RO, Terça-feira, 07 de maio de 2024, às 23:06



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Invasores retiram quase mil cabeças de gado do Parque Estadual Guajará-Mirim antes da desocupação que começou nesta 2ª

As famílias que necessitarem de abrigo serão levadas para o ginásio esportivo de Guajará-Mirim, com acompanhamento de assistentes sociais

GUAJARÁ-MIRIM (RO) – O dia 14 de agosto de 2023 entra para o calendário como a data de uma importante vitória a favor da preservação da natureza, que os racionais (?) humanos insistem em degradar e dizimar em alguns casos. Sob a coordenação do Ministério Público de Rondônia, com os grupos de atuação especial do Meio Ambiente (Gaema), força-tarefa de Conflitos Agrários e Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim, em parceria com vários órgãos públicos do governo do Estado, teve início na manhã de hoje, 14, a “operação mapinguari”, para desocupação do Parque Estadual Guajará-Mirim.

Devido à complexidade da missão, foi criada uma comissão de apoio à desocupação, formada por agentes das Polícias Civil e Militar; batalhão de Polícia Ambiental (BPA); secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e ainda agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron); secretaria de Ação Social (Seas); departamento de Estradas de Rodagens (DER); Bombeiros; Exército Brasileiro, além de equipes de servidores da secretaria de Assistência Social de Nova Mamoré e Guajará-Mirim e oficiais de justiça do TJRO, perfazendo mais de 300 envolvidos.

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Para realizar a ação, os órgãos e instituições envolvidos terão à sua disposição: caminhões, ônibus; motocicletas; quadriciclos e demais equipamentos e instrumentos necessários para a retirada das famílias sem nenhum tipo de contratempo ou conflito. Todas as famílias que ocupam a área já foram devidamente notificadas da desocupação.

Segundo o coordenador do Gaema, promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, aproximadamente 15 famílias já deixaram a região por conta própria e quase mil cabeças de gado já foram retiradas voluntariamente, sendo que todos estão sendo devidamente identificados e autos de infração ambiental estão sendo lavrados, para que cada um responda por suas condutas. “O momento endossa o trabalho desenvolvido pelo MPRO na defesa do bioma e na garantia da prestação de serviços ambientais que as áreas protegidas entregam à sociedade do Estado e do Brasil”

As famílias que necessitarem de abrigo serão levadas para o ginásio esportivo de Guajará-Mirim, com acompanhamento de assistentes sociais. Além disso, detectada situação de vulnerabilidade, receberão cestas básicas, água mineral enquanto não tiverem um lugar definitivo para morarem e serão incluídas nos cadastros assistenciais nacionais.

O coordenador da força-tarefa de Conflitos Agrários do MPRO, procurador de Justiça Héverton Alves de Aguiar, destaca a ação para restituir ao Poder Público o domínio da unidade, pondo fim a uma batalha judicial que vinha sendo travada desde 2020. O procurador de Justiça ressaltou também que a combativa atuação do MP no caso foi objeto de recente elogio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, na última terça, 8, chancelou a determinação para a saída dos ocupantes.

O Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de conservação de proteção integral, localizada em Município homônimo e em Nova Mamoré, compreendendo uma área de 200 mil hectares. A região sofreu significativa devastação com a ação de invasores ao longo dos anos.

A ordem para a retirada de invasores havia sido deferida em 1º grau na ação civil pública n. 7002381-27.2020.8.22.0015, tendo sido suspensa dois dias antes da data para seu cumprimento. Em abril deste ano, decisão do Tribunal de Justiça, concedida em agravo de instrumento interposto pelo MP e Estado, restaurou a medida. Na última terça-feira, 8, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento ao pedido de reconsideração apresentado por ocupantes, mantendo a retirada dos grupos que se estabeleceram na unidade.

O nome “mapinguari” faz alusão à lendária criatura gigante que vive no coração da floresta Amazônica. A lenda diz que ele era um rei de uma aldeia e também um guerreiro muito forte. Durante uma batalha, esse guerreiro foi morto, mas ele era tão valente que a mãe natureza o fez renascer e se tornar um guardião da floresta.

 Fonte: Gerência de Comunicação Integrada (GCI-MPRO)






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