, mas é erro).

A mídia a recebi de um amigo que é bom conhecedor da nossa história e um dos que busco quando tenho dúvida para escrever algo do ramo. O vídeo da prefeitura, intitulado “História de Porto Velho”, não posso negar: do ponto de vista de visual tem boa apresentação – pelo menos em meu entendimento. O problema é o texto.

 

Sobre o vídeo recebi mensagens de várias pessoas e três delas perguntavam: “Lúcio, o que fazia o “superintendente?”. Tive de explicar que era o que depois passou a ser chamado de “prefeito”.

Logo de saída vem a citação “Por volta dos anos 1900…”. Talvez seja em razão de eu gostar de trabalhar com datas que de saída já impliquei. “Por que o redator não simplificou? Simples: “Em 1914 foi criado o município de Porto Velho, até então fazia parte do município de Humaitá”, seria isso.

 

Minha sugestão ficou mais extensa do que o texto da mídia. Mas quando cito “simplificar” talvez seja a mania de repórter que busca informar sem tomar partido, mas sempre facilitando ao máximo o entendimento de quem me leia.

(Volto amanhã, com mais sobre o assunto)

*É repórter






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