RO, Terça-feira, 30 de abril de 2024, às 9:39



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Há 17 anos no cargo, presidente da Aspometron é afastado por suspeita de irregularidades e faz manobra para reverter

PORTO VELHO – Há uma guerra entre filiados da Aspometron (Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do ex-território federal de Rondônia) liderada de um lado pelo atual presidente da entidade, tenente Costinha, como é mais conhecido o militar aposentado Luiz Francisco da Costa, e, de outro por policiais militares que ainda não foram transpostos para o quadro da União e parte dos que já são federais, que o acusam de diversas irregularidades na manipulação dos recursos arrecadados dos filiados.

A Aspometron tem cerca de 3.100 associados e cada paga uma mensalidade de 100 reais. Assim, a arrecadação anual passa dos 3 milhões e 500 mil reais por ano.

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Costinha está na presidência Aspometron há 17 anos, está sendo acusado de uma séria de irregularidades na administração dos recursos da entidade e luta com ‘unhas e dentes’ para não ser afastado do cargo, conforme deliberou a maioria dos associados presentes na assembleia do dia 19 de novembro.

Apesar do longo tempo em que está na presidência, o atual presidente da Aspometron se recusa a acatar o afastamento e, segundo alguns associados, ao arrepio do estatuto, convocou uma assembleia extraordinária para deliberar sobre os mesmos itens que foram aprovados ou reprovados na assembleia de novembro, entre os quais o afastamento da atual diretoria e a posse de uma diretoria provisória.

Luiz Francisco da Costa, o Tenente Costinham luta para continua na presidência da Aspometron, onde está há 17 anos

A maioria dos associados que não aceita a conduta da atual diretoria da Aspometron é de policiais militares que aguardam a transposição para os quadros da União, já determinado pela Justiça. Além deles, militares que já foram transpostos completam o quadro de associados. Alguns dos quais também não aprovam a administração de Costinha.

Os associados ainda não transpostos só passaram a ter direito a voto nas assembleias da Aspometron há cerca de dois anos, por decisão judicial. Até então, só podiam ouvir e falar, mas não tinham direito a voto.

Só votam os militares já transpostos ao quadro federal. E o atual presidente Costinha acredita que conta com estes filiados para conseguir reverter seu afastamento. Para isso, convocou filiados que já moram fora de Rondônia, mas o grupo que quer o afastamento de Costinha é maioria e acredita que terá manterá o afastamento na assembleia desta sexta-feira.

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A assembleia extraordinária convocada pelo Tenente Costinha está marcada para sexta-feira, 17, no auditório da faculdade São Lucas – campus da João Goulart, com previsão de comparecimento de grande número de filiados.

O clima é de beligerância e deverá ter até a presença de viaturas e homens da Polícia Militar para evitar maior acirramento dos ânimos.

Afinal, é uma reunião de policiais, uma categoria que normalmente tem porte de arma.

Histórico

No dia 19 de novembro, os associados da Aspometron se reuniram em assembleia ordinária e extraordinária para debater temas como a homologação da nomeação dos diretores nomeados e dos membros suplentes nomeados no Conselho Fiscal, dentre outros assuntos da pauta do dia. Neste encontro, foi apresentada prestação de contas, que foi rejeitada pela maioria dos presentes.  Nesta reunião foi sugerida a realização de uma auditoria independente para apurar possíveis irregularidades nas contas referentes ao exercício de 2019, que Costinha tentou aprovar.

Veja vídeo de Ésio Cavalcante publicado no Youtube no dia 3 de novembro:

Nesta assembleia, um dos associados interrompeu para afirmar que o diretor presidente Luiz Francisco da Costa, alijado do cargo, não poderia presidir a assembleia.

Segundo Ésio Cavalcante, em vídeo gravado e disponibilizado no YouTube, “o presidente Costinha, em campanha para reeleição, prometeu regularizar a situação dos associados de 87 a 91, mas quando lá chegou, nada fez e ainda brigou conosco porque tivemos de entrar na justiça e ele recorreu para tirar nosso direito e até hoje está brigando. Vamos mostrar que a associação é nossa também”, disse.

Cavalcante afirma ainda que “nós pagamos a mesma mensalidade que os outros e não deveria existir essa discriminação. Pagamos e por isso temos o mesmo direito. Não podemos nos calar após tantos anos ouvindo que não temos direito. Se cada um fizer a sua parte isso vai mudar. Precisamos dar o grito de vitória que se chama Justiça”.

Parecer CF prestação de contas 2019

No último ano, associados da Aspometron veem questionado as viagens constantes com elevados gastos com passagens, ajuda de custo, diárias, alimentação, dentre outras ações que para eles parecem irregulares. No ponto de vista de pelo menos 80 por cento dos associados, eles estão sendo massacrados pela direção da associação que anos de gestão do tenente Costinha agiu de forma desleal, sem transparência, sem ética e sem seriedade ou compromisso.

Quando a Aspometron foi constituída tinha como finalidade representar seus associados e transpor aos quadros da união e todos eram estatutários. A tentativa de mudança no atual estatuto da Aspometron, excluindo os associados 87/91 de votar e ser votado democraticamente e assim eleger seu representante, constitui uma manobra do presidente Costinha.

As promessas de campanha do tenente Costinha visando a reeleição também constituíram manobra para se manter no cargo. Ele enganou os sócios de 87/91, prometendo que iria mudar o estatuto, dando a eles o direito ao voto. Outra reclamação é que o tenente Costinha mudou o estatuto para usar a Aspometron como se fosse uma empresa sua e não uma associação representativa.

Tantas reclamações, suspeitas de irregularidades e desmandos resultaram no afastamento do Costinha. O desgaste junto aos associados ultrapassou os limites e com a insatisfação quase geral, o presidente acabou afastado do cargo, depois de 17 anos no poder exercido quase de forma ditatorial pelo tenente Costinha, no entanto conforme os associados o mesmo reluta a todo custo reconhecer a decisão quase unanime da assembleia geral ordinária e extraordinária, com a presença de mais de 350 associados. Pelo menos 50% desses associados vieram de diversos municípios. De Vilhena a Guajará-Mirim.

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