PORTO VELHO – O principal embróglio para que a espelunca que chamamos de rodoviária ganhe cara nova é que o terreno é do Município de Porto Velho, mas o prédio do terminal e seus anexos são do Governo do Estado. Na administração dos ex-governadores Confúcio Moura e Daniel Pereira, chegou-se a enviar à Assembleia um projeto de lei cedendo o prédio ao município de Porto Velho, o que poderia ser o o início da solução do problema, muito comum no cipoal de burocracia do serviço público brasileiro.
A construção de uma nova rodoviária na Capital é uima das obras mais pedidas por segmentos os mais diversos dos moradores da capital e dos que vêm do interior, a da construção de uma nova estação rodoviária na capital, não pode seguir adiante porque dois deputados, ambos de Porto Velho, foram contra o projeto de doação, pelo Estado, do prédio à prefeitura, que já é dona do terreno, conforme o ex-governador Daniel Pereira.
Os dois ex-deputados citados por Daniel são Jesuíno Boabaid e Ribamar Araújo. Ambos nunca foram alinhados ao Governo. Vice na chapa encabeçada pelo atual senador Confúcio Moura, governador no período 2015/abril de 2018, quando renunciou, cabendo a Daniel assumir o cargo, e um dos projetos encontrados foi o da construção da nova rodoviária intermunicipal e interestadual, localizada desde início da década de 1980 na Avenida Jorge Teixeira entre as ruas Carlos Gomes e Dom Pedro II, local de grande confluência de todos os tipos de veículos em Porto Velho e que, para muitos, já deveria ter sido transferida para outra região da cidade.
Daniel Pereira, desde 2019 desenvolvendo um projeto de grande interesse para o Estado na condição de superintendente do Sebrae, disse que quando tomou posse buscou saber o que havia com o projeto da nova rodoviária. Verificou que havia um impasse: desde quando foi instalada há 40 anos o terreno inicialmente era de particular e depois de uma negociação foi passado ao município, e o prédio era do Estado.
“Nessa condição preparamos um projeto de lei, solicitando que a Assembleia Legislativa aprovasse a mensagem que autorizaria ao Estado a doação ao município do prédio da rodoviária”, contou Daniel acrescendo que não tinha dúvidas da aprovação “porque se tratando de projeto de lei complementar, e ainda mais por tratar de assunto de alto interesse econômico e social para a capital acreditava que seria aprovado sem problemas”.
Ninguém tinha dúvida. Seguindo o rito normal da tramitação do projeto, Daniel lembra que ele foi aprovado em todas as comissões, até chegar ao plenário, numa sessão que, dos 24 deputados, havia 14. Para aprovar, a doação da rodoviária, proposta por Daniel, à prefeitura, precisava de 13 dos 24 votos, metade mais um. Contados os votos, a surpresa: a matéria foi rejeitada porque obteve apenas 12 dos 13 votos necessários.
Dos 14 presentes, dois votaram contra e, mais surpresa ainda, porque os contrários não foram deputados do interior. “Lamento, mas os dois votos contrários foram dos deputados Jesuíno Boabaid e Ribamar Araújo, ambos com domicílio eleitoral e base política em Porto Velho”. O ex-governador garante ter cópia da votação sobre o assunto.
E agora, o que fazer? Perguntou o repórter. “Bom, creio que compete ao governador Marcos Rocha iniciar o processo”.
BOABAID
O ex-deputado Jesuíno Boabaid, solicitado pelo site a explicar a razão de ser contrário ao projeto, enviou via whatsapp a seguinte explicação: “mesmo com meu voto contrário o projeto foi aprovado. Os motivos que me levaram a votar contrário foram porquê não tínhamos informações necessárias no projeto, ou seja, faltavam várias informações no projeto de lei”.
NOTA DA REDAÇÃO – Desde o início da série o expressaorondonia.com.br enviou mensagem também ao ex-governador Confúcio Moura, ao deputado federal Mauro Nazif, ao governador Marcos Rocha, ao prefeito Hildon Chaves e estamos aguardando que cada um se posicione a respeito do assunto.
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