RO, Domingo, 06 de julho de 2025, às 3:05




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Concessão ‘goela abaixo’ da BR-364 pode resultar em retrocesso logístico e econômico para Rondônia; setor produtivo promete reação

Liomar Carvalho afirma que a cobrança de pedágio nos moldes propostos irá onerar excessivamente o transporte de produtos agrícolas e pecuários

PORTO VELHO – A privatização da BR-364 pelo consórcio 4UM-Opportunity, única concorrente no leilão da B3, gerou grande preocupação entre os moradores e produtores de Rondônia. Apesar da promessa de melhorias, a concessão prevê um dos pedágios mais caros do país sem garantir modernização completa da rodovia. Dos 686,7 km concedidos, apenas 135 km serão duplicados e cerca de 200 km terão terceira faixa, deixando grande parte do trecho sem intervenções significativas. Isso compromete a segurança e a fluidez do tráfego, tornando a cobrança de pedágio uma medida injusta para quem utiliza diariamente a rodovia.

O presidente da Associação Comercial e industrial de Ji-Paraná (Acijip), Liomar Carvalho, é um dos líderes do setor produtivo que assegura que a sociedade precisa se organizar para evitar que esse seja um processo prejudicial à economia do estado.

“É inaceitável que se cobre da população antes mesmo que as melhorias sejam implementadas. Esse modelo precisa ser revisto para que o empresariado e a sociedade não sejam penalizados”.

Estudos mostram que haverá severo impacto econômico, especialmente para o agronegócio, base da economia do estado. Uma carreta que percorra o trecho entre Vilhena e Porto Velho gastará mais de R$ 1.500 apenas em pedágio, encarecendo o transporte de mercadorias e reduzindo a competitividade dos produtos rondonienses. Pequenos produtores e transportadores serão os mais afetados, pois terão dificuldades para absorver os altos custos logísticos, o que poderá levar a um aumento dos preços ao consumidor e a uma retração econômica generalizada.

Outro ponto crítico é a pressa do consórcio em implementar as praças de pedágio antes mesmo da realização das melhorias prometidas. A BR-364 é uma das rodovias mais perigosas do Brasil, com um histórico alarmante de acidentes fatais e trechos em condições precárias. A cobrança antecipada de tarifas exorbitantes, sem infraestrutura adequada, representa um desrespeito à população de Rondônia, que será obrigada a pagar por um serviço que ainda não foi entregue.

 

Diante desse cenário, a sociedade precisa se mobilizar para exigir um modelo de concessão mais justo e transparente. Governantes devem ser pressionados a garantir que os investimentos sejam realizados antes da implementação dos pedágios, evitando um colapso na economia. Caso contrário, Rondônia enfrentará um retrocesso logístico e econômico, com uma rodovia cara e ineficiente que comprometerá o desenvolvimento do estado.

Liomar Carvalho afirma ainda que “não somos contra a modernização da BR-364. Pelo contrário, sabemos que ela é vital para o desenvolvimento do estado. No entanto, é preciso um modelo que respeite nossa realidade econômica, garanta competitividade para as nossas empresas e não imponha custos excessivos à sociedade antes da entrega efetiva das melhorias.

“A cobrança de pedágio nos moldes propostos irá onerar excessivamente o transporte de produtos agrícolas e pecuários, que são a espinha dorsal da nossa economia. O alto custo da logística pode fazer com que nossos produtos percam competitividade em relação a outros estados”.

www.expressaorondonia.com.br

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