PORTO VELHO – Um dos setores da economia com as operações mais caras e complexas, a aviação é coisa para gente muito profissional e tem – ou pelo menos deveria ter – regras rígidas a serem seguidas, tanto na segurança quanto na relação consumerista com seus clientes. Um atraso um pouso não programado pode representar alguns milhares de dólares à mais no fim do mês – às vezes, à vista mesmo.
Olha o exemplo do que aconteceu com um grupo de torcedores brasileiros que voltavam do Equador, onde assistiram à final da Copa Libertadores da América.
O grupo formado por cerca de 100 passageiros que embarcou em um voo da empresa Avianca, no último domingo, 30, na cidade colombiana de Bogotá e, tinha como destino a cidade de Guarulhos, em São Paulo, teve que interromper a viagem e ficar em Porto Velho. Isso, devido à uma pessoa que estava no avião, ter tido um princípio de parada cardíaca e precisar de atendimento médico de urgência. A aeronave teve que fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Porto Velho, às 20:00 do domingo.
Segundo um dos passageiros que estava no voo, Bernardo Brasil, a maioria deles eram torcedores do Atlético Paranaense e do Flamengo, que foram até a cidade de Guayaquil, no Equador, para acompanhar a final da Taça Libertadores da América.
Ele relatou que ao pousarem em Porto Velho, todos os que estavam no avião, tiveram os passaportes confiscados por um funcionário do aeroporto a pedido da Polícia Federal. Além disso, ficaram sem as malas e só foram encaminhados para um hotel da capital rondoniense, por volta de 1h30 da madrugada, somente com a roupa do corpo. “Eu, por exemplo, viria para Porto Velho mesmo, mas tem muita gente reclamando que tinha reuniões hoje, e que iria perder”
Após descerem do avião, relatou, todos ficaram no saguão sem nenhuma explicação, tiveram seus documentos retidos e colocados em uma sacola. Os tripulantes foram mandados para um hotel da cidade. Os passageiros não conseguiram ter acesso a itens básicos de higiene, já que estavam sem acesso às bagagens de mão e, segundo os funcionários do aeroporto, só seriam entregues em Guarulhos. O grupo de viajantes ficou revoltado com a forma como foram tratados por parte da Avianca, da administração do aeroporto e da Polícia Federal.
Eles fizeram vários vídeos relatando a situação. Em um desses, que foi compartilhado nas redes sociais, uma produtora da Rede Bandeirantes, que estava no voo, expressou toda a indignação dela e do grupo. “Simplesmente, a Avianca, depois de 3h no avião, dentro do avião, pediu para todo mundo desembarcar, confiscou os passaportes de todos os passageiros e, agora, estão falando que só vamos ter um voo à tarde. Ou seja: vamos para um hotel sem passaportes e sem as nossas malas. Isso é um absurdo!”, disse a jornalista. Ela precisava retornar para São Paulo, para um mais um dia de trabalho, nesta segunda-feira, 31.
Esquecidos
Segundo prints feitos pelos passageiros, o site da Avianca informa que o voo estava normal e que chegou em São Paulo, no horário em que estava programado, às 04h47 da manhã, como previsto no bilhete.
Outra reclamação feita pelos passageiros é a de que não receberam nenhum apoio de empresa em relação à alimentação, ou qualquer informação sobre as despesas nesse sentindo.
O grupo está pagando por conta própria as despesas com refeições. A mesma situação foi relatada pelos tripulantes, em conversas com os passageiros. O Aeroporto Internacional Jorge Teixeira, apesar de ostentar o título, funciona apenas como um aeroporto nacional já que nele não há alfândega ou aduana.
Elas são repartições governamentais oficiais de controle do movimento de entradas e saídas de mercadorias para o exterior. Além de serem responsáveis também inclusive pela cobrança dos tributos.
O site Rondoniaovivo (https://www.rondoniaovivo.com/) entrou em contato com as assessorias de comunicação da Avianca e a administração do aeroporto de Porto Velho informou em nota:
“O Aeroporto de Porto Velho informa que, na noite do domingo (30), um voo que partiu de Bogotá (Colômbia) e tinha como destino Guarulhos (SP), solicitou pousar no aeroporto devido a uma emergência médica a bordo. Após o pouso, o passageiro foi atendido pela equipe de atendimento pré-hospitalar do Aeroporto e encaminhado a unidade hospitalar. A aeronave ainda está em Porto Velho
O Aeroporto ressalta ainda que, de acordo com os protocolos da aviação, todos os procedimentos foram adotados para garantir o atendimento do passageiro e a segurança do voo. O ocorrido não causou impacto nas operações do Aeroporto de Porto Velho, que seguem ocorrendo normalmente. Para mais informações, é preciso acionar a companhia aérea”.
Outro lado
Cerca de cinco horas depois da publicação desta reportagem, a companhia aérea entrou em contato com o jornal enviou a seguinte nota, que será reproduzida na íntegra:
Em relação ao voo AV249, desviado ontem – 30 de outubro – para o Aeroporto Governador Jorge Teixeira, na cidade de Porto Velho (RO), devido a um passageiro que necessitava de atendimento médico, informamos que:
– O passageiro foi transferido para atendimento médico.
– No momento, estamos alinhando com as autoridades colombianas e brasileiras um voo de resgate para chegar a Porto Velho hoje à noite (dia 31 de outubro). – Uma vez que as permissões estejam em vigor e o avião chegue a Porto Velho, retomaremos o voo para São Paulo por volta das 21h30 desta segunda-feira.
– Destacamos um representante da empresa para ir até Porto Velho. Ele estará no aeroporto a partir das 16h desta segunda-feira.
– Os passageiros estão recebendo hospedagem e refeições e serão notificados em cada hotel sobre o horário de transferência para o aeroporto. Também forneceremos mais informações aos hotéis onde nossos viajantes estão hospedados para a logística da transferência. Lamentamos esta situação que nossos passageiros estão passando e lhes asseguramos que estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para levá-los ao seu destino o mais rápido possível.
Fonte: Com informações do www.rondoniaovivo.com
