PORTO VELHO – Que triste! – ouviu-se entre atletas paralímpicos, familiares, professores e treinadores. Os jovens não viajarão a São Paulo “por falta de voos”, conforme justificativa do Governo do Estado de Rondônia. A Capital paulista é sede das Paralimpíadas Escolares no período de 27 de novembro a dois de dezembro próximo.

Essa situação é bem diferente daquela vista durante o Festival Paralímpico deste ano, em setembro passado na quadra do Serviço Social do Comércio (Sesc). Naquela ocasião, mães e filhos comemoravam oportunidades de competições e vitórias obtidas no Brasil e até no Exterior.

Reunido quinta-feira em Cacoal (a 500 quilômetros da Capital) com representantes das seis regionais de Rondônia, o gerente de Educação Física da Secretaria Estadual de Educação, Evangelista Araújo, colocou um “balde água fria” nas expectativas da delegação rondoniense.

A desistência do governo estadual em apoiar os atletas nas competições em São Paulo foi “a falta de voos”, embora ressalve que não faltam recursos para o transporte da delegação até o Centro de Treinamento Paralímpico, zona sul daquela Capital.

Atletas paralímpicos foram preparados para essa grande competição interestadual que é considerada vitrine de grandes oportunidades para quem busca superar-se todos os dias.

Elogio do governador

Não convenceu, especialmente aos técnicos, uma vez que a lista com os nomes de 68 pessoas – entre paratletas e profissionais – está pronta desde o mês de agosto e somente agora anuncia-se a desistência.

Afinal, elogios não faltam, pelo menos do governo para o governo. “A força do espírito esportivo aliada aos projetos e programas que o estado disponibiliza tem contribuído para aumentar o quantitativo de estudantes com deficiência que praticam o paradesporto, assim como elevado resultados em competições nacionais e internacionais”, disse recentemente o governador Marcos Rocha no dia 17, na fase estadual paralímpica dos Jogos Escolares de Rondônia (Joer) em Cacoal.

Alternativa existe: os paratletas e os profissionais poderiam viajar em voos diferentes caso não houvesse vagas para todos no mesmo voo, cabendo no caso a solicitação à organização em São Paulo no sentido de apoiá-los no desembarque e transporte.

Técnicos irritados preferem não divulgar seus nomes e deixam evidente suas queixas.

Esta seria mais uma chance de os atletas portadores de necessidades especiais representarem Rondônia e se consagrarem, a exemplo de Matheus Evangelista, que começou treinando na ONG Rondônia Paralímpico, pelo professor Sílvio do Carmo, e atualmente representa o Brasil.

Competições paralímpicas são a oportunidade única para jovens que demonstram superação em suas necessidades mostrarem seu talento.

Decepção

A decepção da delegação rondoniense pode ser corrigida “em cima da hora”, se houver mobilização e boa vontade.

Em setembro passado, a terceira fase regional das Paralimpíadas Escolares 2023 foi vencida por São Paulo, seguindo-se os estados de Santa Catarina (2º), Rio Grande do Sul (3º), Rio de Janeiro (4º), Espírito Santo (5º) e Paraná (6º).

Cerca de 700 atletas com deficiência em idade escolar participaram de dois dias de competição nas modalidades bocha, atletismo e natação em busca de um lugar na Fase Nacional da competição, que agora acontece.

MONTEZUMA CRUZ