PORTO VELHO – No brasilzão das eleições de dois em dois anos, o 2022 começa com um enigma para os candidatos a governador em Rondônia decifrar nos próximos meses: a licença por cinco meses do prefeito João Gonçalves Júnior, de Jaru – o mais bem avaliado em todo o estado – é mesmo para cuidar de interesses das empresas da família? Mesmo com as justificativas apresentadas pelo prefeito e pelas negativas até de seu pai, o empresário João Gonçalves, em política nunca se confia cem por cento no movimento daqueles que podem se tornar seu adversário – ou predador – na amanhã bem próximo.
Assim, todos os que desejam disputar a candidatura de governador nas eleições deste ano acompanham atentamente a movimentação do jovem empresário-prefeito.
Sabem que se João Gonçalves Júnior, hoje filiado ao PSDB, decidir por uma candidatura a governador, com sua juventude, experiência político-administrativa adquirida em duas gestões a frente da prefeitura e membro de uma das famílias pioneiras e mais bem-sucedidas de Rondônia, certamente será um páreo duríssimo.
Uma coisa é certa: nenhum dos virtuais candidatos a governador nas eleições de outubro deste ano, definirá suas estratégias até saber da posição final do prefeito no tabuleiro da sucessão de Marcos Rocha.
João Gonçalves Júnior é da safra de prefeitos eleitos em 2016, ganharam a reeleição em 2020 e agora, surfando na popularidade em alta nas redes sociais e nas ruas, tem a opção de tentar alçar voos mais alto.
Fazem parte desta safra, além de Joãozinho Gonçalves, Hildon Chaves, de Porto Velho; Eduardo Japonês, de Vilhena; e ainda o prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni, que depois de um iato e ameaça de abandonar a política, mas tendo eleito seu sucessor, voltou a se eleger prefeito e tem cacife para disputar uma eleição estadual.
Os últimos dias de 2021 foram de especulações quanto ao destino político do jovem prefeito nas eleições deste ano. João Gonçalves Júnior poderá até ser o candidato a vice na chapa do governador Marcos Rocha, que, caso se reeleja, não poderá mais disputar o mesmo cargo. Caminho aberto para Joãozinho e a juventude jogar a seu favar. Ele ainda não tem 30 anos.
O jornalista Sérgio Pires escreveu em sua coluna reproduzida aqui neste expressaorondonia na quinta-feira, 30, o seguinte comentário: “houve quem imaginasse que aquele que é considerado o melhor prefeito do Estado, o jovem João Gonçalves Júnior, estivesse deixando a Prefeitura da sua cidade por cinco meses, para começar a se envolver numa eventual candidatura ao Governo em 2022. Não é nada disso. Gonçalves Júnior vai assumir, neste período, missões de grande importância dentro do grupo econômico da sua família. Foi convocado pelo pai, o megaempresário João Gonçalves, para liderar importantes avanços tanto no frigorífico do grupo como na rede de supermercados, hoje a maior de Rondônia. Entre os projetos que, neste período em que se distancia da Prefeitura, o jovem empresário vai comandar, estão negócios internacionais, já que o frigorífico da rede começa a negociar exportações a partir de agora, além da criação de pelo menos mais três lojas da rede de mercados, uma delas, de maior porte, em Porto Velho, onde a rede já tem várias filiais. Ou seja, ao contrário do que seus amigos, parceiros políticos e eleitores chegaram a pensar, a saída de Gonçalves Júnior do comando da Prefeitura, até junho deste 2022 que está chegando, é mesmo para se dedicar, unicamente, a questões empresariais. O jovem prefeito, aliás, tem repetido que apoiará a tentativa de reeleição de Marcos Rocha ao Governo do Estado, neste ano eleitoral que bate às portas. Assumirá a Prefeitura, a partir do sábado, dia 1º de janeiro, o vice-prefeito Jeverson Luiz de Lima, a quem João Gonçalves chama de grande amigo, parceiro e considera de grande competência para assumir o posto. Jeferson é advogado, foi vereador da cidade e nas últimas eleições nacionais, concorreu à Câmara Federal, somando mais de 6 mil votos”.
Por enquanto apenas uma candidatura realmente é certa: a do atual governador Marcos Rocha, que vai à reeleição.
A lista de candidatos ainda sem uma definição inclui ainda o senador Marcos Rogério, que se tornou personagem nacional na CPI do Circo, quando defendeu o governo Bolsonaro com unhas e dentes e se destacou muito, pelas constantes surras que aplicou na oposição, o também senador Confúcio Moura, que anda pelo Estado vendo a temperatura do eleitorado e não descarta uma candidatura a governador.
E entre os nomes mais conhecidos e com potencial eleitoral capaz de ameaçar a reeleição do governador Marcos Rocha, tem também o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol, que aguarda que a Justiça o libere para a disputa, o que pode acontecer em meados de fevereiro próximo.
Carlos Araújo, com informações do opiniaodeprimeira, para www.expressaorondonia.com.br
