RO, Quinta-feira, 02 de maio de 2024, às 18:13



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Prática regular de atividades físicas reduz o risco de câncer de próstata

*Dr. Luís Eduardo Werneck

Um estudo realizado com mais de 57 mil homens constatou que a prática regular de exercícios físicos aeróbicos pode diminuir o risco de câncer de próstata, o segundo tipo mais comum de câncer entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e também um dos mais letais. Aproximadamente um em cada oito homens será diagnosticado com câncer de próstata ao longo da vida, conforme a American Cancer Society. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que serão diagnosticados 71.730 novos casos da doença por ano entre 2023 e 2025, sendo a segunda causa de morte por câncer em homens.

Para obter esses resultados, os pesquisadores coletaram dados de 57.652 homens suecos que haviam participado de pelo menos dois testes de aptidão física para investigar se os mais ativos tinham menor probabilidade de desenvolver câncer. Durante o período analisado, 1% desses homens desenvolveu a doença e 0,08% morreu de câncer de próstata. Os pesquisadores concluíram que aqueles que melhoraram sua condição física ao longo do tempo tinham menos probabilidade de serem diagnosticados com a doença.

A idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo mais comum em homens com mais de 60 anos. Além disso, homens de raça negra e pessoas com histórico familiar desse tipo de câncer também têm um risco aumentado de desenvolver o tumor.

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Os pesquisadores destacam que dados dos Estados Unidos indicam que se todos os adultos no país seguissem as diretrizes recomendadas de atividade física, os diagnósticos de câncer poderiam diminuir em cerca de 3% – o equivalente a aproximadamente 46 mil casos – a cada ano.

A importância do exercício

Em 2019, uma revisão do American College of Sports Medicine destacou que a prática regular de atividade física reduz significativamente o risco de diversos tipos de câncer, incluindo bexiga, mama, cólon, endométrio, esôfago, rim e estômago. Além disso, essa análise também revelou que a adoção de um estilo de vida com exercícios físicos regulares estava associada a uma melhor resposta ao tratamento e a um aumento na expectativa de vida para aqueles que já estavam lutando contra o câncer.

Este novo estudo reforça a importância do exercício físico na prevenção do câncer de próstata. Incorporar isso na prática clínica requer uma abordagem abrangente e personalizada, integrando a atividade física como uma ferramenta na prevenção, tratamento e cuidados de longo prazo para pacientes com câncer.

Os resultados deste estudo enfatizam os efeitos positivos dos exercícios na saúde global, indo além dos benefícios cardiovasculares bem conhecidos, destacando a conscientização sobre a importância da atividade física em diversas áreas da saúde. A colaboração multidisciplinar entre profissionais de saúde é essencial para desenvolver planos de exercícios individualizados, adaptados às necessidades de cada paciente, como aponta Luís Eduardo Werneck, médico Oncologista da Clínica Oncológica do Brasil. Ele ressalta a importância de incorporar a discussão sobre atividade física como parte integrante das consultas clínicas, incentivando o engajamento contínuo dos pacientes.

Em relação à prevenção do câncer de próstata, Werneck explica que o exercício físico pode fortalecer o sistema imunológico da pessoa, permitindo que o organismo reaja de maneira mais eficaz contra as células cancerígenas. Além disso, a prática regular de exercícios tem sido associada à redução da inflamação crônica no corpo, o que pode contribuir para a prevenção de várias doenças, incluindo o câncer.

O controle do peso corporal também é um fator importante, já que a obesidade está ligada a um maior risco de desenvolvimento de câncer de próstata e outros tipos de câncer. Luís Eduardo Werneck, oncologista, destaca que a atividade física regular pode melhorar a saúde metabólica, incluindo a sensibilidade à insulina, o que é relevante na prevenção de cânceres associados à resistência à insulina, como o câncer de cólon e de mama.

*Médico oncologista que se destaca pelo seu trabalho humanizado e inovador no tratamento do câncer.






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