Karina Petrovka não pode mais falar com a avó, a menos que ela ligue para ela. “Ela tem 77 anos. Quando os russos tomaram seu bairro em Mariupol, ela foi forçada com outros moradores a pegar ônibus para um destino desconhecido. Não sei quantas pessoas levaram”, explica esta desconsolada assistente social originária de Mariupol, radicada em Kharkov.
Em 28 de fevereiro perdi contato com ela, até 24 de março ela me ligou. Ela me disse que havia sido transferida para a cidade russa de Yaroslavl, com os outros. Ela me disse que eles a estavam alimentando, que ela estava bem e que não deveria se preocupar com ela. Também que ele não quer voltar para Mariupol porque não há para onde voltar, agora que tudo está destruído”, ela suspira com lágrimas nos olhos.
As forças ucranianas disseram segunda-feira que temem a queda de Mariupol, uma cidade portuária estratégica no sudeste do país que está sitiada pelo exército russo há mais de 40 dias, enquanto continua a fortalecer posições no leste diante de uma iminente ofensiva em Moscou. O chefe dos separatistas pró-Rússia na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, garantiu nesta segunda-feira que suas forças conquistaram completamente o porto da cidade.
A matéria está no ABC de Madri, na edição de hoje. A manchete é: Putin expurga Donbass com deportações em massa.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que acredita que há “dezenas de milhares” mortos no porto de Mariupol, no sul do país, em um comunicado ao parlamento sul-coreano pedindo ajuda militar. [Pela transcrição: Montezuma Cruz]
