RO, Sábado, 18 de maio de 2024, às 23:56



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Realiza sonho de menina carente e, ao voltar pra casa, tem carro destruído por viatura da PM que perseguia motoqueiro

Já refeito do susto e se recuperando das lesões provocadas pelo acidente, o acreano diz que espera recuperar o prejuízo causado pelo acidente

VILHENA – Os frenéticos acontecimentos da vida às vezes parece testar a fé e a confiança de que tudo pode mudar. Um cabelereiro novato nesta cidade passou horas em uma atitude que poucos têm: ele gastou boa parte do domingo para realizar o sonho de uma menina carente e, quando voltava para casa, teve o carro atingido e destruído por uma viatura da Polícia Militar em perseguição a um motociclista infrator.

Não bastasse o susto e as dores dos ferimentos provocados pela batida, Juciê ainda foi constrangido pelos policiais a se submeter ao teste do bafômetro, quando dava entrada no hospital, mas recusou-se.

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Já refeito do susto e se recuperando das lesões provocadas pelo acidente, o acreano diz que espera recuperar o prejuízo causado pelo acidente

Ainda se recuperando dos ferimentos, o cabeleireiro Gustavo Juciê Silva e Silva conversou por telefone com a reportagem Folha do Sul on Line e deu detalhes do caso.

A reportagem deste site relatou o acidente e informou que os militares abordaram o profissional no Hospital Regional, para onde ele foi levado, para submetê-lo ao teste do bafômetro. Gustavo explica a recusa: “eu estava ferido, sentindo muitas dores e recebendo atendimento médico. Não tinha bebido, mas não estava em condições naquele momento”.

O Folha do Sul on Line teve acesso ao Boletim de Ocorrência registrado pela própria Polícia Militar. O documento relata que a guarnição estava perseguindo o motoqueiro após vê-lo fazendo malabarismo, inclusive se equilibrando apenas na roda traseira do veículo. Juciê não aceitou soprar o bafômetro e, pçor isso, foi autuado com base no artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro.

Ao perceber que seria abordado, o piloto deu início à fuga, quase atingindo própria viatura, e trafegando em zigue-zague, o que colocou em risco a vida de outras pessoas. Ele só parou quando bateu em uma picape Fiat Toro, o que lhe causou fratura do fêmur e escoriações pelo corpo.

Quanto ao acidente envolvendo o Toyota Etios financiado e dirigido por Gustavo, os militares anotaram que a viatura estava com sirene e giroflex ligados, o que daria prioridade de passagem ao veículo policial.

Uma picape chegou a parar, mas o carro do cabeleireiro ficou oculto pela caminhonete, dificultando a visão do motorista da viatura, que não conseguiu evitar a batida.

Já Gustavo, que tem 31 anos e veio do Acre para Vilhena há um mês, acompanhado da esposa, diz que também reduziu a velocidade no cruzamento. Como a preferência era sua, ele seguiu e, “do nada”, segundo conta, a viatura surgiu à sua frente, não lhe dando tempo para frear.

Gustavo diz que buscará imagens de câmeras que o mostram na preferencial, e conta que sua luta é para recuperar o prejuízo, já que o carro dirigido por ele sofreu perda total. Ele já está mantendo contato com um advogado que acompanhará o caso.

Gesto de solidariedade

No dia em que perdeu o veículo conquistado com muito trabalho, e que ainda não estava quitado, Gustavo havia passado várias horas realizando o sonho de uma menininha carente: a garota, que nunca havia ido a um salão de beleza, viu seu cabelo ser arrumado de graça pelo profissional.

Gustavo estava indo para casa, após o grande esforço para domar os cachos da criança, cuja mãe também ficou feliz com o resultado do corte, e chegou a fotografá-la junto com o profissional da tesoura que a havia deixado linda após sete horas de esforço.

“Eu não bebi, e estava tão cansado que queria apenas chegar em casa. No meio do caminho aconteceu isso. Claro que a gente fica triste, pois está começando a vida em outra cidade. Mas espero que eu consiga pelo menos recuperar meu prejuízo”, finaliza o entrevistado.

Fonte: Folha do Sul






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