RO, Segunda-feira, 21 de abril de 2025, às 22:40






Idosos enfrentam desrespeito a atendimento preferencial em supermercados da Zona Sul de Porto Velho; e cobram fiscalização

Situações como filas ignoradas e ocupação indevida de vagas preferenciais evidenciam falta de respeito e informação; é preciso ações educativas para mudar esse cenário

PORTO VELHO – Em Porto Velho, idosos têm enfrentado dificuldades para garantir o direito ao atendimento preferencial em estabelecimentos comerciais, principalmente em grandes supermercados da Zona Sul da cidade. João Adalto Gomes de Oliveira, de 68 anos, comerciante e morador da região, relatou sua frustração com a falta de respeito a esse direito garantido por lei. “Em muitos açougues e supermercados não existe fila preferencial que funcione de verdade”, reitera.

“A maior decepção que já passei foi num desses mercados: cheguei na fila exclusiva, mas tinham vários jovens na minha frente. A gente fica esperando, indignado, porque só tem um caixa pra idosos,” desabafa João Adalto. Ele pede que as autoridades intensifiquem a fiscalização, especialmente nos comércios da Zona Sul.

Fila no açougue do IG da Zona Sul, neste domingo: sem preferencial

Além das filas, outro problema recorrente é a ocupação indevida de vagas destinadas a pessoas com deficiência, idosos e gestantes. Em uma recente ação educativa realizada no estacionamento do IG Shopping, um educador da Escola Pública de Trânsito abordou motoristas e frequentadores para orientar sobre o uso correto dessas vagas.

“Durante o pit-stop, encontramos muitas situações de desinformação. Um cidadão que estacionou na vaga de deficiente alegou ter diabetes, acreditando estar autorizado. Já outra mãe indicou a própria filha como pessoa com deficiência, embora visivelmente não fosse o caso”, relatou o educador.

Esses episódios reforçam a importância da conscientização. O respeito a esses direitos não deve ser movido apenas pelo medo de punições, mas pela empatia e compreensão sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas com mobilidade reduzida.

Campanhas educativas, como a realizada pela Escola Pública de Trânsito, são fundamentais para transformar comportamentos. Elas ensinam, sensibilizam e promovem a cidadania — pilares essenciais para uma sociedade mais justa e respeitosa.

Para garantir os direitos dos idosos e pessoas com deficiência, é preciso mais que leis: é preciso consciência.

Idosos devem ter atendimento preferencial garantido em supermercados de Rondônia, conforme prevê a lei.

Desrespeito à legislação e falta de conscientização ainda são barreiras enfrentadas pela população idosa em estabelecimentos comerciais

Em Rondônia, a prioridade de atendimento para pessoas idosas em supermercados, estabelecimentos públicos e privados é garantida por lei — mas, na prática, ainda é frequentemente desrespeitada. A Lei nº 10.048/2000 determina o atendimento prioritário para pessoas com 60 anos ou mais, enquanto o Estatuto do Idoso prevê prioridade especial para quem tem mais de 80 anos, com preferência inclusive entre os próprios idosos, seguindo uma ordem escalonada.

No entanto, muitos estabelecimentos ainda ignoram ou não cumprem essas determinações. O comerciante João Adalto Gomes de Oliveira, de 68 anos, relatou uma situação que exemplifica a realidade vivida por muitos: “Cheguei no caixa preferencial de um grande supermercado da zona sul e fui ignorado. Jovens na fila foram atendidos antes de mim. Me senti humilhado. Isso acontece porque quase sempre só tem um caixa exclusivo e mesmo assim não funciona. Peço que as autoridades fiscalizem, especialmente aqui na zona sul.”

Em muitos açougues e supermercados não existe fila preferencial que funcione de verdade Já no Meta 21 existe fila preferencial que funciona nos açougue.

Além dos idosos, têm direito a atendimento prioritário pessoas com deficiência, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e pessoas com obesidade. Acompanhantes e atendentes pessoais também devem ser atendidos com prioridade quando estiverem com os beneficiários. A legislação é clara: o cumprimento é obrigatório, independentemente da vontade dos indivíduos ou do estabelecimento.

Estacionamento: desinformação também é problema

Além do atendimento nos caixas, o respeito às vagas de estacionamento destinadas às pessoas com prioridade é outra questão que exige mais atenção. Durante uma ação educativa promovida pela Escola Pública de Trânsito no estacionamento do IG Shopping, foram registradas diversas situações de desinformação e uso irregular dessas vagas.

Qualaiervas é exemplo de cidadania e respeito aos idosos, com fila preferencial para eles

“Abordei um cidadão que estava estacionado na vaga de deficiente. Ele me respondeu que tinha diabetes, o que mostra uma falta de conhecimento sobre o que caracteriza deficiência”, relatou um dos educadores. Outro caso envolveu uma mãe que utilizou a vaga destinada a pessoas com deficiência, justificando que estava com uma criança — sem que houvesse nenhuma condição que justificasse o uso do espaço prioritário.

Mais do que lei: é questão de respeito e empatia

O respeito às prioridades é uma obrigação legal, mas também um dever cívico. Campanhas de conscientização são fundamentais para transformar esse comportamento, promovendo empatia e compreensão sobre a importância de garantir dignidade às pessoas com necessidades específicas.

É essencial que estabelecimentos comerciais, especialmente supermercados, invistam na capacitação de suas equipes, ampliem a estrutura de atendimento prioritário e cumpram com responsabilidade a legislação vigente. Da mesma forma, a população precisa estar informada e cobrar seus direitos.

Garantir a prioridade para quem mais precisa é construir uma sociedade mais justa para todos.

Texto e fotos: Miro Costa

www.expresssaorondononia.com.br

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