RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 7:05



RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 7:05


O jornalismo já foi (bem) mais atuante, no tempo do impresso – Por Carlos Araújo

No vácuo dessa falta de mobilização de uma categoria que no seu dia a dia retrata as misérias e as conquistas de uma cidade, é louvável a iniciativa do jornalista Lúcio Albuquerque

Carlos Araújo

PORTO VELHO – Os observadores mais atentos percebem a perda de protagonismo ou um encolhimento moral de instituições que há alguns anos se lançavam ao debate em busca de contribuir para melhores resultados da ação pública à sociedade. Entre nós, os jornalistas, a situação não é diferente do que acontece com a representação de outras categorias profissionais, cujos conselhos, sindicatos ou associações se contentam, quando muito, a defender os interesses de seus representados.

Quando me deparo com uma nota do decano jornalista (ainda em atividade) Lúcio Albuquerque lembrando que há exatos 36 anos o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Rondônia (hoje uma pálida lembrança dos seus tempos mais atuante), sob a presidência do anglo-paraibano Paulo Queiroz Bezerra, realizou o I Encontro de Jornalistas de Rondônia, no auditório do Tribunal de Contas, e olho pelo retrovisor, constato o quanto nossa categoria perdeu protagonismo no debate público.

Desde então, poucas iniciativas desta magnitude se realizaram em Rondônia, ao tempo em que assistimos ao declínio da categoria, ampliada pela pulverização da informações em tantos mídias e em tantas plataformas.

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Estamos vivendo tempos em que poucas instituições de representação profissional vão além de suas obrigações para com seus filiados, deixando muitas vezes de realizar estudos, pesquisas e ir ao debate contribuindo para a melhoria das entregas de ações do serviço público à sociedade.

Sem um sindicato forte e atuante – por opção da própria classe – o jornalismo atualmente se prende mais ao factual e não se preocupa muito em ‘cutucar’ questões polêmicas, como a destinação dos resíduos solos da capital na Capital, Porto Velho, um assunto que impacta a sociedade diariamente e que drena boa parte dos recursos públicos que, muitas vezes, faltam na saúde e na educação, para ficar em dois exemplos básicos.

Uma fagulha de esperança

No vácuo dessa falta de mobilização de uma categoria que no seu dia a dia retrata as misérias e as conquistas de uma cidade, a iniciativa do jornalista Lúcio Albuquerque de reunir, primeiro os colegas mais antigos, para depois ir recebendo os mais novos interessados em participar desta experiência, pode representar um alento e incentivo à participação dos jornalistas no embate cotidiano do desenvolvimento local.

Nada contra o avanço tecnológico, mas eu, que me considero um ser analógico tateando nesta imensidão digitalizada, penso que o jornalismo atual se preocupa muito mais com os snaps, chats e gadgets.

Tenho cá, comigo, que ser jornalista é pensar e agir muito além do próprio umbigo…

Carlos Araújo, para o www.expressaorondonia.com.br






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