RO, Sábado, 18 de maio de 2024, às 12:59



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Empreendedorismo: um espírito de transformação – Parte 1

PORTO VELHO – Ser um espaço de revelação de novos talentos é uma das propostas do expressaorondonia.com.br. E, numa conversas destas que acontece, fortuitamente, num encontro no portão do condomínio, descobrimos um vizinho disposto a colaborar para tornar as edições diárias do jornal mais atraente para um público ávido para descobrir o seu dom, empreender e vencer a na vida.

Portanto, a partir deste sábado, uma vez por semana, o jovem administrador Francisco Rodrigues, trará aos nossos leitores especificamente e, aos internautas em geral, as múltiplas possibilidade de você descobrir o empreendedor que dentro de você, mas que você não se deu conta ainda.

Leia, a seguir, o primeiro artigo do mais novo colaborador do expressaorondonia.com.br:

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             Um espírito de transformação

Francisco Rodrigues

Talvez sua mente esteja ludibriada e tenha associado infimamente ser empreendedor com ter milhões, bilhões ou ter um modelo de negócio que proporcione um abundante faturamento, todavia, essa percepção é sob ótica míope e limitada. O prisma ao qual lhe convido a clarificar é subjetivo, o ponto de vista aqui tratado é da essência sim, e porque não dizer que é também antológico e libertador.

O que quero com tal texto? Tirar a escama dos seus olhos e demonstrar, quem sabe, que você já seja um empreendedor. Mediante tal luz, você poderá potencializar ainda mais suas capacidades empreendedoras e fazer uma verdadeira transformação, onde quer que seja, na sua vida, na família, na comunidade, no local de trabalho, e até mesmo no seu negócio.

Certamente a perturbadora indagação sobre o que é empreendedorismo deve ter se tornado mais latente já com as primeiras linhas deste texto, o que é natural, posto que tal inquirição não é facilmente respondida.

Ao caminhar pelos labirintos literários que tratam do tema, você chegará à concepção que não há definição una e findada, havendo visíveis diferenças entre os conceitos cunhados pelos teóricos da área.

É importante lembrar na impossibilidade de colocar um ponto final e definir o que é empreendedorismo; trata-se de algo impossível, ou pelo menos desacertado, dado seu caráter orgânico que se transmuta ao longo do tempo, e conforme a sociedade se transfigura.

Logo, essa multiplicidade de conceitos tem como âmago a capacidade humana de ser diferente um dos outros, e de sofrerem constantes metamorfoses, produzindo novas sociedades e formas de se relacionarem.

O objeto de estudo do empreendedorismo é o empreendedor, e não os modelos de negócio, e este por sua vez, possui características, habilidades e comportamentos diferentes. Crivar um conceito único de empreendedorismo é ir contra toda a natureza humana e a essência do empreendedor, perdendo total sentido no grandioso avanço dos estudos e debates acerca do tema.

Ouso dizer que, enquanto houver vida terrena nossa raça criará outros conceitos de empreendedorismo, surgirão novos tipos de empreendedor e novas formas de se fazê-los, pois essa é justamente a essência da coisa. Sempre iremos encontrar novas formas de ser e praticá-lo. Faz-se obrigatório, portanto, entender quem foi o empreendedor durante nossa jornada humana.

Em que pese o termo empreendedorismo ter entrado em voga no final do século XX para início do século XXI, os registros literários remontam a figura deste ilustre sonhador, com concepções semelhantes às atuais, a partir da Idade Média. E aqui não negamos ou excluímos a possibilidade da existência desta figura social desde que o mundo existe.

Contudo, nos atenhamos a contar da Idade Média, onde o empreendedor da época era quem assumia grandes projetos, quase sempre os ligados à produção. Já no século XVII associava-se aos que assinavam contratos com o governo; doravante, o empreendedor começa a ter uma característica muito forte, que o acompanha até hoje: assumir riscos.

No século XVIII há uma cisão de grande relevância entre o dono do capital e o empreendedor, personagens até então tidos como um só. Tais confusões sobre quem é o empreendedor nos acompanhou até o final do século XX, onde, administradores e empreendedores, aos olhos leigos, confundiam-se.

E hoje, a que tem se ligado o empreendedorismo? Na contemporaneidade, a inovação seria a sua fiel escudeira, onde, juntos têm desempenhado uma bela função no corpo social. O economista Joseph Schumpeter é um dos grandes responsáveis pela alienação do empreendedorismo com a inovação, talhando relevantes conceitos ligados à destruição criativa.

Embora haja tantos significados e tantas proposituras, assim como uma longa jornada quanto ao conceito aqui exposto, acredito ter ficado mais notório que o empreendedorismo não pode ser limitado ou mesmo determinado; ao passo que a sociedade evolui este se transfigura como um conceito que vive o pleno de vir.

E no hodierno, talvez influenciado pelo mercado cultural o empreendedor é comumente estereotipado como um bilionário dono de uma grande organização, tencionamos então para a quebra deste paradigma apresentando o empreendedorismo lastreado nos escritos do teórico José Dornelas, o qual alude que “empreender não é sinônimo de criar empresas”.

Ora, então se o empreendedorismo pode ser desconexo do mundo dos negócios, ser empreendedor não é um feito puramente e exclusivamente comercial, que visa apenas o capital. Ser empreendedor não é uma receitas de bolo, com característica de personalidades taxadas, comportamentos estabelecidos, passos elencados de 1 a 10, caminhos pré-estabelecidos para o “sucesso” a fama e o dinheiro, na verdade, o empreendedorismo está na subjetividade humana, nas idiossincrasia e nas constantes mudanças sociais, onde, os que erroneamente e presunçosamente usam a citada receita, acabam por fracassar em seu propósito infame de apequenar um ser tão grandioso e alcançar a ilusão material.

Veja, temos diversos tipos de empreendedor, segundo Dornelas existe o empreendedor social que é aquele que desenvolve, através da inovação, formas de resolver problemas sociais. Existe também o empreendedor do conhecimento, por exemplo os ditos concurseiros, ou aquele que tem uma jornada acadêmica com fito de alcançar um objetivo, ou seja, aquele que por meio do conhecimento muda a sua realidade. Tem também o empreendedor individual que desenvolve seu próprio negócio, e digamos que por esse tenho grande apreço, pois, estudo-o com maior afinco.

Esses são aqueles que sozinhos criam pequenos negócios para alcançar uma condição financeira mínima, quase sempre impulsionados pelo desemprego e as barreiras do mercado de trabalho, como falta de capacitação e a idade avançada.

O empreendedor comercial por sua vez é quem cria um modelo de negócio e busca uma tração comercial com faturamento ousado. Drucker nos apresenta ainda o intraempreendedor, que é quem empreende em sistemas fechados, ou seja, dentro da empresa onde trabalha, seja pública ou privada.

Esse tipo busca evoluir a gestão e a oferta dos serviços prestados usando a inovação, na organização da qual faz parte.

Empreendedor por franquia, empreendedor cooperado, empreendedor público, enfim, penso que decorrido até aqui você já deve ter se identificado como um empreendedor e, até mesmo, em um tipo específico.  [Continua].

*É administrador e especialista em Metodologia do Ensino Superior






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