PORTO VELHO – Parece piada de péssimo gosto: a prefeitura e o governo do Estado convidam empresários para vir se instalar em Porto Velho, lembrando que a 15 quilômetros do centro da capital existe uma área denominada “Distrito Industrial”, instituído no governo Valdir Raupp (1995/99), mas ali há dois sentimentos, o dos primeiros, que acreditaram na proposta há 20 anos, ou mais, e totalmente desestimulado, e o grupo dos que são chamados, visitam e não querem ficar porque as promessas feitas com relação ao local nunca foram cumpridas.
“Quando a prefeitura diz que concede o Alvará de funcionamento, a burocracia é tão grande que o interessado desiste, afora que seja como aconteceu em 2018, quando uma empresa, com apadrinhamento de não sei quem, conseguiu rapidinho se instalar e ter o Alvará”, comentou um empresário bem antigo no local.
Desde que a primeira empresa se instalou no local ainda na década de 1990, além de todos os problemas, como a falta de documentação, a inexistência de diálogo entre governo e prefeitura, começou também o drama dos assaltos, dos furtos e das ameaças. Difícil encontrar um as empresa que não foi roubada, furtada ou assaltada”, diz entre ironia e crítica um empresário do distrito, narrando que há algum tempo um empreendimento estava com todo seu sistema instalado para iniciar as operações.
“No dia em que a Energisa chegou para fazer a ligação ao sistema, verificaram que na noite anterior alguém roubou todos os cabos de transmissão. E isso é apenas um das muitas histórias que podemos contar”, diz ele, citando que há duas semanas outro empresário passou o final da semana, incluindo as noites, no empreendimento, depois que o sistema de câmaras de vigilância denunciou eu ladrões estavam invadindo seu empreendimento.
Todos os anos, como agora, período de muitas queimadas, é outra fase de preocupações para quem tem investimento no Distrito Industrial. “Nosso medo é que de repente um incêndio na mata acabe se passando para nossos empreendimentos, porque até para chegar lá alguma equipe de bombeiros já destruiu tudo. Já nos propusemos a instalar um posto dos bombeiros, mas afora tapinhas nas costas e parabéns pelo projeto, não se foi a mais qualquer lugar”, diz um empresário.
“Já tentamos de tudo – garantiu um diretor da Apep – Associação do Polo Empresarial de Porto Velho – mas só encontramos evasivas. Já nos dispusemos a construir um espaço para comportar uma unidade de segurança, disponibilizando a estrutura necessária para termos um posto de bombeiros e da Polícia Militar, e apesar de na reunião o representante da secretaria de Segurança ter elogiado, acabou não sendo autorizado”.
“Em realidade nós estamos entregues à própria sorte, enquanto o Estado e a prefeitura, que têm o dever de nos fornecer meios para podermos produzir, gerar emprego, tributos e circulação de renda, não se entendem e nem dão sinal de qualquer boa vontade em fazer a parte deles para que possamos continuar fazendo a nossa”, frisou.
ALVARÁ
Na primeira matéria feita pelo expressaorondonia.com.br com as queixas dos empresários, duas delas, relativas à burocracia e ao fornecimento do Alvará, documento necessário para a oficialização do funcionamento da empresa, o site recebeu de parte da prefeitura o seguinte:
“Não procede a reclamação de que a prefeitura de Porto Velho não libera o alvará de funcionamento de empresas no Distrito Industrial. No local tem empresas instaladas desde 2018 com alvará expedido pela Prefeitura. Além disso para o distrito industrial o município de Porto Velho mantém um programa de incentivos fiscais que prevê, entre outros, isenção de IPTU por 5 anos, redução da alíquota do issqn por 10 anos, isenção do alvará por 5 anos entre outros conforme a lei complementar 374 de 2009.
“Quando a prefeitura diz que concede o Alvará de funcionamento, a burocracia é tão grande que o interessado desiste, afora que seja como aconteceu em 2018, quando uma empresa, com apadrinhamento de não sei quem, conseguiu rapidinho se instalar e ter o Alvará”, comentou um empresário bem antigo no local e que, apesar de todos os problemas, vai continuar no Distrito.
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