RO, Quinta-feira, 25 de abril de 2024, às 23:45



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Inovação: o timão para navegar em um ‘oceano azul’. Por Francisco Rodrigues

Francisco Rodrigues*

PORTO VELHO – Joseph Schumpeter é um dos principais teóricos que concebem a inovação como um elemento indispensável às organizações. Segundo ele, é justamente a inovação que promove o que chama de destruição criativa. Segundo o utopista, a inovação é a grande responsável pelo surgimento de novos bens e serviços, idealizados com o elemento da inovação e  destroem os produtos que já existem no mercado e que não possuem nenhum aspecto inovador. Inovar, então, é uma questão de sobrevivência.

Ora, torna-se notório que as ondas de inovação conforme Schumpeter descreve são avassaladoras, e consomem, afogam e matam, não apenas produtos, mas, sobretudo as organizações, dos mais variados portes. Portanto, podemos já nas primeiras linhas deste texto depreender que sem inovação a morte do seu negócio é certa e breve. Equitativamente, aqueles novos entrantes, seja modelos de negócios, bens ou serviços, caso não possua um processo inovador, já nascem mortos.

Neste momento, acredito que muitos de vocês estejam se perguntando: O que é inovação?

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Conjecturo inclusive, que você entenda inovação de forma errônea e alienada ao senso comum, você decerto considera inovar como sinônimo de criar. Eis um grande erro, a frase que vou proferir, muito embora exista muitos conceitos cunhados por grandes teóricos, para mim, é o conceito que didaticamente melhor define: Inovar nem sempre é criar algo novo. Inovar é quase sempre o oposto, é apropriar-se de algo que já exista e dar novas utilidades, inovar é antes de tudo, certificar-se que não existe uma solução pronta.

Há uma estória que muito nos ensina sobre inovação: Em plena guerra fria, no ápice da corrida espacial, surgem rumores que os EUA estaria construindo uma caneta que escrevesse no espaço, já que um convencional, por falta da gravidade, não poderia grafar. Tais boatos indicavam ainda que a quantia despendida neste projeto era em torno de 2 milhões de dólares. A União Soviética, óbvio, ante os relatos, não ousou em perder tempo, reuniu seus maiores especialistas, a mais alta cúpula intelectual de toda a URSS, e, em contrapartida ao projeto da caneta espacial estadunidense de 2 milhões, levou ao espaço o simples e velho LÁPIS. Em que pese o narrado não ser verídico, e possuir outras verdades, assim como fora constatado de diversas formas, não pude me furtar ao Storytelling, pois, este caso demonstra com maestria que ao pensarmos inovação somos induzidos ao ato de criar, algo novo, cometendo um erro crucial no processo de inovação.

Veja o que Uber fez, ao solucionar o problema da mobilidade urbana, não criou um novo automóvel ou novo meio de transporte, a Uber de forma inovadora e inteligente deu novas utilidades ao que já existia, reunindo uma frota parada, oferecendo emprego aos desempregados e baixando o custo ao consumidor. Me recordo, com risos, da época em que apenas sentar em um táxi custava R$3,50. Outro case fantástico é a Airbnb, a maior rede de hotéis do mundo sem possuir nenhum, veja que fantástico: Para que criar um novo tipo de hotel, se pode gerar valor, por meio da inovação, com o que já existe? A Netflix não criou a internet, nem os filmes. O facebook juntou o velho Orkut com o Whatsapp. Perceba, conexões inovadoras e inteligentes, simples e extremamente ligadas a necessidade de seus consumidores.

Porventura você esteja refletindo neste ponto do texto, sobre como fazer isso na sua organização, entenda, a resposta que você busca está no coração do seu cliente, e bem na frente de seus olhos.

Vamos falar a linguagem jovial, do hodierno, para você jovem ledor. Recentemente um Senegalês que mora na Itália, chamado Khabane Lame, deu uma aula sobre inovação para o mundo. Através de um aplicativo, o famigerado “Tik Tok”, Lame não apenas inovou com vídeos mudos, simples, curtos, inovador e assertivos, como também nos demonstra com exatidão o erro de muitos empreendedores. Enquanto alguns com seus devaneios criam ideias mirabolantes, Khabane demonstra de forma singela que já existe uma solução, e que esta, é muito mais eficaz e de fácil execução.

Logo, caríssimo fica evidente que sem inovação as organizações não resistem ao feroz mercado, e, aquelas que vicejam sem inovação agonizam logo em seguida. O título da nossa publicação desta semana faz alusão ao livro “A estratégia do oceano azul”, que tem como espinha dorsal o aforismo a dois oceanos. Estes oceanos representam o mercado: o vermelho, forma-se por meio da disputa acirrada e agressiva entre os empresários, onde, te tanto digladiarem-se formam um mar de sangue. O azul, por sua vez, é o lugar onde todo empreendedor sonha estar, o local onde a concorrência se tornou irrelevante, pois, a inovação os distanciou, neste lugar as águas são cristalinas e puras, pois, a ausência da guerra não gera o mar de sangue.

O que me aspira com grande ímpeto à inovação é a fascinante dicotomia que ela traz consigo, ao inovar há duas grandes conjunturas opostas. No primeiro momento muitos desacreditam, outros lhe chamarão de louco, por vezes não fará nem sentido, é preciso ser um grande visionário para prosseguir. Já no segundo momento, todos estão dependentes da sua inovação, todos a admiram, muitos dirão: Como vivi tanto tempo sem. Alguns confessaram que era algo óbvio. Mas, você, uma vez aplicada a inovação, se sentirá grande e capaz de avassalar qualquer mercado que atue.

Você terá, em vossas mãos, o timão para navegar em um oceano azul e cristalino.

Meus Caros rogo-lhes, gentilmente, me conte o que tem achado de nossos ensaios e reflexões. Deixarei meu contato e não se acanhe, dê seu feedback e sugestões, ele tem inigualável valor.

*É administrador e especialista em Metodologia do Ensino Superior

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