PORTO VELHO – Aliado é aliado certo? Mais ou menos, se a pergunta envolver o universo política, onde cada ação, cada passo tem de ser bem dialogado para não acontecer ruído na comunicação. É o que se pode depreender da acachapante derrota que governador Marcos Rocha sofreu na noite desta terça-feira na Assembleia Legislativa que rejeitou por unanimidade dos presentes o nome indicado pelo Palácio Rio Madeira para ocupar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, advogado Jailson Viana.
Foram 21 votos contra e nenhunzinho a favor, para não perder tão acachapantemente assim.
O que aconteceu, já que é quase unanimidade que o governo não tem oposição na Assembleia e que, mesmo à base de repartição de muitos cargos comissionados aos deputados a casa sempre disse amém aos projetos enviados pelo Governo.
Faltou combinar alguma coisa, considerando que a vaga aberta no Tribunal de Contas com a precoce aposentadoria do conselheiro Benedito Antônio Alves é da cota do Governador. Mas ainda assim, antes de submeter o nome escolhido à apreciação do Legislativo, uma missão da Casa Civil é conversar com os deputados, para evitar este tipo de resultado surpresa.
Ao ouvir algumas fontes na manhã desta quarta-feira, a editoria política deste exspressaorondonia colheu algumas considerações.
Uma delas é a de que o nome que os deputados querem aprovar é o deputado Luzinho Goebel, embora a prerrogativa da escolha seja do Governador. Não se sabe se o parlamentar preenche todos os requisitos para o cargo, mas aí já são outros quinhentos.
Ouviu também que o nome de Jailson Viana, que entre outras funções já foi interventor na Empresa de Desenvolvimento Urbano de Porto Velho (Emdur), quando o então presidente, advogado Mário Sérgio Teixeira se meteu mais um dos intermináveis rolos denunciados durante a gestão de Roberto Sobrinho, não tem boa aceitação no próprio Tribunal de Contas, o que pode ter contribuído para o uníssono NÃO da Assembleia.
“A Assembleia se antecipou ao Tribunal de Contas. Se passasse na Assembleia, tenho minhas dúvidas se o Jailson Viana seria empossado pelo TCE, que tem a prerrogativa de não empossar o indicado, caso entenda que ele não preenche todos os requisitos”, disse um ex-chefe da Casa Civil, com grande conhecimento sobre estes meandros.
É a primeira vez que a Assembleia rejeita de forma tão peremptória um nome indicado pelo Governo.
Nem deputados da base de apoio do governador votaram favorável ao nome de Jailson, que, enquanto secretário-adjunto de planejamento do governador Marcos Rocha teria colecionado alguns inimigos no parlamento.
Deputado costuma ser vingativo.
No Tribunal de Contas, segundo uma fonte de lá mesmo, há uma certa desconfiança dos membros da corte de que Jailson Vaina, se empossado, poderia não agir com a independência necessária a um julgador.
Até agora um aliado do governador Marcos Rocha, o presidente da Assembleia, deputado Alex Redano, endossa a acachapante derrota de seu aliado. Segundo Redano, a Casa “nunca iria engolir um nome imposto goela abaixo”.
Antes da votação, o clima no plenário era de tensão. Nos bastidores, houve muita pressão de aliados do governador para que os aprovassem a indicação.
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