RO, Terça-feira, 20 de maio de 2025, às 2:28






Novas pontes sobre os rios Araras e Ribeirão começam a ser construídas em maio; as históricas serão preservadas

PORTO VELHO – Mais de um século depois, o Brasil continua trabalhando para cumprir o Tratado de Petrópolis. Parte do Patrimônio Histórico de Rondônia, a ponte sobre o Rio Araras, na BR-425, no município de Nova Mamoré, é remanescente da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e, junto com aquela sobre o Rio Ribeirão, é usada, ainda hoje, para a travessia de veículos. Com o projeto para construção de duas novas pontes, por uma empresa rondoniense, os problemas dos nova-mamorenses e guajaramirenses estão com os dias contados.

De acordo com a empresa que ganhou a licitação para construir a duas pontes, as obras devem começar logo depois do período das chuvas, em maio próximo.

Melhoria na trafegabilidade, gerar empregos e preservar o Patrimônio Histórico de Rondônia. Três importantes fatores que fazem da construção de duas pontes de concreto, uma sobre o Rio Araras e a outra sobre o Rio Ribeirão, onde também existe uma ponte metálica, que foi construída à época das obras da centenária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é uma notícia alvissareira para a população local.

O projeto vencedor da licitação para as obras foi o da empresa Técnica Rondônia de Obras Ltda (Trol), que já está sendo finalizado. As novas pontes serão construídas, mas as históricas serão mantidas no local. É a garantia do engenheiro responsável pelas obras, Eduardo Barbosa Junior, proprietário da Trol.

O engenheiro explica que as novas serão construídas paralelas às antigas e sem afetar o patrimônio. “Nosso trabalho é apenas com as novas pontes incluindo terraplenagem, asfalto, sinalização, drenagem, recuperação ambiental, nos dois sentidos. Ambas serão mais altas que as pontes antigas. Acabado, o piso ficará quase três metros acima das outras”, disse.

As pontes antigas, de acordo com ele, vão continuar onde estão. “Elas fazem parte do patrimônio histórico de Rondônia. Inclusive o Dnit tem um programa chamado Pró Arte, cuja licitação foi vencida por uma empresa de fora, que vai cuidar da manutenção e recuperação de 85 pontes existentes no Estado”, afirma.

Conforme comentou o engenheiro, a Trol é uma empresa genuinamente rondoniense, que concorreu com empresas de Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, duas de Belo Horizonte e uma de Cuiabá. “Com a construção das duas pontes vamos gerar entre 45 a 50 empregos diretos”.

Serão pontes de duas pistas com 12,8 de largura, pista de sete metros e dois acostamentos de dois metros e meio de cada lado. Entre a entrega do projeto (105 dias) e a finalização completa das obras (720 dias) serão 825 dias de trabalho. A previsão é iniciar as obras entre abril e maio deste ano, logo após encerrar o período de chuvas.

Com a construção das duas pontes tendo o piso entre dois metros e meio e três de altura, se houver aumento no nível das águas dos rios em decorrência das chuvas, não haverá transbordamento, conforme afirmou Eduardo.

Tratado de Petrópolis

Assinado a 17 de novembro de 1903 entre os governos do Brasil e da Bolívia, trata-se de um Tratado de Permuta que resultou na entrega do território do Acre, efetivamente ocupado pelos seringueiros brasileiros durante a corrida à borracha na floresta amazónica. Em troca, o Brasil cedia as terras na foz do Rio Abunã e na bacia do Rio Paraguai. E ainda pagaria uma compensação monetária de 2 milhões de libras esterlinas.

O Brasil também se comprometia a ceder a navegação nos rios brasileiros para chegar ao oceano Atlântico e a Bolívia adquiria o direito de abrir alfândegas em Belém, Manaus, Corumbá e noutros pontos da fronteira. O mesmo se passava com o Brasil em território boliviano. O estado brasileiro tinha ainda de construir uma linha de caminho de ferro, que ficou pronta em 1912, desde o porto de Santo António, no rio Madeira, até Guarajá-Mirim, no Rio Mamoré, com um ramal até o território boliviano, o que o Brasil nunca fez.

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