RO, Sexta-feira, 09 de maio de 2025, às 16:31






Política & Murupi — 1.1-Desculpa esfarrapada

1.1-Desculpa esfarrapada I

Ninguém gosta de falar de suas mazelas para desconhecidos, salvo autoridades brazukas no exterior. Mas gringo pedindo explicação sobre bandidos é para deixar o governo irado, pronto para dar um vaza com alguma desculpa esfarrapada ou até mentira. O gringo é o David Gamble que entende a questão das sanções dos EUA e veio saber das facções brasileiras que atuam em vários países para ver se são organizações terroristas como o “Tren de Aragua” venezuelano. Foi aí que o secretário nacional de segurança, Mário Sarrubbo desceu as escadas cantando Babulu: “Não consideramos as facções organizações terroristas. Em primeiro lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam o lucro através dos mais variados ilícitos”. Entendo a raiva, o vaza mas rejeito a expressão nossas facções. Nossas, é o cacete Mário Sarrubo!!! Respeite-nos!!!

1.2-Desculpa esfarrapada II

Há muitos desafios para vencer as facções e uns são notórios: 1-falta de eficiência do sistema judiciário e prisional com cadeias lotadas e por vezes sob controle das facções; 2- corrupção e infiltração com autoridades, agentes públicos, policiais e políticos no crime organizado; 3-dificuldade no combate ao crime transnacional, pois se já perdemos o combate em casa, imaginem na casa do vizinho. 4-violência e controle territorial e neste ponto o estado peca miseravelmente por ter permitido o avanço do crime e em paralelo a sua inexplicável ausência. 5-tipificação penal é outro desafio. A lei 13.260/2016 é ambígua ao exigir desestabilização do Estado ou extremismo político/religioso como condição para tipificar o terror, enquanto para a associação criminosa prevista no Art 288 CP, que as facções pratiquem crimes comuns como tráfico e milícia sem obrigação da motivação terrorista. Ora, negar o terrorismo no país é como negar que um criminoso deixe de sê-lo, por ter sido julgado e condenado numa comarca diferente daquela onde o crime se deu, se é que me fiz entender. E mais, qualquer semelhança não é mera coincidência.

1.3-A Câmara parece que cansou de ficar de joelhos

Zé de Nana ouviu a notícia e apareceu para o café, um dedin de prosa e pulou na goela: “eu acho que não sei não, mas tenho impressão que sei lá…” referindo-se ao drible da vaca que a Câmara dos Deputados deu no STF no caso Ramagem. Falei para ele que a coisa é mais complicada que catar piolho com luva de box, pois apesar da votação expressiva e ser matéria interna corporis que diz respeito à Câmara dos Deputados, Mr.Democracy pediu um julgamento somente com a primeira turma do STF para ver se aceita o drible da vaca que os deputados deram ou se vai pedir o VAR. Lembrei a ele o caso do Daniel Silveira, a bigorna que caiu em sua cabeça e a bola de ferro em seu pé. Sei lá onde isso vai chegar, mas festejei vendo a Câmara se levantar da posição de joelhos onde estava. Perdido, o presidente Hugo Mota viu a banda tocar o “es-adof” em si-bemol maior e ficar mais quieto que guri sem mãe, cag(*)do, chorando e sem o lanchinho no recreio.

1.4-Lei da semeadura

Planejar ações para tocar o governo, montar equipe integrando-a entre os novos que entram por indicação e os concursados, identificar aptidões, distribuir cargos, promover reuniões, imersões, quebrar o gelo entre participantes, enfim deixar a equipe no ponto para atuar com lealdade, comprometida com o bem público e as ordens do chefe é tarefa para gente que sabe de cor e salteado as lições da Bíblia, da Arte da Guerra e de O Príncipe. Uma forte liderança ajuda, mas não garante sucesso se alguém da equipe resolver solapar o governo montando uma liderança paralela para operar à sua imagem e semelhança. Lembro da caça aos petistas com Bolsonaro e o rolo para montar e desmontar a estrutura de governo, fazendo tudo ao mesmo tempo. Aqui no CPA, depois de descoberto o terreno minado o governador passou um tempo estudando, arrumando a casa e agora trocando chefes, chefinhos e chefetes que operam a base do governo por nomes alinhados com seus objetivos. Mas o custo político é alto. Semear é opcional, mas colher (quando e se vingar a semente) é obrigação. É o princípio bíblico da semeadura.

1.5-A imagem vale mais que vãs palavras

Pensar deve ser um exercício que exige dos eminentes pensadores criatividade, conhecimentos de mecânica (engrenagens giram na cabeça) e geografia como se pode depreender da recente invenção do Marcio Pochmann que é o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. É claro que eu gostaria de discorrer sobre o assunto, mas me faltam criatividade, embasamento científico e saco para seguir o tropel dos doidos. O Brasil tem nova versão do mapa-múndi, e pela singela explicação de criador irá: “ressaltar a posição de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como no Brics e Mercosul e na realização da COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas] no ano de 2025″. Já pagamos a vergonha e vamos em frente. Dou-me por satisfeito!

1.6-Último pingo

Que coisa… Fumaça branca, LeãoXIV e os malucos na fissura: será que o Papa é pop, é de direita, de esquerda? E outra fumaça fritando o miolo. Que coisa…

Por Leo Ladeia [email protected][email protected]
spot_img



+ Notícias



+ NOTÍCIAS