É cada vez mais difícil não se deixar abater pelas notícias sobre a falta de respeito com as mulheres do nosso país. As asquerosas imagens que mostram os estudantes de medicina se masturbando e importunando sexualmente as pessoas na plateia de um jogo de vôlei feminino é a prova de que estamos vivemos em um mundo doente.
O episódio ocorreu em abril, mas veio a tona essa semana e fez com que a universidade expulsassem só agora, seis alunos dos 20 que apareceram no vídeo.
Dessa vez o desrepeito veio de universitários do curso mais elitizado do país, privilegiados com a certeza da impunidade, frutos de uma cultura misógina que menospreza, violenta e objetifica sexualmente mulheres, eles não se constrangem e nem se cansam de humilhar.
Quando esse tipo de coisa acontece fica claro que estamos perdendo e alguns já perderam a habilidade de viver em grupo. O problema da falta de educação é que ela se alastra e adoece colegas, amigos e familiares e demais ao entorno.
Importunação é praticar ato libinoso (de caráter sexual), na presença de alguém, sem sua autorização e com a intenção de satisfazer o prazer sexual próprio ou de outra pessoa. O caso me fez lembrar que o desrespeito não se trata apenas de abusadores que saem com o órgão genital a mostra, o absurdo também acontece com homens comuns que na maioria das vezes são da nossa confiança, como amigos, irmãos e parceiros.
É assustador pensar que é essa a geração que governará o mundo amanhã e atenderá nossos pais, tios e filhos. Por fim, eu poderia dizer que se estudantes fossem da periferia com menos privilégios outra punição seria destinada a eles. Mas por hoje vou pedir o mínimo, que já é nos dias de hoje considerado o máximo para quem usufrui de regalias mas falta o principal: respeito.
Por Larina Rosa