RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 17:23



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O EFEITO GOEBBELS – Cientista diz que é fake acusação contra o Brasil sobre devastação da floresta

Evaristo Miranda*

PORTO VELHO – É atribuída ao Ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, a frase:, “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, é considerada por muitos quando o assunto seja acusações ao Brasil em tema de desmatamento. O Evaristo Miranda, diretor do Departamento Territorial da Embrapa, em artigo intitulado “Histórico Floresta da Terra”, quebrando tabus em relação aos ataques que o Brasil sofre de país desmatadores cotumazes, enquanto somos a nação que mais detém floresta tropical em pé. O currículo do autor fala por ele, daí acreditar que ele “sabe o que está dizendo”.

Leia a seguir:

“Histórico Florestal da Terra!”

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Há 8 mil anos, o Brasil possuía 9,8% das florestas mundiais. Hoje, o País detém 28,3%. Dos 64 milhões de km2 de florestas existentes antes da expansão demográfica e tecnológica dos humanos, restam menos de 15,5 milhões, cerca de 24%. Mais de 75% das florestas primárias já desapareceram. Com exceção de parte das Américas, todos os continentes desmataram, e muito, segundo estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite sobre a evolução das florestas mundiais.

A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já deteve quase um quarto das florestas mundiais, 23,6%, agora possui 5,5% e segue desmatando. No sentido inverso, a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%, e o grande responsável por esses remanescentes, cuja representatividade cresce ano a ano, é o Brasil.

Se o desflorestamento mundial prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos que menos desmatou – deverá deter, em breve, quase metade das florestas primárias do planeta.

O paradoxo é que, ao invés de ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal, o País é severamente criticado pelos campeões do desmatamento e alijado da própria memória.”

(*) Pesquisador chefe da Embrapa; formado em agronomia, tem mestrado e doutorado em ecologia pela Universidade de Montpellier (França). Com mais de 1.100 trabalhos publicados no Brasil e exterior, é autor e co-autor de mais de 50 livros. Pesquisador da Embrapa desde 1980, participou e coordenou mais de 40 projetos de pesquisa e implantou e dirigiu três centros nacionais de pesquisa. Atualmente, é chefe-geral da Embrapa Territorial. Membro de várias sociedades científicas, dirigiu os primeiros programas de estudos agroecológicos e socioeconômicos em pequenas propriedades rurais no Nordeste e na Amazônia e de seu monitoramento por satélites. Foi por 10 anos professor da Universidade de S. Paulo e por 4 anos coordenador na Secretaria de Acompanhamento e Assuntos Institucionais da Presidência da República. É diretor do Instituto Ciência e Fé. Consultor da ONU na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente (UNCED), a Rio-92, presta assessoria para FAO, Unesco, Banco Mundial, IICA, FAPESP e outras entidades nacionais e internacionais. Publica em revistas e jornais como a National Geographic, ECO 21, Agroanalysis, Agro DBO, Princípios, Jornal Universidade, O Estado de São Paulo etc. e participa do conselho editorial de diversas publicações. Entre prêmios e condecorações recebeu: o Diploma de Construtor da Internet da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) do CNPq, a Ordem de Rio Branco do Itamaraty, o prêmio Abril de Jornalismo (Categoria Ciências), o Prêmio Newton Freire-Maia e a comenda Mérito ABCZ e da ABC. É membro do COSAG – Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e da Academia Nacional de Agricultura da SNA.






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