ARIQUEMES – O Ministério Público de Rondônia deflagrou na manhã desta quinta-feira, 6, a 7ª fase da Operação Canaã, intitulada “Anomia”, para desarticular uma extensa e perigosa organização criminosa que atua na ocupação ilegal de terras públicas, seu comércio (compra e venda) e a exploração ilegal de recursos ambientais no Parque Estadual Guajará-Mirim e na área denominada “bico do parque”, situada na zona de amortecimento da unidade de conservação.

Neste operação o MP atua com seus grupos de atuação, como o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), além do Centro de Atividades Extrajudiciais (Caex) e da 2ª Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim, e também com a a 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado – Draco2, da Polícia Civil de Rondônia.

A investigação apontou que, após a invasão e loteamento da área pretendida pelos invasores, efetivado com o auxílio de um topógrafo, o núcleo criminoso de liderança promovia a venda dos lotes através de um advogado, que coordenava a invasão e promovia o fomento e manutenção dos compradores no interior da área invadida, ocasião em que passavam a realizar um significativo e severo desmatamento do local.

Segundo o coordenador do Gaema, promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, a extensão do dano, em floresta pública desmatada, chega a 2.347 hectares, valorados monetariamente em mais de 86 (oitenta e seis) milhões de reais. “Trata-se de uma Organização Criminosa, de grande periculosidade, que vem sendo investigada desde 2019”, enfatizou o promotor.

De acordo com os delegados da Draco, devem ser cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, uma medida cautelar diversa da prisão e 14 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e distrito de Jacinópolis.

A divisão da área da unidade de conservação resultou no quantitativo aproximado de mais de 100 (cem) lotes, grande parte deles já vendida ilegalmente.

A promotora de Justiça de Guajará-Mirim, Naiara Ames de Castro Lazzari, explica que a ação objetiva ainda frear as condutas violentas praticadas pelo grupo criminoso na região, onde realizaram diversos ataques armados contra servidores das forças de segurança pública e órgãos de fiscalização ambiental, resultando, inclusive, em um servidor público alvejado com um disparo de arma fogo.

A operação é decorrente das investigações da operação “bico fechado”, realizada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia e Polícia Civil no ano de 2021.

Também estão envolvidos no trabalho, as Secretarias de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), e do Desenvolvimento Ambiental (Seddam), o Núcleo de Operações Aéreas (NOA), Polícia Militar, o Departamento de Estratégia e Inteligência – DEI e a Coordenadoria de Recursos Especiais – CORE, além das unidades da polícia judiciária do interior.

O nome da operação “anomia” faz referência ao modo de agir do grupo, onde se acreditava estar em um estado com ausência de regras e leis.

Fonte: Gerência de Comunicação Integrada (GCI MPRO)

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