RO, Sábado, 24 de maio de 2025, às 11:27






Doador de esperma com mutação rara transmite gene ligado ao câncer para 23 crianças na Europa

Variante genética associada a doença passou despercebida em testes e foi transmitida para 23 crianças na Europa

Pexels

INTERNACIONAL — Um doador de esperma com predisposição hereditária ao câncer foi responsável por transmitir uma mutação genética associada à doença a, pelo menos, 10 crianças. O material genético do homem foi usado para conceber 67 crianças em oito países europeus, entre 2008 e 2015. Dessas, 23 foram identificadas com a mutação herdada do doador — e 10 já desenvolveram cânceres como leucemia e linfoma não-Hodgkin.

Segundo o The Independent, o caso veio à tona após duas famílias entrarem em contato com suas respectivas clínicas de fertilidade, ao descobrirem que seus filhos tinham tipos de câncer relacionados a uma variação genética chamada TP53 — associada à síndrome de Li-Fraumeni, uma condição hereditária que aumenta significativamente o risco de tumores.

Uma análise do Banco Europeu de Esperma, responsável por fornecer o sêmen, confirmou que a mutação estava presente nas amostras. No entanto, a empresa afirmou que, na época da doação, em 2008, essa mutação ainda não era conhecida.

O caso levantou preocupações sobre a falta de um limite internacionalmente acordado para o número de famílias que podem usar o sêmen de um único doador. Também gerou alerta quanto à dificuldade em rastrear essas famílias para informá-las sobre possíveis riscos.

As crianças identificadas com a mutação foram orientadas a realizar exames de ressonância magnética de corpo inteiro e do cérebro.

Em declaração ao The Guardian, a porta-voz do Banco Europeu de Esperma, Julie Paulli Budtz, afirmou que o caso “afetou profundamente” a instituição. Segundo ela, o doador havia passado por triagens rigorosas, mas “cientificamente, não é possível detectar mutações causadoras de doenças no genoma de uma pessoa se você não sabe o que está procurando”.

Budtz também afirmou que a empresa “apoia um diálogo contínuo sobre a criação de um limite internacional obrigatório de famílias por doador” e que, por iniciativa própria, o banco implementou um limite máximo de 75 famílias por doador.ador”.

Fonte: R7



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