Teerã, Washington e Tel Aviv vivem momento de alta tensão após ataques aéreos mútuos. Donald Trump celebra ação militar e pressiona por “fim imediato da guerra”.
Em um movimento que marca uma nova e perigosa escalada no conflito no Oriente Médio, os Estados Unidos confirmaram neste sábado (21) a realização de ataques aéreos contra três instalações nucleares no Irã: Fordow, Natanz e Isfahã. A ação, anunciada pelo presidente Donald Trump em sua rede social Truth, foi descrita como um “ataque bem-sucedido” e ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre Teerã e Tel Aviv.
“Concluímos com sucesso nosso ataque às três instalações nucleares do Irã. Todos os aviões estão fora do espaço aéreo iraniano”, escreveu Trump, exaltando o desempenho das forças armadas americanas e afirmando que “agora é o momento da paz”.
Segundo o The New York Times, os ataques foram realizados por bombardeiros estratégicos B-2, equipados com bombas antibúnkeres de 13.600 quilos, projetadas para destruir instalações subterrâneas fortificadas. As aeronaves teriam decolado de uma base no Missouri rumo ao Pacífico, numa operação que contou com total coordenação com o governo de Israel, conforme confirmou uma fonte do governo israelense à emissora pública do país.
Resposta iraniana e cenário regional
Pouco antes do anúncio oficial americano, o Irã havia lançado uma nova onda de mísseis contra Tel Aviv, intensificando ainda mais os confrontos iniciados no último dia 13 de junho. Em resposta, Israel também bombardeou alvos iranianos, incluindo infraestruturas consideradas críticas para o programa nuclear do país persa.
O número de mortos no Irã desde o início da ofensiva israelense subiu para pelo menos 430, segundo dados divulgados pelo governo iraniano. Em Israel, as autoridades confirmaram 24 vítimas fatais.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, classificou a intervenção americana como “muito, muito perigosa para todos” e alertou que a escalada militar pode ter consequências imprevisíveis para a estabilidade global. “A entrada dos EUA nesse conflito amplia o risco de uma guerra de grandes proporções”, declarou.
Momento decisivo e expectativa global
Donald Trump, que convocou uma reunião de emergência com seu gabinete de segurança nacional na Casa Branca, afirmou que fará um pronunciamento oficial às 22h (horário de Washington), chamando este episódio de “um momento histórico para os Estados Unidos, Israel e o mundo”. O republicano vinha adiando uma decisão sobre a participação direta dos EUA nos ataques, mas já havia sinalizado que resolveria o impasse “nas próximas duas semanas”.
O ataque deste sábado ocorre em meio ao envio massivo de ativos militares norte-americanos para a região, incluindo o porta-aviões USS Nimitz e caças F-16, F-22 e F-35. A movimentação confirma a intenção de Washington de manter uma posição de força no conflito e, ao mesmo tempo, aumentar a pressão diplomática sobre Teerã.
Até o momento, o governo iraniano não confirmou oficialmente os danos às instalações nucleares, nem anunciou medidas retaliatórias contra os EUA. Contudo, especialistas alertam que o risco de um confronto regional mais amplo — envolvendo outros atores como Hezbollah e Arábia Saudita — não pode ser descartado.
A comunidade internacional acompanha com extrema preocupação os desdobramentos e já se multiplicam os apelos por uma solução diplomática imediata que evite um colapso total da segurança no Oriente Médio.