PORTO VELHO – A prefeita Carla Redano, de Ariquemes, ganhou um bom espaço na mídia esta semana e o assunto que ela levantou é mais que polêmico. O expressaorondonia.com.br ouviu algumas pessoas para saber a opinião do cidadão comum sobre a questão que colocou a alcaide ariquemense nas manchetes: se você fosse o prefeito, vacinaria primeiro os presos ou professores e outros trabalhadores?

Carla Redano (centro) prefeita de Ariquemes decidiu que os primeiros a tomar a vacinar seriam os trabalhadores, mas, por decisão do MS, teve de recuar e vacinar primeiro os presos do município

Claro, por uma questão de decisão que transcende o querer ou não de um gestor municipal, porque foi decidido no Plano Nacional de Imunização estabelecido pelo Ministério da Saúde, que os próximos a receberem a primeira dose de vacinação anti-covid seriam os presidiários.

E, para lembrar à prefeita que a norma deve ser cumprida, o Ministério Público entrou no jogo e lembrou a ela que a decisão vinha “de cima” e se não cumprisse haveria problemas, até porque a norma de priorizar os presos ao invés do cidadão e dos professores, é recomendada por especialistas.

Nos Estados Unidos só 19 dos 50 estados daquele país priorizaram os reclusos que, nos outros, só serão vacinados depois que tiver o imunizante para todos. Fazer a vacinação de quem está recluso é impopular, e isso ficou bem claro até mesmo quando se ouve quem defende que eles sejam beneficiados primeiros que o cidadão livre e trabalhador.

OPINIÕES

O comerciário O. Fernandes entende que a prefeita está certa, mas condicionou que primeiro os agentes penitenciários sejam imunizados com as duas doses.  Enquanto isso, o jornalista José Ribamar defende a prefeita, lembrando ser preciso resguardar o cidadão. “Ela tomou a decisão correta, apesar de não poder concretizá-la”.

“Entendo que vacinar os presos antes dos que trabalham é uma verdadeira inversão de valores. Por que privilegiar quem tenha causado dano a alguém”, perguntou o microempresário Gilberto Gomes. A aposentada Maria José Paiva aplaudiu a posição da prefeita, e lamentou que ela tenha sido obrigada a cumprir a norma do MS. “Perguntem nas ruas. E nem precisam questionar parentes de vítimas de quem está recluso”.

 

O jornalista Roberto Gutierrez lembrou que a decisão de imunizar primeiro os presos é em decorrência do risco que esse grupo, mesmo estando encarcerado, tem contato direto com guardas penais, advogados e outras pessoas que trabalham nos presídios. “Para não priorizar os presos todos os que tenham contato com eles devem ser imunizados e feitos exames para saber quem, mesmo assim, possa estar contaminado e transmitir o vírus para dentro da prisão”.

Gutierrez lembra que os presos estão sob a tutela do Estado. “Entendo que uma situação como essa não pode se curvar às convicções da pessoas. É uma questão  de país e independente do que fizeram, não se trata de debater a questão dos direitos humanos”.

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