RO, Terça-feira, 06 de maio de 2025, às 15:46




Crescem os casos de VSR e influenza A, e país acende sinal de alerta

Vírus levam a aumento das hospitalizações e da incidência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em todas as idades

O Brasil vem registrando aumento dos casos de infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, e o da influenza A.
Dados mostram aumento nos casos de vírus sincicial respiratório, causador da bronquiolite, e da influenza A, causador da gripe, no Brasil • PeopleImages/GettyImages

Desde o início de março, há um crescimento quase constante desses agentes infecciosos, sendo que o VSR apresentou a maior taxa de positividade para o período dos últimos três anos. Atualmente, mais da metade do país (16 das 27 unidades federativas) apresenta incidência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em nível de alerta, risco ou alto risco.

Os dados são do relatório divulgado no último dia 22 de abril pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que monitora a circulação de patógenos respiratórios a partir de registros de laboratórios privados, e do boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado no dia 30.

A região Sudeste, o estado de Goiás e o Distrito Federal concentram o maior número de casos de VSR. Já o vírus influenza A, que causa gripe, vem aumentando desde dezembro em todas as faixas etárias, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, levando a grande número de hospitalizações e casos de SRAG.

Segundo o Infogripe, a maior circulação do VSR, além do rinovírus, tem gerado aumento da incidência de SRAG em crianças pequenas. Há alta de registros da síndrome nas regiões Centro-Sul e em alguns estados do Norte e Nordeste, principalmente, entre crianças e adolescentes de até 14 anos.

Nos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso do Sul, há mais casos da síndrome em jovens, adultos e idosos associados ao vírus influenza A. São Paulo apresenta aumento de SRAG em todas as faixas etárias acima dos 15 anos.

Segundo a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, nesta época do ano começa o período de sazonalidade para esses patógenos. “Com a queda da temperatura, as pessoas tendem a ficar menos ao ar livre, há maior aglomeração em locais fechados, com menos ventilação, o que provoca esse aumento da circulação dos vírus respiratórios.”

A importância da vacinação

No caso da influenza A, uma medida preventiva essencial é a vacinação contra a gripe. “Mesmo vacinada, a pessoa pode pegar a doença. Mas a vacina reduz o risco dos quadros graves, evitando internações e óbitos”, destaca Gouveia.

A especialista também enfatiza que a vacina não causa a doença, pois ela é feita de vírus inativados. “Se a pessoa pegou gripe logo após a vacinação, é porque ela já tinha o vírus em incubação e desenvolveu a doença na sequência”, explica. No entanto, é normal haver alguma reação, principalmente nas primeiras 48 horas após receber a dose, como dor no local e um pouquinho de febre.

A vacina contra influenza deve ser aplicada anualmente, porque o vírus sofre mutações e os imunizantes são atualizados conforme as cepas em circulação. “Além disso, a imunidade resultante da vacina dura, em média, de seis a 12 meses. Por isso é preciso se vacinar todo ano, no outono”, orienta a infectologista.

Em 2025, a campanha nacional de vacinação do Ministério da Saúde começou no dia 7 de abril, voltada para grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, idosos com 60 anos ou mais, povos indígenas, população quilombola e pessoas em situação de rua.

Já no caso do VSR, está disponível na rede pública o palivizumabe (Astrazeneca), anticorpo que previne formas graves de infecção em bebês de alto risco. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), as doses podem ser aplicadas gratuitamente em prematuros que nasceram com idade gestacional de até 28 semanas e seis dias, no primeiro ano de vida; e em bebês com displasia broncopulmonar ou cardiopatia congênita com repercussão, independentemente de idade gestacional ao nascer, até os 2 anos de idade.

Na rede privada, há duas vacinas disponíveis: a Arexvy (GSK), específica para idosos, e a Abrysvo (Pfizer), destinada a idosos, adultos com comorbidades e gestantes. Ela induz uma resposta imunológica na mãe, de modo que os anticorpos são transferidos ao feto ainda na gravidez. Ela foi aprovada para uso entre 24 e 36 semanas de gestação — para fazer efeito, deve ser tomada no mínimo duas semanas antes do parto.

O imunizante para gestantes, assim como um anticorpo monoclonal chamado nirsevimabe (Sanofi), recomendado para bebês e crianças até 2 anos com comorbidades, foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no início de 2025, mas só devem estar disponíveis na rede pública no segundo semestre. Na rede particular, o tratamento já é comercializado.

Fonte: CNN Brasil
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