RO, Sexta-feira, 03 de maio de 2024, às 20:03



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Porque as leis e códigos usados para interditar hospital da pequena Parecís não são aplicados no caso do hospital de Guajará?

PORTO VELHO (16-02) – Repercutiu positivamente na imprensa e nas redes sociais a notícia da interdição ética no único hospital público da minúscula cidade de Parecís, na Zona da Mata de Rondônia. Há pelo menos 12 anos o Conselho Regional de Medicina fiscaliza as condições de funcionamento deste hospital público e sempre recomendou aos prefeitos implementar melhorias mínimas  para garantir um pouco de dignidade aos profissionais da saúde que faz atendimento a população e a dignidade e respeito com a população.

De tanto insistir nas recomendações para melhoria dos condições do hospital de Parecis, o Conselho de Medicina de Rondônia conseguiu a adesão do Ministério Público e a Promotoria da comarca de Santa Luzia entrou na Justiça com uma ação civil pública (ACP) contra o município, que foi julgada procedente e desde 2011 está em execução.

Olha a situação desta ambulância. Nem do principal equipamento da saúde na maioria dos municípios, o prefeito de Parecis deu conta de cuidar.

Ainda assim, isso mudou pouca coisa no agora interditado hospital de Parecis.

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Paralelamente à repercussão da matéria, no entanto, surgiram também algumas indagações dos leitores deste www.expressaorondonia.com.br sobre o porque as leis e os códigos utilizados pelo Conselho Regional de Medicina e pela Promotoria de Justiça de Santa Luzia é são utilizados para resolver, por exemplo, a situação deplorável a que está exposta a população de Guajará-Mirim, onde o antiguíssimo hospital regional está em reforma há mais de 10 anos, mas ainda não há previsão de concluí-la.

Hospital regional de Guajará-Mirim há mais de 10 anos em reforma que nunca acaba

Enquanto isso, o município só atende a população com os chamados primeiros socorros e mais do que isso, tome ambulancioterapia, aquela especialidade em que, sem condições de atender o paciente por falta de estrutura no hospital, a médico manda colocar o paciente em uma ambulância e encaminhá-lo para o já superlotado hospital e pronto socorro João Paulo II, em Porto Velho.

São Felipe

Município localizado na região de influência de Rolim de Moura, com poucos mais de 6 mil habitantes, outra vez, por puro descaso de prefeitos que se sucedem, mas que, quando candidatos juraram, como o atual alcaide Marconde de Carvalho, que a saúde seria prioridade, os moradores tiveram fechado o único hospital, se é que se pode chamar assim, local.

Em Parecis os medicamentos que muitas vezes são negados a população carente vence, perde a validade mas não são distribuídos

A interdição não foi para realizar obras, mas por ação conjunta do Ministério Público com o Conselho Regional de Medicina, Cremero, isso após “n” vezes que prefeitos garantiram aos dois órgãos que iriam atender às recomendações que vêm sendo feitas desde 2008 quando foi interditado o hospital “Francisco Amaral de Brito”, no último dia 11.

A interdição, que foi feita contando com trabalho também do Conselho Regional de Farmácia e Tribunal de Contas do Estado, já foi feita desde 2009, e sempre pelo mesmo motivo: a precariedade dos serviços de saúde do município e, apesar de seguidas vezes terem acontecido ações civis públicas, os sucessivos prefeitos não dão atenção necessária para o fato.

Mas medicamento vencido

Conforme a assessoria do CRM, desta vez a decisão da comissão que inspecionou e fez a “interdição ética” do hospital passou a impedir que qualquer médico teime em fazer atendimento no “Francisco Amaral de Brito”, o que pode levar a punições até à cassação do direito de clinicar.

Na cidade, há quem diga que os prefeitos não atendem porque quando um familiar tem necessidade de hospitalização logo providenciam atendimento em Porto Velho.

            GUAJARÁ

O problema também é vivido em Guajará-Mirim, onde o único hospital público já foi alvo de – ninguém sabe quantas mais – interdições e respectivas promessas de melhorias. Na cidade é comum ver ambulâncias levando doentes para atendimento em Nova Mamoré.

Pode parecer estranho, mas é comum todos os dias no porto da cidade moradores se deslocarem para atendimentos de saúde, e internações, na vizinha cidade boliviana de Guayaramerin, em razão da falta de condições mínimas no hospital municipal da Pérola do Mamoré.

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